segunda-feira, 23 de agosto de 2010

SUBSÍDIO EBD- LIÇÃO 09

 JESUS – O CUMPRIMENTO PROFÉTICO DO ANTIGO PACTO


INTRODUÇÃO
Em toda extensão do A.T. percebemos como Deus desenvolve o plano progressivo de redenção da humanidade, através de mensagens proféticas, das alianças, das instituições, tipos, eventos e simbologias com o objetivo de revelar o salvador do mundo. A pessoa de Jesus é o tema central de toda a Bíblia, pois sua finalidade era: “buscar e salvar o que se havia perdido”(Lc 19:10).

I – EM QUE CONSISTIA O ANTIGO PACTO?
O Antigo Pacto ou Antigo Concerto foi a aliança que Deus fez com Israel por intermédio de Moisés(Ex 19:6-9; 24:1-9; Hb 8:9) segundo o qual a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham da fé expressa pela obediência à sua lei e ao sistema sacrificial desta. As promessas nesse concerto eram basicamente as mesmas que foram feitas à Abraão (Gn 15:6,18) e ratificadas a Isaque(Gn 26:3-5) e a Jacó (Gn 35:10-12), envolvia dar a terra de Canaã aos Israelitas depois de libertá-los do Egito(Êx. 6:3-6; 19:4) e que Ele seria o seu Deus e os adotaria como o seu povo (Êx. 6:7; 19:6). O alvo supremo dessa aliança ou pacto era trazer ao mundo o Salvador através do povo escolhido.

II – QUAIS OS PROPÓSITOS DA PROFECIA MESSIÂNICA DO A.T. CUMPRIDAS EM JESUS?
Haviam três propósitos:
 * Mostrar que Deus é o único Deus verdadeiro cujo conhecimento é infinito e cuja palavra não falha (Nm
23:19).
*  Mostrar que todas as coisas estão sujeitas à vontade de Deus e sob seu controle (Is 46: 9,10).
*  Indicar que o Messias será plenamente reconhecido com base em suas credenciais (Is 48:3,5)

III – JESUS TINHA CONSCIÊNCIA DE QUE O A.T. APONTAVA PARA ELE EM SEU CUMPRIMENTO?

Sim, Jesus tinha plena consciência de que o antigo pacto apontava para ele, não sendo portanto as
profecias produto de uma construção fraudulenta como argumentam alguns críticos, mas como revelação da
vontade de Deus, seja através de tipos, símbolos, história, conteúdo e instituições. Vejamos alguns versículos que demonstram essa verdade:
*  "Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir" (Mateus 5:7).
*  "E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que seu respeito constava em todas as Escrituras" (Lucas 24:27).
*  "A seguir Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco, que importava
se tudo o que de mim está escrito cumprisse na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos" (Lucas 24:44).
*  "Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas" (Mateus 26:56).
*  "Então verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória" (Marcos 13:26 - referência a
Daniel 7:13, 14).
*  "Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos
nele. Então passou Jesus a dizer-lhes: Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir" (Lucas 4:20, 21).
*  "Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito: Ele foi contado com os malfeitores.
Porque o que a mim se refere está sendo cumprido" (Lucas 22:37).

IV – OS ESCRITORES DO N.T. ACREDITAVAM QUE JESUS ERA REALMENTE O CUMPRIMENTO PROFÉTICO DO ANTIGO PACTO?
Sim, e podemos observar nos seguintes textos:
*  "Mas Deus assim cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas que o seu Cristo havia de padecer" (Atos 3:18).
* "Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo o que nele crê recebe
remissão de pecados" (Atos 10:43).
*  "Depois de cumprirem tudo o que a respeito dele estava escrito, tiran-do-o do madeiro, puseram-no em um túmulo" (Atos 13:29).
*  "Antes de tudo vos entregueis o que também recebi; que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3,4).
*  "O qual foi por Deus outrora prometido por intemédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras" (Romanos 1:2).
*  "Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. Por isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será de
modo algum envergonhado" (1 Pedro 2:5, 6).

V - NA PESSOA E NA OBRA DE JESUS CUMPREM-SE AS FESTAS LEVÍTICAS?
Sim, as festas levíticas instituídas por Deus no A.T. apontavam para a pessoa e a obra de Jesus conforme descrito no quadro abaixo:

A Festa (Levítico 23)
Páscoa (abril)
Pães Ázimos (abril)
Primícias (abril)
Pentecostes (junho)
Trombetas (setembro)
Expiação (setembro)
Tabernáculos (setembro)

O Cumprimento em Cristo
Morte de Cristo (1 Coríntios 5:7)
O Andar Puro (1 Coríntios 5:8)
Ressurreição (1 Coríntios 15:23)
Derramamento do espírito (Atos 1:5; 2:4)
Reajuntamento de Israel (Mateus 24:31)
Purificação por Cristo (Romanos 11:26)
Descanso e reunião com Cristo (Zacarias 14: 16:18)

VI–EXISTEM MUITAS PROFECIAS CUMPRIDAS EM JESUS QUE PODEM ATESTAR SUA AUTENTICIDADE  EM SUA VIDA E MINISTÉRIO?
Sim, há mais de trezentas referências do Antigo Testamento que se cumpriram em Jesus. Vejamos
algumas:
Profecia Antigo Testamento                                   Cumprimento no NovoTestamento
Semente da mulher (Gn 3:15)                                                       Gl 4:4
Descendente de Abraão,Isaque e Jacó (Gn 12:3; 17:19; 24:14)    Lc 3:33,34
Nasceria de uma virgem Is 7:14 Mt 1:18; )                                   Lc 1:34
Em Belém de Judá Mq 5:2 Mt 2:1-5;)                                          Lc 2:9-11.
Da linhagem de Davi Jr. 23:5,6)                                                   Mt 2:1
Fuga para o Egito Os 11:1 )                                                         Mt 2:14,15.
Habitaria em Naftali, nosconfins de Zebulon Is 9:1-4.                   Mt 4:15.
Entraria triunfante em Jerusalém montado num jumentinho Zc 9:9) Mt 21:1-11.
Traído por um amigo Sl 41:9)                                                       Mt 26:23
Condenado pelos nossos pecados Is 53:8-11)                              1 Cor 15:3
Crucificado Sl 22:1 Mt 27:46;                                                       Jo 19:17-19
Ressuscitaria dentre os mortos Sl 16:10                                        Mt 28:1-5
Retornou ao céu Sl 24                                                                  At 1:9-11


CONCLUSÃO
Com isso aprendemos que Jesus é o cumprimento profético do A.T., a figura principal de toda a Bíblia.
Sem Ele a humanidade estaria perdida. Ao contrário do que pensam os liberais, a exatidão das Escrituras são o testemunho mais que absoluto de que Ela é a Palavra de Deus, e que o Deus que é fiel, ele cumpre com suas promessas.

REFERÊNCIAS:
· Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. CPAD.
· Hermenêutica Avançada - Henry A. Vinkler – Ed. Vida
· Evidências que Exigem um veredito 1 – Josh Macdowell Ed. Candeia
· O Ministério Profético na Bíblia/ A voz de Deus na terra – Pr. Ezequias Soares – CPAD.
Postado por: Rede Brasil de Comunicação

terça-feira, 17 de agosto de 2010

SUBSÍDIO DA LIÇÃO 08 - E B D

LIÇÃO 08 – JOÃO BATISTA - O ÚLTIMO PROFETA DO ANTIGO PACTO

INTRODUÇÃO
A vida e ministério do profeta João Batista são relatados em algumas passagens dos evangelhos. Quem trás um relato mais minucioso de seu nascimento e atuação é o evangelista Lucas. Aquele que foi o último profeta veterotestamentário estava previsto no AT para ser o precursor do Messias. Em João Batista, as profecias referentes a Ele são concretizadas e a mensagem sobre arrependimento como condição para entrar no reino dos céus é ouvida em Israel. Nesta lição estudaremos sua vida e seu ministério profético.

I – O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA
O nascimento de João Batista foi vaticinado pelas Escrituras Sagradas em (Is. 40.3-7). Seiscentos anos depois a profecia seria cumprida na família do sacerdote Zacarias (Lc.1:5;17; Mt. 11.14). Neste tempo, Herodes, “o “Grande”, como ficou conhecido, era o governador da Palestina e parte da Transjordânia como rei dos Judeus, de 37 a 4 a.C. Os pais de João eram da linhagem aarônica e pertenciam ao grupo sacerdotal de Abias. As divisões das famílias arônicas em 24 grupos foi realizada por Davi e os descendentes de Abias formavam o oitavo grupo (1Cr. 24.10). Estima-se que nesta época existiam 20 mil sacerdotes espalhados por todo Israel. A oportunidade de entrar no santuário era única para um sacerdote daquele tempo, de qualquer um desses 24 grupos, para ofertar o incenso no altar pela manhã. Deus conduziu a situação, e, nesse momento singular para Zacarias, anunciou o nascimento de João. “Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João” (Lc 1:13). O nome João significa “O Senhor é gracioso”, isto aponta para o tempo da Graça, que iniciaria na pessoa de Jesus Cristo.

II – CARACTERÍSTICAS DO PROFETA JOÃO BATISTA
Como qualquer homem, ele tinha características próprias que o tornava uma pessoa única no mundo; mas, outras foram especialmente concedidas por Deus, que o tornou o personagem que marcou a transição do Antigo para o Novo Testamento “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele.” (Lc 16:16). João foi o arauto da vinda do Messias para Israel, e, por isso, o Senhor o dotou de características que o diferenciaram de todos os outros, ao ponto de Jesus dizer: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista…” (Mt 11:11).
2.1 Foi cheio do Espírito Santo desde o ventre materno. “Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe” (Lc 1:15). O texto em apreço, ao mencionar a proibição da “bebida forte”, mostra também o nazireado, um antigo voto de consagração total a Deus (Nm 6.1-8), observado por Sansão (Jz cap.13) e Samuel (1 Sm 1.11). Isso demonstra que João foi separado para realizar uma obra especialmente para Deus.
2.2 Chamado de Profeta do Altíssimo. “E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo..” (Lc 1:76). Durante cerca de 400 anos (período inter-bíblico) não houve voz profética em Israel; mas, quando João aparece no deserto da Judéia, pregando o arrependimento, o povo o considerou como profeta. (Mc. 11.32).
2.3 O Arauto da vinda do Messias. “Como está escrito no profeta Isaías: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” (Mc 1:3). O profeta Isaías teve a oportunidade de predizer sobre o Messias prometido (Is. 53); o salmista falou dele no Salmo 22; mas, somente João Batista teve o privilégio de preparar suas veredas e também de batizá-lo (Mc. 1.9).

O que torna João Batista singular na história bíblica, além dessas características especiais dada por Deus, é o seu caráter que se mostra comprometido com o Senhor e sua Justiça (Lc. 3.11-14) e o momento certo de sua aparição no cenário religioso judeu (Lc. 3.2) quanto na plenitude dos tempos (Gl. 4.4). Estas características foram o que lhes deram as credenciais necessárias para o desenvolvimento de seu ministério profético, isto numa época em que a religiosidade era fria (Mt. 5.20; 7.3; 23.27) e a esperança messiânica se resumia na vinda de um líder que iria libertar Israel do jugo romano.

III – O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE JOÃO BATISTA
O início do ministério profético de João se dá no quinto ano do reinado de Tibério César, imperador de Roma, e a Judeia estava sob o seu domínio. Anás e Caifás eram os sumos sacerdotes (Lc. 3.1). Embora Roma, através do seu oficial romano tivesse substituído Anás, os judeus ainda consideravam sua autoridade sacerdotal (Jo 18.13; At. 4.6). É por isso que Lucas o inclui neste período. Os grupos religiosos da época eram os fariseus e os saduceus; a vida religiosa era marcada pela hipocrisia e pelo legalismo (Mt. 6.16). É neste momento que a palavra do Senhor veio a João, assim como veio aos profetas do A.T. (Is 38.4; Jr.1.2; Ez 1.3; Os.1.1; Jl. 1.1). O local onde João encontrava-se era o lado ocidental do rio Jordão – o deserto da Judéia. Lugar onde ficou durante muito tempo até se mostrar a Israel: “E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel.” (Lc. 1.80). A Bíblia não registra os eventos que ocorreram na vida de João durante este período no deserto, mas acreditamos que foram significativos para o desenvolvimento de sua chamada profética. Merecem destaque duas características de seu ministério profético:
3.1 Pregação Messiânica. A proclamação do advento de Cristo era não somente o tema da sua mensagem, mas a verdadeira razão da existência de seu ministério: “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo. 1.27).
3.2 Intolerância contra o pecado: João condenou a injustiça social (Lc. 3.12-13); o pecado de Herodes por causa de Herodias, mulher de Felipe, seu irmão (Mc. 6.17); e reprovou a hipocrisia dos fariseus, convocando-os a terem frutos dignos de arrependimento. (Mc. 3.7,8).

Com o encarceramento de João no ano 28 d.C. (Flávio Josefo, Historiador Judeu, afirma que a prisão ficava situada em Machareus, uma fortaleza de fronteira ao sul da Peréia e a leste do mar morto) e a posterior morte por decapitação, chegou ao fim o ministério daquele de quem o próprio Jesus disse: “Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho” (Mt. 11:10).

IV – A PREGAÇÃO DE JOÃO BATISTA
“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” ( Mt 3:3). A pregação de João Batista se constitui em três aspectos:
4.1 A vinda do Messias. Devido a dominação romana, os judeus esperavam um Messias guerreiro, que viesse libertar politicamente Israel. Mas, o Messias apresentado por João é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29); veio para libertar os homens do poder das trevas (Jo 8.36); e não exigia força bruta, mas arrependimento de coração (Mt 4.17; 9.13).
4.2 A necessidade do arrependimento. O termo grego, “metanóia”, empregado nessa passagem, tem um significado mais profundo do que simplesmente arrepender-se; João estava convocando o povo para uma mudança profunda de mente, onde criaria um verdadeiro desejo de parar de pecar e voltar-se completamente para Deus.
4.3 A chegada do Reino do Céus. O reino de Deus proclamado por João é o governo de Deus realizado pelo Messias prometido e pela presença do Espírito Santo. Este Reino tem um aspecto tanto presente quanto futuro. No sentido presente, Deus começa Seu reino na terra, nos corações e no meio de Seu povo (Jo 14.23; 20.22). Não é um domínio político e governamental “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui .” (Jo 18.36). É uma conquista de almas presas ao pecado, e o critério para entrar neste Reino é o verdadeiro arrependimento que conduz a uma nova vida. No sentido futuro, a manifestação da glória e do seu poder ocorrerá quando Jesus voltar para julgar o mundo (Lc. 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6) e triunfar sobre todo mal e oposição (1Co 15.24-28; Ap 20.7- 21.8).

CONCLUSÃO
A vida de João Batista se destaca não somente pelos eventos já estudados de sua história, tais como: seu nascimento anunciado pelos profetas, cheio do Espírito Santo no ventre materno, pregação messiânica e intolerância contra o pecado e a convocação ao arrependimento como condição essencial para entrar no Reino dos Céus; mas também pelo seu caráter comprometido com a justiça e a Santidade de Deus e o fiel cumprimento de sua missão como arauto do Messias.

REFERÊNCIAS
Comentário Bíblico NVI – F.F. Bruce – Editora Vida
Comentário Bíblico Pentecostal - Novo Testamento – C.P.A.D
Ministério Profético na Bíblia – A Voz de Deus na Terra – Ezequias Soares – C.P.A.D.

Publicado no site da Rede Brasil de comunicação

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SUBSÍDIO ESCOLA BÍBLICA

LIÇÃO DE Nº 06 - PROFETAS MAIORES E MENORES

Texto Áureo : “E temos mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração” (2 Pe 1.19).


INTRODUÇÃO
Os Profetas Menores, no nosso Antigo Testamento, estão na mesma seqüência do cânon judaico: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os livros desses profetas receberam o nome de seus respectivos autores, cujos ministérios abrangem o tempo que vai de 800 a 435 a.C.

I. OS PRIMEIROS PROFETAS LITERARIOS
1. Jonas. No hebraico é Yonah, que significa “pombo”. Era filho do profeta Amítai, do Reino do Norte, e habitava em Gate Hefer (2 Rs 14.25); segundo Jerônimo, uma aldeia nos arredores de Nazaré. Jonas viveu na época de Jeroboão II, entre 791-753 a.C., quando os assírios atormentavam o Reino de Israel. O livro é um testemunho da soberania divina. Jeová não é apenas um Deus nacional, mas Senhor de toda a Terra, que faz justiça e usa de misericórdia para com todos os homens. Com exceção do segundo capítulo, o livro é uma narrativa da missão do próprio Jonas, enviado a Nínive, capital da Assíria, a fim de que o povo daquela cidade se arrependesse de seus pecados. O Senhor Jesus mencionou o “grande peixe” e a missão de Jonas em Mateus 12.39-41.

2. Joel. No hebraico é Yoele significa “Jeová é Deus”, nome bastante comum no Antigo Testamento (1 Sm 8.2; 1 Cr11.38; 15.7). É o profeta pentecostal, por ter profetizado o derramamento do Espírito Santo para estes últimos dias; entretanto é também reconhecido como o profeta do “dia do SENHOR”. Joel e Jonas estão entre os primeiros profetas literários na ordem cronológica dos Profetas Menores. O primeiro capítulo anuncia uma grande devastação causa- da pela praga de gafanhotos, que muitos interpretam como a invasão dos caldeus. O segundo encerra-se com a promessa da efusão do Espírito Santo, cujo cumprimento iniciou-se no Pentecostes e continua até nossos dias. E o terceiro capítulo é escatológico; fala do julgamento das nações no vale de Josafá, parte oriental de Jerusalém.

II. OS PROFETAS CONTEMPORANEOS
1. Oséias. Oséias, Amós e Miquéias viveram na mesma época. Com o profeta Isaías, eles formam o quarteto do período áureo da profecia hebraica (790 e 695 a.C.). Oséias e Amós profetizaram no Reino do Norte, enquanto Miquéias, em Judá.
a) Vida pessoal de Oséias. Tudo o que se sabe da vida pessoal do profeta Oséias é proveniente de seu próprio livro. Seu nome em hebraico é Oshea, e significa “Jeová é salvação”. Profetizou no Reino do Norte no período de sua maior anarquia nacional; época em que o povo vivia em apostasia generalizada.
b) Conteúdo do livro. Oséias encabeça a lista dos Profetas Menores. Contém 14 capítulos e está dividido em duas partes: a primeira, relata a história do próprio profeta e o estado espiritual de seu povo naqueles dias (1-3). É o sumário do livro. A segunda parte refere-se ao mesmo assunto, porém, de maneira mais ampla e detalhada. Oséias é o livro do amor de Jeová. Sua mensagem aborda o alerta divino contra o pecado, advertências sobre o juízo divino, o amor eterno de Jeová e a profecia sobre a restauração de Israel, no fim dos tempos. O profeta é citado nominal- mente no Novo Testamento (Rm 9.25,26), e seu livro mencionado, em outras partes, como a profecia messiânica (11.1; Mt 2.15).
2. Amós. No hebraico é Amos, e significa “fardo pesado, carga”. Este nome não aparece em outra parte do Antigo Testamento. Apesar de Deus tê-lo chamado do meio do rebanho em Tecoa para o ministério dos profetas, o próprio Amós se apresentou apenas como “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.10-14). Em virtude de sua mensagem, foi perseguido por Amazias, sacerdote apóstata de Betel. Mesmo sendo de Judá, exerceu seu ministério no Reino do Norte. O livro de Amós consiste numa série de ameaças contra as nações vizinhas; é o livro da justiça de Jeová. Termina com a promessa do retorno de Judá à sua terra para nunca mais ser desarraigado (9.14,15). O livro foi citado por Estevão (At 7.42,43) e por Tiago, no Concílio de Jerusalém (At 15.16-18).
3. Miquéias. No hebraico é Mikhah, e significa “quem é semelhante a Jeová?”. Ele era de Moresete-Gate (1.14). O livro está divido em três seções que começam com apalavra “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1). Cada parte inicia-se com repreensão aos transgressores por causa de seus pecados, e anuncia o juízo. Por fim, vem as promessas de bênção com a vinda do Messias. Miquéias é citado por Jeremias (26.18,19) e pelo Senhor Jesus (Mt 10.3 5,36). O livro contém profecias similares a de Isaías; alguns trechos são idênticos (4.1-3; Is 2.2-4). Em Miquéias encontramos a profecia da cidade natal do Messias (5.2; Mt 2.1-6).

III. OBADIAS E NAUM
1. Obadias. No hebraico é Obadiah, e significa “servo de Jeová”. Nome comum no Antigo Testamento (1 Rs 18.3; 2 Cr34.12; Ed 8.9). É o menor livro dos Profetas Menores, de apenas um capítulo. O conteúdo do livro de Obadias é uma mensagem profética acerca da condenação de Edom, em razão desta nação ter ajudado os caldeus durante o cerco de Jerusalém e se alegrado com a queda e desterro desta.
2. Naum. No hebraico é Nahum, e significa “consolação”. Este nome não aparece em outra parte da Bíblia. Era de Elcose (1.1), lugar ainda desconhecido. Naum profetizou em Judá, pois nos seus dias o Reino do Norte estava no cativeiro, e é reconhecido como o mais veemente dos profetas. O conteúdo do livro é um sim- pies poema, porém, de elevada ordem. O tema da profecia é o fim do império assírio, cerca de 150 anos depois de Jonas. Há uma referência ao livro de Naum no Novo Testamento (1.15; Rm 10.15), Outra passagem similar em Isaías (52.7). É possível que o apóstolo tivesse em mente as duas passagens.

1. Habacuque. Seu nome em hebraico é Habaquq, de significado incerto; mas pode significar “abraço ardente”, pois o verbo hebraico habaq quer dizer “abraçar”, idéia defendida por Martinho Lutero. Outros acham que o nome é proveniente de uma planta comum nos jardins assírios chamada hambaququ, todavia essa possibilidade é remota. Nada sabemos de sua vida pessoal.
a) Conteúdo. O livro de Habacuque apresenta uma característica atípica em relação aos outros livros, pois os outros profetas falavam em nome de Deus, enquanto Habacuque interroga ao Todo- Poderoso; é o registro de sua própria experiência com Deus. “Por que olhas, pois, para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (1.13). Eis a resposta do Senhor a essa e a outras perguntas: “… o justo, pela sua fé, viverá” (2.4). O primeiro capítulo narra a invasão dos caldeus; o segundo prediz o juízo divino contra os invasores e o terceiro, a destruição das potências inimigas a vinda do Senhor Jesus.
b) No Novo Testamento. A mensagem principal é a profunda declaração “o justo, pela sua fé, viverá”, citada três vezes no Novo Testamento (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). O apóstolo Paulo citou Habacuque quando pregou na sinagoga de Antioquia da Pisídia (1.5; At 1.14,40,41).

2. Sofonias. Seu nome em hebraico Tsephan-Yah, que significa “Jeová esconde”. Tudo que se sabe da vida pessoal desse profeta é que era filho de Cusi, tataraneto do rei Ezequias, e que seu ministério transcorreu nos dias de Josias, irei de Judá (1.1). O primeiro capítulo do seu livro anuncia juízos iminentes sobre Judá em conseqüência de sua injustiça, hipocrisia e idolatria; o segundo, os castigos divinos sobre diversas nações e, no terceiro, há uma censura à cidade de Jerusalém. Não há citação direta de Sofonias no Novo Testamento, no entanto, temos o seu tipo de linguagem e de suas expressões proféticas como o “dia da ira” (1.15,18; Rm 2.5; Ap 6.17) e também o derramamento da “indignação” divina (3.8; Ap 16.1).

IV. OS PROFETAS MENORES II - ESDRAS 5.1 – 11
A participação de Ageu e Zacarias foi marcante na construção da Casa de Deus. Essa história está registrada em Esdras e Neemias. O declínio espiritual dos judeus, descrito no final do livro de Neemias, parece coincidir com os dias difíceis de frieza espiritual e de indiferentismo religioso denunciados por Malaquias no seu livro.

V. LIVRO DO PROFETA AGEU
1. Ageu. Foi contemporâneo do líder Zorobabel e do profeta Zacarias. Seu nome hebraico é Haggai e significa “festivo”. Juntamente com Zacarias, o Espírito Santo levantou Ageu para despertarem no povo o interesse pela construção do Templo de Jerusalém (Ed 5.1,2).
2. Conteúdo. O livro de Ageu consiste apenas de quatro curtas mensagens:
a) A primeira mensagem (1.1). Foi um apelo à consciência do povo por causa do seu comodismo e falta de interesse pela construção da Casa de Deus. Infelizmente, ainda hoje existe este tipo de gente que não se dói pela Casa de Deus quando ela é profanada, ultrajada, abandonada e confundida com uni lugar comum.
b) A segunda mensagem (2.1). O discurso sobre a bênção da segunda Casa. Deus confirmou sua palavra e o novo rei da Pérsia desembargou a construção. O Templo foi inaugurado em 516 a.C., “no sexto ano do reinado do rei Dano” (Ed 6.15).
c) A terceira e a quarta mensagens (1.2). A terceira, veio “ao vigésimo - quarto dia do mês nono” (2.10), janeiro de 519 a.C., verberando contra o indiferentismo do povo. A quarta veio no mesmo dia (2.20); profecia dirigida a Zorobabel, príncipe de Judá, herdeiro legítimo do trono de Davi.
3. No Novo Testamento. Zorobabel é mencionado na genealogia de Jesus (Mt 1.12,13; Lc 3.27) e há uma citação direta de Ageu no Novo Testamento (2.6; Hb 12.26,2 7).

VI. O LIVRO DO PROFETA ZACARIAS
1. Zacarias. Seu nome hebraico vem de Zachar-Yah, que significa “Jeová se lembrou”. Profetizou junto com Ageu nos dias de Zorobabel.
2. Conteúdo. Seu livro se di- vide em duas partes principais.
a) A primeira. Até o capítulo 6. É uma coletânea de oito visões que terminam com o sacerdote Josué coroado, figura do Messias, o único rei e sacerdote da história, depois de Melquisedeque (6.11-14).
b) A segunda. Consiste numa exortação à obediência aos que estão ainda na Babilônia, e promessas futuras para os judeus (7,8). São mensagens proféticas sobre os últimos dias de Israel e Jerusalém. Falam do cerco de Jerusalém pelas grandes potências mundiais e o grande livramento dos judeus, no dia em que aceitarão e aclamarão o Senhor Jesus como o seu Messias (12.10; 12.2,3; 14.2,3).
3. No Novo Testamento. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 2 1.5) é o cumprimento de Zacarias 9.9, e que o Messias seria traspassado por uma espada (12.10; Jo 19.37; Ap 1.7). Da mesma forma a profecia do Pastor ferido (13.7; Mt 26.31).

VII. O LIVRO DO PROFETA MALAQUIAS
1. Malaquias. Seu nome hebraico é Mala kh-Yah, que significa “anjo”, ou “mensageiro de Jeová”. A Septuaginta traduziu o termo hebraico acima por angelou autou, que significa “seu anjo”, ou “mensageiro”.
2. Seu ministério. Parece que o ministério de Malaquias coincide com o período em que Neemias havia retornado à Babilônia, “no ano trinta e dois de Artaxerxes” (Ne 13.6,7), uma referência a Artaxerxes 1, da Pérsia, que reinou entre 464 e 423. A mensagem de Malaquias teve lugar numa época em que o Templo já estava construído. O problema não era mais a falta do Templo para adorar a Deus, mas a decadência espiritual e o indiferentismo religioso do povo.
3. Conteúdo. A infidelidade dos sacerdotes (1.12,13) e as advertências do profeta continuam no capítulo 2, até o versículo 9. A reprovação divina também inclui os casamentos mistos e a proliferação do divórcio. É parte da frieza espiritual o desprezo pelos dízimos e ofertas (3.7-11). O capítulo 4 reaviva a esperança messiânica com a promessa do “Sol da Justiça” (4.2).
4. No Novo Testamento. O profeta Malaquias anunciou a vinda de Elias, a quem o Novo Testamento identifica na pessoa de João Batista, o precursor do Messias (3.1; 4.5,6; Mc 1.2; Mt 11.10,14; 17.11). Não há qualquer contradição quanto a Elias e João Batista. Eles tinham muitas similitudes em seus ministérios. Em Lucas 1.17, “no espírito e virtude de Elias” tão- somente significa que João Batista tinha um caráter como o de Elias: enérgico, positivo, impetuoso, zeloso e espiritual.

VIII. OS PROFETAS MAIORES
Houve entre o povo os profetas orais, ou melhor, os que não escreveram suas mensagens, e os profetas literários, estes divididos em dois grupos: Profetas Maiores (cinco) e Profetas Menores (doze). Foram assim classificados por Agostinho em virtude do volume de seus escritos. Os Profetas Maiores são: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel, que constituem o assunto da lição de hoje.

IX. LIVRO DE ISAIAS
1. Isaías. Isaías, o mais ilustre dos profetas literários, é conhecido como o profeta messiânico, pois o seu livro é o que mais faz menção da vinda do Messias. Nada sabemos sobre Amos, o pai de Isaías (1.1), porém o Talmude afirma que era irmão do rei Uzias. Assim, Isaías seria sobrinho de Uzias, rei de Judá. Isaias exerceu o ministério de profeta e conselheiro da corte, e viveu entre 740 e 660 a.C. Foi contemporâneo de Oséias, Amós e Miquéias (Os 1.1; Am 1.1; Mq 1.1).
2. O livro. O livro recebe o nome de seu autor, Isaías, que em hebraico é Yeshaiahu, “Jeová é Salvação”. É o primeiro dos Profetas Posteriores, no cânon judaico, vindo logo depois dos livros dos Reis e seguido de Jeremias, Ezequiel e os Profetas Menores.
3. Conteúdo da primeira parte. O livro apresenta duas partes principais: a primeira, que compreende os capítulos 1-3 9, e a segunda, os capítulos 40-66; apresentando assim uma similaridade face aos 39 livros do Antigo Testamento e os 27 do Novo, havendo nisso também uma semelhança de conteúdo.
a) Contra as nações inimigas. A primeira parte consiste em discursos e mensagens proféticas visando, em primeiro plano, tudo o que diz respeito à vida e à piedade, ao bem-estar social e espiritual da nação eleita. Entretanto, há também advertências contra as nações inimigas, como a Babilônia (13.14- 23) e as nações vizinhas, a Filístia (14.28-32), Moabe (15; 16), Síria (17), Egito (19-20), Edom e Aribla (21.11-17).
b) Alusões históricas. Há, ainda, nessa primeira parte, alusões históricas como sua chamada no capítulo 6; a aliança entre o Reino do Norte e Rezim, rei de Damasco, para destruir a casa de Davi; ocasião da promessa do Messias e seu nascimento de uma virgem (7.14). Relata também como Deus acrescentou mais 15 anos de vida ao rei Ezequias (38), e a invasão de Jerusalém por Senaqueribe, rei da Assíria, e sua derrota (39).
c) Profecias messiânicas e escatológicas. Há profecias messiânicas (9.1-6; 11.1), e também escatológicas para o Milênio nos capítulos 2-4 e 11. A mensagem profética: “Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (2.4), encontra-se na entrada da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

4. Conteúdo da segunda parte. Trata-se de uma mensagem profética e ininterrupta, diferindo assim da primeira parte. Começa com uma palavra de conforto (40.1), tendo como ponto de partida o cativeiro, previsto em 39.5-8. É um longo discurso de livramento e de promessas escatológicas de esperança — quer para Israel, quer para o mundo — por intermédio de Jesus Cristo (60.3; 66.12; Ap 21.24). Essa diferença entre as duas partes fez os críticos forjarem a Teoria do Deutero-Isaías, isto é, o segundo Isaías. Todavia há inúmeras citações de ambas as partes do livro de Isaias no Novo Testamento: da primeira (29.13; Mt 5.7,9), e da segunda (53.l; Jo 12.38) logo, essa teoria não passa de falatório vazio, humano.

X. O LIVRO DE JEREMIAS
1. Jeremias. Seu nome hebraico é YiremeYahu “Jeová eleva” ou “Jeová lança”. Foi perseguido pela casa real em Jerusalém muitas vezes (37.15), e após a destruição da Cidade Santa foi levado ao Egito, contra a sua vontade. A tradição judaica diz que morreu em Mênfis, no Egito, por volta de 577 a.C. (43.4- 7). Viu a destruição de Jerusalém e chorou por ela. É também conhecido como o Profeta das Lágrimas.
2. Conteúdo. Seus discursos são intercalados pela história do próprio profeta e também pela de seu povo. Essas profecias não estão dispostas na mesma seqüência cronológica em que foram pronunciadas. O livro abrange o reinado de Josias e vai até o cativeiro na Babilônia.
a) Profecias contra as nações inimigas. Há uma série de profecias contra as nações inimigas, proferidas em datas diferentes e agrupadas a partir do capítulo 46, envolvendo o Egito, Filistia, Moabe, Amom, Edom, Síria, Elão e Hazor; considerando que os capítulos 50 e 51 falam acerca da Babilônia. O último capítulo descreve a destruição de Jerusalém e o cativeiro de Judá (52).
b) Promessa de retorno da Babilônia. Duas vezes a palavra profética fala do retorno de Judá após os 70 anos na Babilônia, que deu ao povo esperança da reconstrução nacional (25.11; 29.10). Jeremias anunciou a vinda do Messias, o rei da descendência de Davi (23.5,6). O livro é citado muitas vezes no Novo Testamento (31.15; Mt 2.17,18).

XI. LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
1. Título. Seu título em hebraico é Eichah, “como?”, a primeira palavra do livro. Na Septuaginta seu nome é Threnoi, no singular threnos, que significa “lamento, gemido, cântico de dor, cântico fúnebre”. É o quarto livro dos Hagiógrafos, no Megilloth, no cânon judaico; e é lido no dia 9 de Abe (julho- agosto), data do jejum pela destruição do Templo (2 Rs 25.8,9).
2. Conteúdo. São cinco capítulos compostos em forma poética, como um apêndice às profecias de Jeremias. O livro é, na verdade, o cântico fúnebre da cidade, exprimindo o sentimento de dor em decorrência da desolação de Jerusalém e destruição do Templo. Rico em expressão patriótica, seu objetivo é trazer os judeus ao arrependimento e ensinar o povo a se humilhar ante o castigo divino. No Novo Testamento temos uma possível alusão a Lamentações (3.45; 1 Co 4.13).

XII. O LIVRO DE EZEQUIEL
1. Ezequiel. Seu nome hebraico é Yehez’qel, “fortalecido por Deus”. É o terceiro livro dos Profetas Posteriores no cânon judaico. Um dos profetas do cativeiro, juntamente com Daniel. Foram levados na primeira deportação para Babilônia. Junto ao rio Quebar profetizou durante 22 anos (1.1; 43.3).
2. Conteúdo. O livro está dividido cronologicamente em duas partes: antes e depois da queda de Jerusalém.
a) A primeira parte. Os primeiros 24 capítulos são profecias anteriores à queda de Jerusalém. Neles estão registradas as visões da glória de Jeová, predição da destruição de Jerusalém e do Templo, idolatria no Templo e prenúncio da retirada da glória de Deus do Templo e da cidade (10.18; 11.23). Traz também uma série de advertências quanto aos falsos profetas e aos reis de Judá, afirmando que seus pecados eram idênticos aos das Dez Tribos do Norte.b) A segunda parte. A segunda parte começa com predições contra sete nações: Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito (25-32). Os capítulos 33 a 39 descrevem o retorno dos judeus dispersos à terra de seus antepassados. Profecias sobre a restauração nacional, que se cumprem em Israel na atualidade. A mensagem profética contida neste livro prevê que, antes da restauração espiritual de Israel, virão Gogue e seu bando para invadir a Terra Santa, e ali serão derrotados. Nesse contexto, estão presentes as profecias messiânicas, algumas vezes, de maneira explícita (37.25).
c) A parte final. Ezequiel conclui sua mensagem com o Milênio, trazendo a descrição do novo Tem- pio e da restauração da ordem no país (40-48). O livro é citado várias vezes no Novo Testamento, sendo que a maior parte se acha em Apocalipse. Em Mateus 32.7; 24.29 e Apocalipse 26.16,17; 18.9,10.

XIII. O LIVRO DE DANIEL
1. Daniel. Foi levado cativo para a Babilônia ainda jovem. Testemunhou a queda da Babilônia e continuou no reino da Pérsia como ministro de estado. Seu nome hebraico é Daniyel, que significa “Deus é meu Juiz”, nome mudado na corte de Nabucodonosor para Beltessazar (1.7), isto é, “Bel proteja sua vida”. Bel era uma divindade pagã na Babilônia.
2. Conteúdo. O livro faz parte dos Históricos, nos Hagiógrafos, no cânon judaico, e não dos Profetas (no referido cânon). Está dividido em duas partes: histórica (1-6) e apocalíptico-profética (7- 12). O próprio Daniel toma parte na história que escreve como profeta, conselheiro do rei Nabucodonosor e estadista. A segunda parte é apocalíptica e fala dos quatro últimos impérios mundiais que surgiram depois do profeta. Ele é citado por nome pelo Senhor Jesus (Mt 24.15).

CONCLUSÃO
Os Doze Profetas são considerados como um só livro desde o Período Interbíblico. Isso significa que todos os livros desses Profetas Menores são inspirados e reconhecidos no Novo Testamento, ainda que alguns deles não sejam citados de maneira direta, como Obadias e Sofonias. O Antigo Testamento anuncia bênçãos para toda a humanidade. Através de Jesus, cada crente pode hoje oferecer a Deus adoração pura e sincera: “Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 1.11). É um convite para todos os povos adorarem a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.2 3). Os profetas eram porta-vozes de Deus para ensinar o povo e anunciar as coisas futuras. Os sacerdotes apresentavam o povo a Deus; e os profetas, Deus ao povo. Nenhum povo da Terra experimentou o privilégio de ser instruído pelo Todo-Poderoso por meio dos profetas, a não ser Israel. Este, um povo privilegiado. Porém, privilégio implica responsabilidade, e nisso Israel falhou e sofreu as conseqüências.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus e Publicado no EBDweb

Referências:
Lições bíblicas CPAD 2003
Bíblia de Estudo Pentecostal