quinta-feira, 24 de novembro de 2011

FESTIVIDADE

COMEÇA HOJE!!!!

8º CONGRESSO DO GRUPO VOZES DE CANAÃ

Preletor: dia 24 -  Pr. Dr. Alvaro de Oliveira - Pastor Presidente

             dia 25 - Irmã Janete - Congregação Sítio dos Vianas

             dia 26. - Irmã Denise - AD do Belém - São Bernardo do Campo - SP


PARTICIPE.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

LIÇÃO 03 - E B D - 4º TRIMESTRE

LIÇÃO 03 – APRENDENDO COM AS PORTAS DE JERUSALÉM


INTRODUÇÃO
Quando Neemias perguntou a Hanani pelos judeus que restaram do cativeiro, e por Jerusalém, ele lhe
respondeu dizendo: “... os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em
grande miséria e desprezo, e o muro de jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo” [(Ne 1.3)
grifo nosso]. Assim, o grande desafio de Neemias não era apenas edificar os muros de Jerusalém, mas também,
suas portas. Por isso, ele disse ao rei Artaxerxes: “Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o
lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?” [(Ne 2.3)
grifo nosso]. Nesta lição aprenderemos, não apenas sobre as portas de Jerusalém, mas também, o que elas representam para nossa vida espiritual.

I – AS PORTAS NOS TEMPOS BÍBLICOS
A arqueologia nos mostra que as portas dos tempos bíblicos variavam de acordo com a época, o tipo de
construção e as posses do construtor. Geralmente, elas eram feitas de bronze (Sl 107.15,16), de ferro (At
12.10), e de madeira (Ne 3.6).
1.1. As Portas de Jerusalém. O capítulo três do livro de Neemias descreve a edificação dos muros e das portas de Jerusalém. Neste capítulo, percebemos claramente o esforço, entusiasmo e ação conjunta, não só de Neemias, mas de todo o povo para trabalhar, inclusive, sacerdotes (Ne 3.1,21,22,28), mulheres (Ne 3.12), mercadores (Ne 3.31), e ourives (Ne 3.31,32). Apesar das muitas oposições e dificuldades, o povo se empenhou a trabalhar na restauração dos muros, mas também das portas, que impedia a entrada de estranhos, mas, possibilitava o acesso àqueles que eram autorizados. E, por medida de segurança, colocaram também ferrolhos e fechaduras nas portas (Ne 3.3,6,13,14,15).
1.2. A Metáfora das Portas. Porta é uma abertura para entrada e saída. No sentido espiritual, a Bíblia descreve diversos tipos de porta, tais como: a porta da fé, que foi aberta também para os gentios (At 14.27); a porta da oportunidade, para a propagação das boas novas de salvação (I Co 16.9;II Co 2.12); a porta da Palavra, aberta para os pregadores do Evangelho (Cl 4.3). Metaforicamente, podemos dizer que cada pessoa tem uma “porta” de acesso, onde Cristo bate à mesma (Ap 3.20) pedindo permissão para controlar a sua vida e conduzi-la à vida eterna (Jo 10.9). Podemos afirmar também que, cada porta de Jerusalém, fala de um aspecto de nossa vida espiritual.

II – AS PORTAS DE JERUSALÉM
Encontramos no livro de Neemias referência a diversas portas, onde cada uma delas nos ensinam sobre
um aspecto de nossa vida espiritual. Vejamos:
2.1. Porta do Gado (Ne 3.1,32; 12.39). Também chamada de Porta das Ovelhas (ARA), a Porta do Gado era o portão usado para fazer as ovelhas entrarem na cidade em direção ao Templo, para o sacrifício. Foi a primeira porta a ser restaurada, e nela trabalharam o sumo sacerdote Eliasibe e outros sacerdotes. Através desta porta, aprendemos sobre a prioridade da restauração do culto ao Senhor. Não é à toa que a restauração das portas de Jerusalém teve início com esta porta.
2.2. Porta do Peixe (Ne 3.3; 12.39). Possivelmente, esta porta recebe este nome porque através dela entravam os comerciantes de peixe na cidade, onde havia um mercado próximo. Restaurar a Porta do Peixe tem o sentido de restabelecer o compromisso com a Evangelização (Mc 16.15; At 1.8), pois, o próprio Senhor Jesus nos chamou para sermos pescadores de homens (Mt 4.18-20). Mas, há um fato interessante a ser observado: Além de restaurar a porta, os filhos de Hassenaá colocaram também fechaduras e ferrolhos. Isto nos ensina que não basta evangelizar, mas também ensinar (Mt 28.19,20) e fechar as portas para heresias e filosofias humanas.
2.3. Porta Velha (Ne 3.6). Não sabemos ao certo o por quê desse nome. Possivelmente por tratar-se de uma porta muito antiga. Mas, o fato de ser antiga não significa que ela não fosse importante. Por isso, ela também deveria ser restaurada! Restaurar a Porta Velha significa valorizar as coisas antigas, como a Bíblia, por exemplo, que, apesar de ser um livro tão antigo, jamais perdeu o seu valor, pois o tempo não exerce nenhuma influência sobre ela. Ela continua sendo o livro mais lido, mais vendido, mais conhecido e mais traduzido em todo o mundo. Como disse o profeta Isaías “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a Palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8).
2.4. Porta do Vale (Ne 3.13). Esta porta dava acesso a um vale ao lado oeste de Jerusalém. Foi por ela que
Neemias iniciou e concluiu a inspeção dos muros de Jerusalém, antes de iniciar a reconstrução (Ne 2.1315).
Vale é uma depressão de terra entre lugares elevados, como montes ou montanhas, por exemplo. Restaurar a Porta do Vale significa reconhecer a importância dos vales em nossa vida. Isto porque todos nós nos deparamos com muitos “vales” em nossa jornada rumo ao céu. Porém, o mais importante é saber que Deus está conosco, ainda que estejamos no vale da sombra e da morte (Sl 23.4).
2.5. Porta do Monturo (Ne 3.14). Esta porta era aberta frequentemente para que os moradores levassem o lixo da cidade para ser queimado no vale de Hinon. Restaurar a Porta do Monturo significa dizer que não devemos permitir que o “lixo” deste mundo esteja em nós, pois já fomos lavados, santificados e justificados (I Co 6.11). Isto nos faz lembrar a Santificação Progressiva, que ocorre no nosso dia a dia (Pv 4.18; I Pe 1.15,16).
2.6. Porta da Fonte (Ne 3.15). Esta porta recebe este nome porque dava acesso ao tanque de Siloé, onde,
centenas de anos depois, um cego de nascença lavou-se depois de Jesus untar-lhe lodo nos olhos (Jo 9.15).
Diversos usos figurados podem ser feitos sobre as fontes. Por exemplo: Deus é a fonte de todo o bem (Sl 36.9; Jr 17.13); Tg 1.17); a graça de Deus assemelha-se a uma fonte (Is 41.18; Jl 3.18); bem como a Igreja (Ct 4.18; Is 58.11) e a Bíblia, que é a fonte inesgotável da sabedoria, e é a principal fonte para o ensino, pregação e prática da vida cristã.
2.7. Porta das Águas (Ne 3.26). Esta porta ficava ao lado Oriental do Monte Sião, defronte da casa de Gion. Foi diante dessa porta que Esdras leu o livro da Lei diante de todo o povo, desde a alva até ao meio dia (Ne 8.1-8). A água purifica, refresca, sacia a sede, torna frutífero o estéril e é indispensável à vida humana. Ela é um dos símbolos da Palavra de Deus (Jo 15.3; Ef 5.26) e do Espírito Santo (Jo 3:5; 4:14; 7:38, 39).
2.8. Porta dos Cavalos (Ne 3.28). Esta porta recebe este nome porque ficava próxima ao palácio, e por ela
entravam os cavalos do rei. Foi próximo a esta porta que morreu Jezabel (II Rs 11.16; II Cr 23.15). Na Bíblia Sagrada, o cavalo é símbolo da força; e todos nós necessitamos, muitas vezes, de que as nossas forças sejam renovadas. Restaurar a porta dos cavalos pode significar, então, restaurar a porta de acesso às nossas forças espirituais, que são renovadas pelo Senhor, a nossa força (Is 40.29-31; Sl 22.19; 27.1).
2.9. Porta Oriental (Ne 3.29). O nome desta porta indica que ela ficava ao lado oriental da cidade. Depois que os judeus retornaram do cativeiro, ela passou a ser chamada de Porta do Rei (I Cr 9.17). Oriente é o lugar onde nasce o sol, e simboliza a esperança, o raiar de um novo tempo (Sl 84.11). Restaurar esta porta significa resgatar a esperança a despeito de toda e qualquer adversidade (Jó 14.7; Sl 62.5; Rm 12.12).
2.10. Porta da Guarda (Ne 3.31). Também chamada de Porta de Micfade, esta porta ficava no nordeste de
Jerusalém. Possivelmente, tratava-se de uma torre de vigia onde ficavam os guardas de Israel. Essa porta não poderia deixar de ser restaurada, pois, os inimigos de Neemias, além de tentar impedir a obra (Ne 4.8)
desejavam fazer-lhe mal (Ne 6.2). Por isso Neemias pôs guardas, mesmo durante a construção (Ne 2.21-23). Isto nos ensina sobre a necessidade de uma vida de permanente vigilância na vida espiritual (Mt 26.41; 1 Pe 5.8-9).

CONCLUSÃO
Neemias foi até Jerusalém, não apenas para edificar os muros de Jerusalém, mas também as suas
portas, pois elas seriam o meio de acesso de entrada e saída da cidade. Por isso, seria inútil reconstruir apenas os muros da cidade. Podemos observar nas páginas da Bíblia que cada uma delas recebe um nome, o que nos permite fazer uma aplicação à nossa vida espiritual. Que possamos, então, tal qual Neemias, restaurar as “portas” do culto ao Senhor, da evangelização, da Palavra de Deus, da santificação, da força espiritual e da vigilância.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada. CPAD.
BARBER, Cyril. Neemias e a Dinâmica da Liderança Eficaz. Vida.
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. O AT Interpretado Versículo por Versículo. Hagnos.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Hagnos.
KIDNER, Derek. Esdras e Neemias. Vida Nova.
PACKER, J. I. Neemias Paixão Pela Fidelidade. CPAD.

Fonte: Rede Brasil de Comunicação

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

LIÇÃO 02 - EBD 4º Trimestre

LIÇÃO 02 – LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE
INTRODUÇÃO


Nesta lição aprenderemos um pouco sobre a liderança de Neemias em meio a adversidade e o desafio de
reconstruir Jerusalém. Refletiremos sobre o conceito de liderança, o que é liderança cristã, quais as atitudes quemarcaram a liderança de Neemias e que lições podemos extrair dessas atitudes. Embora tenha vivido na época do AT,
Neemias nos ensina princípios que são aplicáveis à Igreja hodierna.

I – O QUE É LIDERANÇA?
Segundo o dicionário Aurélio, liderança é a função do líder; Capacidade de liderar; espírito de chefia; forma ou denominação baseada no prestígio pessoal e aceita pelos dirigidos. No sentido etimológico, liderança está mais ligada a administração de pessoas ou recursos baseados em uma capacidade técnica ou inata, adquirida ou aprendida para o desenvolvimento e alcance de objetivos por determinado grupo ou empresa.

II – O QUE É LIDERANÇA CRISTÃ?
Segundo o Pr. Antônio Gilberto é a liderança exercida pelo cristão (a pessoa que Deus escolhe, dirige, e
capacita, para administrar a sua obra e o seu povo conduzindo-o como pessoas). Liderança nesse sentido é um dom de Deus concedido a quem ele quer, visando um propósito definido (Jr. 3.15; 23.4; 1 Cor. 12; Ef. 4.7-12); Moisés foi preparado “no Egito e no deserto de Midiã” (At 7.22; Ex. 3.1); Josué foi preparado “através do convívio com Moisés” (Ex. 24.12-14; 33.11; Nm 27.18); Davi foi preparado “cuidando de ovelhas” (1 Sm 16.11; 2 Sm 7.8); Eliseu foi preparado “derramando água nas mão de Elias” (2 Rs 3.11); Timóteo teve em “Paulo uma fonte de inspiração” (At 16.1-3; 2 Tm 1.3-6). Assim também Neemias foi preparado por Deus na corte do rei para a reconstrução de Jerusalém (Ne 1).

III – QUAIS ATITUDES MARCARAM A LIDERANÇA DE NEEMIAS?
De acordo com Lopes (2008, p.41-54), algumas atitudes de Neemias foram decisivas no enfrentamento das
crises. São elas:
3.1. Uma preparação necessária (Ne 2.1) – Nessa atitude aprendemos quatro lições com Neemias:
3.1.1. Neemias sente-se chamado por Deus para realizar o sonho da reconstrução de Jerusalém – o conhecimento da situação do povo o responsabilizou. Ele teve coragem para fazer perguntas e daí surgiu sua vocação (Ne 1.2,3);
3.1.2. Neemias chora, ora e jejua durante quatro meses antes de começar a agir (Ne 1.4) - Antes de sermos usados por Deus, precisamos ser quebrantados (Sl 51.17)
3.1.3. Neemias compreende que a reconstrução passa pela decisão política do rei (Ne. 2.4-8). Mudar a política do rei se constituía uma missão impossível, porém Deus realizou.
3.1.4. Neemias aguarda o tempo certo de agir (Ne 2.11-16) – ele orou durante quatro meses. Intensificou sua oração no dia em que foi falar com o rei (1.11). Ele esperou um dia de festa, em que a rainha estava presente (2.6).
3.2. Uma atitude certa diante dos homens (2.1-9)
3.2.1. Neemias demonstra uma tristeza incomum diante do rei (Ne 2.1) – Neemias era um homem alegre. Mas o problema do povo de Deus era seu problema.
3.2.2. Neemias demonstra sua fidelidade ao rei (Ne 2.3) – Fidelidade é a marca dos homens usados por Deus.
3.2.3. Neemias demonstra tato na abordagem (Ne 2.3) – O rei poderia suspeitar de Neemias de alguma trama ou bani-lo ou mesmo matá-lo, porém Neemias demostra habilidade na condução do problema.
3.2.4. Neemias demonstra clareza em seus propósitos (Ne 2.5) – Os alvos de Neemias eram bem claros. Ele precisava:
1. Que o rei mudasse sua política acerca de Jerusalém;
2. Que fosse enviado pelo rei com a missão de reconstruir Jerusalém;
3. De cartas de recomendação do rei; 4. De provisão para obra; e
5. De proteção para a viagem.

3.3. Uma atitude certa diante de Deus (Ne. 2.4,8b)- Neemias buscou a direção de Deus antes de agir (1.11;2.4) e tributou a Deus o sucesso da causa (2.9).
3.4. Uma atitude certa diante dos inimigos – Os inimigos não tardaram em aparecer. Enquanto Jerusalém estava em ruínas os inimigos estavam quietos. Ao tomarem conhecimento de que Neemias estava reedificando os muros, os inimigos se manifestaram.
3.4.1. Os inimigos (Ne 2.19)
3.4.1.1. Sambalate, o horonita. “Era nome babilônico. Ao que tudo indica, teria habitado na região de Bete-Horon, ao sul de Efraim (Js 10.10; 2 Cr 8,5), sua cidade natal. A única coisa que sabemos com certeza é de que ele tinha algum tipo de poder civil ou militar em Samaria, no serviço ao rei Artaxerxes(Ne 4.2)1.1 R.N.Champlin. O Antigo Testamento Interpretado Vers. por Vers., Dicionário, p. 5229
3.4.1.2. Tobias, o servo amonita. “Provavelmente um oficial do governo persa”[...] “era altamente favorecido pelo sacerdote Eliasibe, que lhe concedeu uma sala para ocupar nas dependências do Templo em Jerusalém”2.
3.4.1.3. Gesém, o arábio. “Seu nome figura exclusivamente no livro de Neemias (2.19; 6.1,2,6). Era árabe, inimigo dos judeus que voltaram do cativeiro babilônico para a Terra Santa. Opunha-se aos desígnios do governo judaico, tomando o como sedicioso e sujeitando-o ao ridículo. Por essa razão, foi que Gesém participou ativamente do conluio de Tobias contra a segurança de Neemias3.
3.4.2. Atitude de Neemias frente aos inimigos – A atitude de Neemias frente aos inimigos nos dá princípios espirituais que podem ser utilizados também nos desafios enfrentados pela Igreja:
3.4.2.1. Neemias examinou a situação (Ne 2.11-16);
3.4.2.2. Demonstrou confiança em Deus (Ne 2.20;4.20);
3.4.2.3. Buscou a Justiça de Deus (Ne 4.4-5);
3.4.2.4. Preparou-se para a batalha (Ne 4.9,13);
3.4.2.5. Animou o povo (Ne 4.14);
3.4.2.6. Manteve-se vigilante (Ne 4.16-18,21-23).

IV – QUAIS AS LIÇÕES QUE EXTRAÍMOS DA LIDERANÇA DE NEEMIAS?

Entre as diversas lições, conforme destaca Andrade (2010, pp.39-49) podemos apresentar duas: A importância do Planejar e Liderar com eficiência.

4.1. A importância de Planejar – A vida de Neemias nos mostra a relevância do planejamento das atitudes a serem tomadas na liderança, isto porque:
4.1.1. Planejar envolve enfrentar o Impossível- Neemias tinha um grande desafio pela frente. O líder deve sempre enfrentar obstáculos.
4.1.2. Planejar envolve prever as necessidades (Ne. 2.7-10); Neemias precisava de cartas para os governadores (v.7), permissão para transitar; carta para Asafe, guarda das matas (v. 8), material para o trabalho e Oficiais do exército (v.9), segurança e credenciamento. O líder sempre se antecipa aos problemas e elenca as necessidades.
4.1.3. Planejar envolve fazer um levantamento cauteloso da situação (v. 11-16) – Neemias não se precipitou para a ação nem para a conversa (v. 11-12); buscou mais informações sobre a situação local (v. 13-15); aguardou o momento certo para agir(v.15); não expôs idéias semiformadas (v. 16) e impediu que os inimigos soubessem dos planos e preservou o despertamento dos líderes locais. O líder sempre enxerga algo que os outros não conseguem, por isso a cautela sempre será uma virtude em sua vida.
4.1.4. Planejar envolve motivar o povo (v. 17-18) “Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito; então disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem”.

4.2. Liderar com eficiência – A Liderança eficaz de Neemias nos ensina que:
4.2.1. Liderar envolve cooperação – O corpo de Cristo expressa unidade. Em 1 Cor 12.12-27 e Ef. 4.11-16, a unidade gera cooperação, e essa, edificação.
4.2.2. Liderar envolve vocação - Deus não chama a todos à liderança, mas todos são importantes no corpo (1 Cor 12.22);
4.2.3. Liderar envolve delegação – A distribuição e diversidade de serviços no Corpo de Cristo refletem a finalidade para qual cada membro do corpo foi designado, mostrando a distribuição equitativa que visa o aperfeiçoamento (treinar, capacitar) os santos (crentes) para o serviço (Ef. 4.11-12).

CONCLUSÃO
Somente com uma vida pautada na dependência de Deus e compromissados com sua Palavra é que
conseguiremos vencer os grandes desafios que nos deparamos diariamente. Neemias é o exemplo de um líder abnegado, compromissado, intercessor e acima de tudo obediente ao chamado e aos propósitos de Deus.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Geraldo Henrique de. Esdras e Neemias, uma perspectiva de liderança. Editora Cristã Evangélica
BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz, Vida.
GILBERTO, Antônio. Apostila de Seminário de Liderança Cristã.
LOPES, Hernandes Dias. Neemias, um líder que restaurou uma nação, Hagnos
NORMAN. Russel Champlin. Antigo Testamento interpretado versículo por versículo, Candeia.
RENOVATO, Elinaldo,Livro de Neemias, Integridade e Coragem em Tempos de Crise, CPAD.

Fonte: RBC - Lições Biblicas

EBD - 4º TRIMESTRE

QUANDO A CRISE MOSTRA A SUA FACE - Lição 1

A existência humana é marcada por altos e baixos, isto é, por sucessos e fracassos. Na experiência da fé o sucesso individual ou coletivo está diretamente relacionado a capacidade humana em entender e submeter-se a vontade de Deus. No Salmo primeiro temos uma perfeita noção dessa realidade. Em maior parte os momentos de crise vivenciados pelo povo de Deus, conforme registrado no Antigo Testamento através relato na história do povo Hebreu, ocorreram como resultado da desobediência e pecados cometidos pelo povo de Deus num contexto geral. Todavia, nem sempre as crises que homens e mulheres crentes enfrentam são geradas pelos seus próprios erros. Nesse contexto as crises se constituem em grandes oportunidades para testarmos a nossa própria determinação, a nossa capacidade de perseverarmos sem jamais aceitarmos a decretação miséria. Como nos diz salmista no Sl 20.8 “uns se encurvam e caem, mas nós levantamos e estamos de pé”. Os que se encurvam são aqueles que desistem quando a crise apresenta a sua verdadeira face, perdem a esperança, entregam as armas e assumem a fatalidade da derrota. A fé em Deus proporciona uma esperança ilimitada, e uma capacidade para se enxergar possibilidades além de qualquer previsão humana. Aquele que tem fé ainda que venha cair, mesmo assim encontrará forças para levantar e continuar de pé para enfrentar a crise com postura, integridade, fibra de caráter e esperança na certeza de que dias melhores hão de chegar. A nossa primeira lição do último trimestre/2011 traz uma abordagem sobre um desses momentos críticos vivido pela nação judaica alguns anos após o exílio babilônico. Tudo começa quando um hebreu chamado Neemias, provavelmente um descendente de uma família da nobreza judaica e também da linhagem davídica, que estava a serviço do Rei da Pérsia, Artaxerxes I, recebeu uma comitiva de Judeus oriundos de Jerusalém que lhe trouxeram notícias sobre a caótica e decadente situação em que se encontrava a cidade de Jerusalém.


CONTEXTO SOCIAL E POLÍTICO RELACIONADO COM O “PROJETO NEEMIAS”

Os dois primeiros capítulos do livro de Neemias introduzem o “projeto de Neemias” ; reedificar a cidade de Jerusalém (Ne 2.5). O texto de Ne 1-2 forma um pequeno bloco literário e de conteúdo coeso dentro do livro de Neemias. A maioria dos estudiosos entende que o texto é composto por duas partes perfeitamente relacionadas, cujo o tema principal é o estado e destruição de Jerusalém. Falar de programa de reconstrução de Jerusalém e reorganização de Judá não significa dizer que houve um programa com metas estabelecidas que se queria atingir; significa muito mais descrever o processo dentro do qual Judá foi sendo reorganizado. Ao que parece, esse processo foi deveras complicado. Não se pode esquecer também que o período entre a destruição de Jerusalém e a reconstrução de seu muro foi de quase um século e meio. É importante ficarmos cientes que no período exílico, Judá não era um “deserto populacional” como alguns pensam. Segundo algumas pesquisas, a população de Judá nesse período girava em torno de 180.000 habitantes. Conforme o Livro de Esdras, já no primeiro ano após a conquista da Babilônia (538 a. C.), Ciro autorizou o retorno dos exilados e a reconstrução do templo de Jerusalém. O ponto inicial para o processo da volta dos exilados foi a promulgação do Edito de Ciro, cuja a variante do texto aramaico se encontra em Ed 6.3-5. São mencionados vários grupos que retornaram do exílio. Ainda de acordo com estudioso Kreissig, na metade do V a. C. a população de Judá já contavam com aproximadamente 210.000 pessoas, correspondendo a uma densidade demográfica em torno de 130 habitantes por Km quadrado. A descrição do estado de Jerusalém por ocasião da chegada de Neemias parece evidenciar que a cidade e o templo foram restaurados em períodos diferentes, de modo que faz sentido encontrar diferentes tradições acerca de pessoas que reedificaram o templo (Ed 1 e 3). Os livros dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias parecem revelar que o interesse de reconstrução em Jerusalém, nas primeiras décadas, foi muito mais no âmbito particular. Isso a tal ponto que Ageu critica severamente tal comportamento: “Acaso é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?” (Ag 1.4). Quando Neemias chegou a Jerusalém em 445 a. C., ainda encontrou a cidade de Jerusalém em situação desoladora. Os muros estavam destruídos a cidade em situação desoladora. Os muros estavam destruídos e o portões queimados (Ne 1.1-13). Todavia, mesmo após a reconstrução dos muros, a cidade ainda estava quase desabitada (Ne 7.4). Tudo parece indicar que ela voltou a ter uma vida ordinária, mas que de certa forma Jerusalém ainda não havia se tornado um pólo próspero e atrativo até a metade do V século a.C.


Um pouco antes da atuação de Neemias, a dinastia aquemenida tinha estado envolvida com assassinatos na disputa pelo trono. Xerxes (486-465 a.C.) fora asssssinado em 465 a.C., quando assumiu seu filho, Artaxerxes I (465-424 a.C.). Para galgar o trono, ele teve que mandar eliminar os seus irmãos. Quando Neemias chegou a Jerusalém em 445 a. C., pobreza e penúria reinavam na cidade. A partir do livro do profeta Malaquias são conhecidos alguns males morais e cultuais da vida comunitária. Algumas pesquisas têm chegado a conclusão de que a indicação de Neemias para a reconstrução do muro foi favorecida por uma forte motivação política, tendo em vista a ocorrência de revoltas em algumas Satrapias, o império buscava uma situação mais estável ou mais eficácia da administração persa em Judá. Talvez o rei achasse sensato reconstruir Jerusalém, a fim de ter um pequeno forte ao sul de Judá. Além do mais, era muito importante que na Judéia houvesse um súdito leal a ao rei, considerando-se as recentes rebeliões havidas. A grande maioria dos estudiosos vincula a destruição mencionada em Ne 1.2-3, de uma outra maneira, com o relato de Ed. 4.23. Os acontecimentos narrados em Ed 4.7-23 devem ser datados nos primeiros anos do reinado de Artaxerxes I. Neste período os habitantes de Samaria e os funcionários persas de Samaria procuravam dificultar a reconstrução de Jerusalém, especialmente do muro. A partir de Ed. 4.23 e de Ne 1.1, Schneider entende que inclusive uma parte da cidade, que havia sido restaurada, foi novamente destruída com violência e fogo. Para ele, a situação relatada pelas pessoas que vieram de Judá é conseqüência do mais recente decreto de Artaxerxes I (Ed 4.17-23), que determinou a interrupção da obra de restauração de Jerusalém. Outros estudiosos também concordam que a destruição relatada para Neemias deve ter tido lugar algum tempo após a missão de Esdras.

A ORAÇÃO É O PRIMEIRO RECURSO DE NEEMIAS

Neemias estava vivendo em uma situação muito confortável e de muito status político e social. Na nossa compreensão, conforme os nossos padrões profissionais, a profissão de copeiro, ainda que fosse do presidente da república, nunca seria encarada como um alto posto nos dias atuais, porém, naquele contexto a situação era bem diferente. O copeiro o rei era uma pessoa de sua extrema confiança, pois, ele era o responsável para impedir que o rei viesse a ser envenenado, participava de grande parte da privacidade do rei e muitas vezes se tornava confidente dele, o que nos parece ter sido o caso de Neemias. O fato de Artaxerxes questionar Neemias sobre a angustia que ele expressava por meio do semblante, demonstra que o rei tinha uma certa afinidade por ele, pois, geralmente os reis persas se mostravam indiferentes aos problemas sentimentais dos seus súditos e não costumavam misturar problemas pessoais com profissionais. A função de copeiro rei era tão importante, que alguns deles, muitas vezes exerciam paralelamente a essa função, altos cargos na administração pública, a semelhança de um ministro de estado. A abertura da oração de Neemias tem um paralelo com Dn 9.4. A linguagem deuteronomista perpassa toda a oração. Ela indica que Neemias era bem versado nessa linguagem e um estudioso das Escrituras, do contrário não poderia usar o AT tão livremente, como se pode perceber também em outras partes do livro (Ne 13.10,12,15). Neemias introduz a oração, não para comprovar sua piedade, mas para levar à presença de Deus toda problemática da qual tomou conhecimento. Neemias expressa sua fé quando recorre à oração. Ele reconhece que Deus é “grande e temível”, único e universal, é o Deus dos céus”. Todavia, o Deus que terá misericórdia dos que estiverem prontos ao arrependimento. Neemias se atém, assim, á promessa de que Deus é fiel àqueles que permanecem fiéis ao Senhor e mantém a sua aliança. É na lembrança dessa promessa que Neemias baseia sua esperança: Deus ouvirá sua oração. Miséria e exílio são conseqüência da ira divina. Neemias invoca Deus, pedindo sua atenção (v.6) e apresentando-lhe a confissão de pecados, dos seus próprios e dos seus irmãos (VV. 6-7). No reconhecimento de que a pessoa só pode estar diante de Deus depois de confessar sua culpa, o primeiro conteúdo concreto da oração é a confissão de culpa. A auto-inclusão de Neemias nessa confissão demonstra sua honestidade. Após a confissão de pecados, segue-se o pedido de fato: Deus havia anunciado o exílio como castigo para a quebra da fidelidade, mas também havia prometido salvação aos arrependidos (Dt 30.1-5). Neemias está apelando para a promessa de Javé. O apelo de Neemias é um apelo à misericórdia de Deus. A situação de Judá mostra que Deus cumpriu sua palavra, quando disse que puniria o povo se este persistisse no pecado. Neemias vê essa condição calamitosa de Judá como indicação do poder de Deus (Jr 18.6). Dessa forma, ele defende que Deus é igualmente capaz para restaurar a sorte de Judá, desde que haja sinais de arrependimento. No final da oração, Neemias volta a invocação inicial de que Javé lhe ouça a oração, mas agora com um aspecto muito concreto: que ele, Neemias, encontre um ouvido aberto da parte do rei. O pedido de que “seja bem-sucedido hoje o teu servo” (v.10) deve se referir aos planos de Neemias de reconstruir Jerusalém; que Neemias tenha sucesso no seu arrependimento de pedir ao rei que lhe dê autorização para reedificar Jerusalém. Neemias sabe muito bem que sua vida estará nas mãos do rei quando fizer o pedido. Fazer tal pedido diante do rei poderia ser altamente perigoso, mesmo para alguém que era protegido por ele, pois Artaxerxes I poderia entender o pedido de Neemias como uma afronta. Sabe-se que os reis do Antigo Oriente eram muito temperamentais, e suas reações muito imprevisíveis. O livro de Ester mostra que,afinal, é sempre um risco de vida chegar diante do rei (Et 4.11-16). Mas Neemias sabe que Deus é soberano, Senhor da história. E assim, nesse contexto da oração, ele pode usar a expressão “este homem” para designar o rei. Esta expressão não é tão anormal se se considerar que ela está sendo usada em oração diante de Deus, perante o qual o rei não passa de uma pessoa qualquer que também pode ser conduzida pela vontade de Deus.Por isso, a última decisão final será dada pelo Senhor da História!

Fonte: Blog Reflexões Teológicas

terça-feira, 16 de agosto de 2011

4º TRIMESTRE 2011

LIÇÕES BÍBLICAS PARA A ESCOLA DOMINICAL

                  4º. Trimestre  de  2011





TEMA CENTRAL


NEEMIAS – Integridade e coragem em tempos de crise





Lição 1 – Quando a crise mostra sua face


Lição 2 – Liderança em tempos de crise


Lição 3 – Aprendendo com as portas de Jerusalém


Lição 4 – Como enfrentar a oposição à obra de Deus


Lição 5 – A conspiração dos inimigos contra Neemias


Lição 6 – Neemias lidera um genuíno avivamento


Lição 7 – Arrependimento, a base para o conserto


Lição 8 – O compromisso com a palavra de Deus


Lição 9 – A organização do serviço religioso


Lição 10 – O Exercício ministerial na casa do Senhor


Lição 11 – O Dia de adoração e serviço a Deus


Lição 12 – As conseqüências do jugo desigual


Lição 13 – A integridade de um líder



sábado, 30 de julho de 2011

COMENTARIO DA LIÇÃO 05 - 3º SEMESTRE

LIÇÃO 05 – O REINO DE DEUS ATRAVÉS DA IGREJA


INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos que o principal representante do Reino de Deus aqui na Terra é a Igreja. Sabemos que
o Reino vai além dela, pois esta teve sua inauguração no dia de Pentecostes e atingirá o ápice de sua glorificação quando do arrebatamento, ao passo que o Reino de Deus já existia antes dela, principalmente por meio de Israel, e continuará a existir após o arrebatamento, no Reino Milenial e na eternidade.

I – O REINO DE DEUS E A IGREJA

No Antigo Testamento, Deus mandou levantar o tabernáculo para habitar com o seu povo: “E me farão um
santuário, e habitarei no meio deles” (Ex 25.8). Ele encheu-o com a Sua glória (Ex 40.34). Também o templo foi levantado com a mesma finalidade (I Rs 6.11-13) e Deus prometeu que os seus olhos e o seu coração estariam ali para sempre (I Rs 9.3-5). Já no Novo Testamento, Deus prometeu fazer da Igreja a sua morada (Ef 2.21,22; I Co 3.16). Jesus afirmou que onde estivessem dois ou três reunidos no seu nome, ele ali estaria (Mt 18.20). É importante traçarmos este paralelo entre a Antiga e a Nova Aliança, no que diz respeito a representação do Reino de Deus.

Vejamos as similaridades de dois textos notáveis:

ISRAEL (Ex 19.5,6)                          
Propriedade peculiar
Reino sacerdotal
Nação santa Nação santa
A nação deveria levar o conhecimento do Senhor perante as demais nações
Israel falhou no seu propósito, e o conhecimento de Deus ficou mais restrito aos hebreus


IGREJA (I Pe 2.9)
Propriedade peculiar
Reino sacerdotalNação santa
A Igreja não falhou no seu propósito e continua espalhando o conhecimento do Senhor entre as nações

Apesar das muitas semelhanças, podemos mencionar duas diferenças principais entre Israel e a Igreja:

a) O sacerdócio no Antigo Pacto era restrito a uma minoria qualificada. Sua atividade distintiva era
oferecer sacrifícios a Deus em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com o Senhor (Ex 28.1; II Cr29.11). Agora, por meio de Cristo, todo crente é constituído sacerdote para serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10).
Isso significa que todo cristão tem acesso direto a Deus, através de Cristo (I Pe 3.18; Jo 14.6; Ef 2.18), deve viver em santificação (I Pe 1.14-17), deve oferecer sacrifícios espirituais (Rm 12.1,2; Fp 2.17; 4.18; Hb 13.15), deve interceder uns pelos outros (Cl 4.12; I Tm 2.1) e devem proclamar a Palavra (At 4.31; I Pe 3.15).

b) A expansão do Reino quando o seu representante era tão somente Israel quase não aconteceu. Dentre
outros motivos, estava o sentimento de exclusivismo por parte dos judeus, o que os impedia de romper as
fronteiras e as culturas das demais nações (Rm 9.1-8). Já o crescimento da Igreja e, consequentemente, do

Reino se dá exponencialmente:

• At 2.41. Quase três mil almas;

• At 4.4. Quase cinco mil almas;

• At 5.14. A multidão cresce mais e mais;

• At 13-28. Através das viagens missionárias, o Reino de Deus torna-se conhecido até além do vastíssimo

Império Romano;

• Hoje, mediante a obra missionária e o avanço tecnológico, a Igreja prega a mensagem da Palavra de Deus
de forma intercontinental, sendo ela composta de pessoas de todas as raças, línguas, tribos e nações
Não nos esqueçamos de que a Igreja é a principal representante do Reino de Deus na atual dispensação,
porém este vai além daquela, uma vez que já existia antes dela e continuará existindo após o seu arrebatamento.

II – O REINO DE DEUS PRESENTE NA IGREJA
Analisemos as três vias principais da presença do Reino de Deus na Igreja:

2.1 Na pregação cristocêntrica. Desde os primórdios a Igreja anuncia a Cristo incessantemente. Vemos isso já nos sermões dos apóstolos registrados no livro de Atos. Destaquemos alguns pontos de alguns sermões. Iniciemos com o sermão de Pedro no capítulo 2:

• vs.22 – Jesus é apresentado como aprovado por Deus e realizador de milagres e maravilhas;

• vs.23 – Jesus é mencionado como alguém que foi injustiçado;

• vs.24 – Jesus foi ressuscitado por Deus e mostrou senhorio sobre a morte;

• vs.25-28 – Jesus é o cumprimento de profecias veterotestamentárias;

• vs.32 – Jesus é digno de testemunho;

• vs.33 – Jesus foi exaltado pelo Pai e é apresentado como o que derrama o Espírito Santo;

• vs.34 – Jesus é o Senhor do rei Davi;

• vs.35 – Jesus é Senhor e Cristo.

Vejamos também o sermão de Paulo no capítulo 13:

• vs.23 – Jesus é o descendente de Davi e o Salvador de Israel;

• vs.25 – Jesus é digno de muitas honrarias;

• vs.27-29 – Jesus sofreu uma morte injusta, porém necessária;

• vs.30 – Jesus ressuscitou dos mortos;

• vs.33,35 – O livro dos Salmos testifica de Cristo;

• vs.36 – Jesus é incorruptível;

• vs.38 – Jesus é remidor de pecados;

• vs.39 – Jesus é o único justificador.

Não podemos fazer diferente. Jesus deve ser o centro de toda mensagem bíblica. Ele encarnou, viveu neste
mundo, morreu na cruz do calvário para garantir-nos a redenção, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céus e reina a direita de Deus. E continua salvando, curando, batizando com o Espírito Santo, preparando o homem e virar buscar os seus em breve.

2.2 Na comunhão. O apóstolo Paulo afirmou que o Reino de Deus consiste em justiça, paz e alegria (Rm 14.17), isso implica necessariamente numa maravilhosa comunhão entre os seus integrantes. Tal comunhão, porém, só é possível devido a ação do amor de Deus, que foi derramado em nossas vidas por meio do Espírito Santo (Rm 5.5; I Jo 1.3). A nossa comunhão com Deus possibilita a comunhão com o próximo. Uma depende da outra (I Jo 1.7).

Lembremos que a Igreja é o Corpo de Cristo, cujos membros estão bem ligados e ajustados, mantendo um
relacionamento contínuo de interdependência e cumplicidade (I Co 12.12-26). Estamos fortemente vinculados pelo amor (Cl 3.14), de forma que sentimos todos uma mesma coisa (I Co 12.26), alegrando-nos com os que se alegram e chorando com os que choram (Rm 12.15). A comunhão perfeita entre os crentes é um dos principais agentes de proclamação para o mundo (Jo 13.35).

2.3 Nas Boas Obras. O apóstolo Paulo nos diz que a salvação não é alcançada pelas obras (Ef. 2.9), porém todo salvo deve praticá-la : “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Trata-se de uma forma eficaz de proclamação da mensagem do evangelho (Mt 5.16). Tal qual Dorcas, o crente deve ser “cheio de boas obras e esmolas” (At 9.36).

Tiago foi enfático ao dizer que é impossível continuar professando a fé em Cristo sem a prática de boas obras, já que estas são uma expressão daquela (Tg 2.14-26). Atentemos para a recomendação paulina registrada em Gl 6.10: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos na fé”.

CONCLUSÃO

A Igreja é parte integrante do Reino de Deus e segue firme e inabalável na sua marcha rumo aos céus.
Muitos mais do que na Antiga Aliança, “os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.5).

REFERÊNCIAS

- Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed Cpad;

- Teologia Sistemática. Eurico Bergstén; Cpad;

- Teologia Sistemática. Stanley Horton; Cpad;

- Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Myer Pearlman; Vida Acadêmica.

Fonte: Rede Brasil de Comunicações - Recife - PE

sábado, 23 de julho de 2011

INFORMAÇÕES

Queridos irmãos e a todos que tem acessado este blog, a Paz do Senhor,

Após alguns dias sem atividades neste espaço, devido a atribuições seculares, venho retornar a postar novamente os resumos das lições da escola bíblica e outras atividades do nosso ministerio,
Que a benção de Deus estejam sobre todos vocês, abraços

Pr. Edson Ferreira

segunda-feira, 30 de maio de 2011

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 3° TRIMESTRE/2011

A Lição Bíblica da CPAD do 3º Trimestre/2011 terá como tema "A Missão Integral da Igreja - Porque o Reino de Deus está entre vós". O comentarista será o pastor Wagner Tadeu Gaby.

Os assuntos semanais serão:

1. O Projeto Original do Reino de Deus
2. A Mensagem do Reino de Deus
3. A Vida do Novo Convertido
4. A Comissão Cultural e a Grande Comissão
5. O Reino de Deus Através da Igreja
6. A Eficácia do Testemunho Cristão
7. A Beleza do Serviço Cristão
8. Igreja - Agente Transformador da Sociedade
9. Preservando a Identidade da Igreja
10. A Atuação Social da Igreja
11. A Influência Cultural da Igreja
12. A Integridade da Doutrina Cristã
13. A Plenitude do Reino de Deus

REFLEXÕES TEOLÓGICAS: O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL – Lição 8

REFLEXÕES TEOLÓGICAS: O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL – Lição 8

REFLEXÕES TEOLÓGICAS: A PUREZA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL- Lição 9

REFLEXÕES TEOLÓGICAS: A PUREZA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL- Lição 9

quarta-feira, 11 de maio de 2011

SUBSÍDIO LIÇÃO 07 - E B D 2011/2

LIÇÃO 07 - OS DONS DE PODER

A igreja é uma instituição organizada e dirigida por seres humanos, porém, o que a diferencia das demais instituições e sociedades humanas é a sua origem divina. A igreja cristã foi fundada pelo próprio Jesus e Inaugurada no Dia de Pentecostes. O Senhor Jesus pediu ao aos primeiros discípulos que não se ausentassem de Jerusalém até que ocorresse o evento de Pentecostes, pois, tal experiência seria indispensável para que igreja pudesse realizar a sua missão. O poder espiritual é a marca distintiva da igreja de Cristo. O poder dado a igreja a partir da experiência pentecostal não ficou limitada aos primeiros cristãos, não existe nenhuma fundamentação bíblica para defendermos tal idéia. Os milagres operados pelos primeiros discípulos causaram grande impacto em todos lugares que a igreja alcançou nos primeiros séculos da era cristã. Os dons que aqui são destacados como “dons poder”, se referem aquelas manifestações que proporcionam soluções imediatas para situações aparentemente insolúveis, causando grande espanto e admiração por parte daqueles que presenciam tal acontecimento. Apesar da realidade contemporânea dos milagres, temos presenciado muita dificuldade nesse aspecto, pois, o misticismo e a necessidade das pessoas tem promovido uma busca doentia por experiências sobrenaturais que proporcionem prazer e bem estar pessoal. Por causa disso surgiram muitos mercenários que viram nessa fome do sobrenatural, um “mercado” muito promissor. O dom da cura tem sido o “carro chefe” da industria da fé para criar o seu marketing promocional, com o propósito de atrair os incautos e explorá-los financeiramente. Por que é que nenhuma igreja ou nenhum grande “homem de Deus” faz movimentos milagreiros sem pedir dinheiro?. Em nenhum momento encontramos Jesus, depois de ter realizado algum milagre, pedindo dinheiro as pessoas. Nos dias de hoje é muito raro, se porventura existir, alguém agindo como fez Eliseu diante do General Naamã após ter realizado um grande milagre, ao curar a lepra do general da Assíria. Naamã quis recompensar Eliseu pelo milagre que acabara de receber, porém, Eliseu recusou veementemente. Todavia, o auxiliar de Eliseu, Geazi foi atrás do General e fez o resgate de alguns presentes, por isso ele foi severamente punido. Infelizmente, na atualidade, o ministério de Eliseu foi ofuscado pelo ministério de Geazi, a maioria pensa como Geazi, pensam que podem tirar proveito das manifestações poderosas do Espírito. Porém, com relação a isso, eu descanso na Palavra do Senhor, pois, ninguém ficará impune, assim como Geazi que recebeu a devida recompensa. Paulo registrou em Gálatas 6.7 “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. No meu entendimento, essas pessoas que simulam milagres são piores do que aqueles que se declaram ateus. Muita gente se declara ateu por causa de uma formação inadequada, uma experiência traumática ou até por falta de conhecimento aprofundado do Evangelho. Mas, esses mercenários, vendedores de milagres, têm conhecimento do evangelho e até mesmo de Deus, porém, decidiram amar mais a si mesmos, e para ter uma vida de regalias, conforme a soberba de seus corações, escolheram brincar com a esperança das pessoas e com o sublime poder do Espírito Santo.


O DOM DA FÉ – Quase todos os que escreveram sobre os dons se referem ao dom da fé como o de “fé especial”. A razão para isto é que o dom da fé difere da fé salvadora e da fé cristã normal, sem a qual “é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Toda a fé é semelhante em sua natureza, mas o dom de fé especial difere das outras em grau e aplicação. O dom da fé é visto na operação da cura do coxo na porta do templo, registrada em Atos 3. Pedro teve a fé milagrosa para ordenar ao coxo que se levantasse e andasse em nome de Jesus. Donald Gee escreve, com respeito a esta fé. “Ela parecia vir sobre certos servos de Deus em tempos de crise ou oportunidade especial com tal poder que eles são tirados da esfera da fé natural ou comum em Deus e recebem uma certeza divina em suas almas que triunfa sobre tudo.” Jesus talvez estivesse descrevendo essa qualidade de fé quando disse aos seus discípulos: “Tende fé em Deus” (Mc 11.22). O grego de Marcos 11.22 diz literalmente: “Tenham a fé que Deus tem”. Jesus sugeriu no versículo seguinte que com esta fé divinamente concedida é possível dizer a um monte: “Ergue-te e lança-te no mar” e isso acontecerá. O monte simbolizava qualquer obstáculo aparentemente impossível para a missão da igreja.

DONS DE CURAR – Embora seja inferido que todos os “espirituais” são charismata (dons), o termo é na verdade associado somente a estes dons de curas. No grego, ambos os termos, “dons” e “curas”, são plurais. Esse fato pode sugerir que existem muitos dons de cura para diferentes moléstias, ou que cada exercício do poder de cura é um dom separado. A maioria dos evangelistas e pastores que tiveram grandes ministérios de oração pelos doentes afirmaram não possuir dons de cura. Ninguém teve certamente um ministério de cura para todas as pessoas doentes. Jesus curou todos os que se aproximaram dele em certas ocasiões, mas foi limitado em outras pela falta de fé por parte do povo (Mt 13.58). Do que temos certeza é que Deus fez provisão para que a cura física fosse um ministério da sua igreja e que os dons de cura iriam operar juntamente com a fé. A cura e tão comum no ministério de Jesus e no dos apóstolos que uma igreja sem o dom de “curas” pareceria bastante afastada do padrão bíblico. Além dos dons de cura, todos os presbíteros (pastores) devem estar prontos a ungir com óleo todos os doentes que pedirem e orar por eles através da oração de fé. Deus prometeu levantar o enfermo e perdoar seus pecados (Tg 5.14-16). Na grande comissão registrada por Marcos (Mc 16.15-18), Jesus prometeu que sinais seguiriam os ministérios que dessem testemunho do evangelho da salvação. Um dos sinais seria que os doentes iriam restabelecer-se após a imposição de mãos dos crentes. Enquanto durasse a pregação a cada criatura, os sinais seguiriam os que cressem, inclusive o da cura milagrosa dos doentes. A cláusula “aqueles que crêem” sugere que os sinais ou “dons” não deveriam ser exercidos pelos apóstolos apenas, mas por todos os que tivessem fé. No mandamento e promessa de Jesus, a “imposição de mãos” deveria ser a expressão externa da fé e amor por parte dos que orassem e mostraria que Deus usa os crentes fiéis como um canal do seu poder. A unção com óleo, segundo Tiago, cap. 5, também envolvia a imposição de mãos, com o óleo simbolizando a obra do Espírito Santo. Quando Jesus enviou os doze discípulos para ministrar, eles, segundo Marcos, “curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo” (Mc 6.13). O crente é o veiculo do poder, mas a cura é obra do Espírito.

O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS – A operação de milagres é a tradução do energemata dunameon, que é literalmente interpretado como “operação de poderes sobrenaturais”. Como acontece com os “dons de curas”, ambos os termos são plurais. Este não é um dom que torna a pessoa um “milagreiro”. Ao que parece, de acordo com a pluralidade das expressões, cada milagre ou manifestação sobrenatural de poder é operado através de alguém com o dom da fé (veja Mt 17.20; 21.20-22). O que é um milagre? “Um evento ou ação que contradiz aparentemente as leis cientificas conhecidas, sendo portanto julgado proveniente de causas sobrenaturais, especialmente de um ato de Deus.” No Novo Testamento, os eventos de origem sobrenatural são chamados “milagres, prodígios, sinais” (At 2.22; 2.43; 6.8; 8.13;Hb 2.4). Os termos gregos traduzidos como “milagres, prodígios e sinais” são dunameis, terata e semeia. Eles significam literalmente “eventos do poder divino”, “eventos que produzem admiração” e “eventos que significam algo” (sobre Deus ou suas obras). É interessante notar que o termo “prodígio” jamais é empregado sozinho, mas sempre associado ao termo “sinal”. Deus não manifesta o seu poder só para causar admiração, Ele sempre tem um propósito ou ensina alguma coisa com os seus milagres: “...dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade”. (Hb 2.4). Exemplos de milagres são: a libertação sobrenatural da prisão (At 5.18-20;12.5-10; 16.23-30);a cegueira de Elimas, o mágico (At 13.8-12); o transporte instantâneo de Filipe de Gaza para Azoto (At 8.39,40); a ressurreição de Dorcas (At 9.36-42) e de Êutico (At 20.9-12); e o fato de Paulo ter removido do braço uma víbora venenosa sem ser mordido (At 28.3-5). A cura dos doentes e a expulsão de espíritos demoníacos podem ser classificados como dons de milagres quando o sinal tem grande valor, como por exemplo, no caso de Paulo em Éfeso, em que resultou uma enorme conquista de almas. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas e os espíritos malignos se retiravam” (At 19.11,12); e no caso de Pedro em Jerusalém, quando só a sua sombra caindo sobre os enfermos já produzia cura (At 5.12-15).

Fonte: Blog REFLEXÕES TEOLÓGICAS, Pastor Vicente de Paula - Recife - PE


SUBSÍDIO LIÇÃO 06 - E B D 2011

LIÇÃO 06  - DONS QUE MANIFESTAM A SABEDORIA DE DEUS.

A partir de um entendimento superficial e literal do tema proposto, poderíamos afirmar que todos os dons manifestam a sabedoria e o poder de Deus, todavia, o título da lição se propõe discorrer sobre um grupo de dons que estão diretamente relacionados com a ciência de Deus, isto é, a infinita sabedoria do Eterno Deus, a qual é capaz de perscrutar todas as coisas, nada pode ficar em oculto diante Dele. Quando paramos para refletir sobre a excelência da Sabedoria de Deus ficamos totalmente deslumbrados e sem expressões para definirmos a dimensão e profundidade tal ciência. Foi desta forma que o apóstolo Paulo se sentiu quando em dado momento esteve refletindo sobre a infinita sabedoria do Ser Divino,encheu-se de admiração e então fez a seguinte exclamação: “O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11.33). Diante da infinitude do saber de Deus nos sentimos extremamente limitados e passamos a compreender que ninguém pode questionar os projetos de Deus. Quando o ser humano aponta alguma incoerência nas atitudes do Senhor é porque sabedoria finita do homem muitas vezes não consegue alcançar a elevada sabedoria de Deus, isso foi categoricamente afirmado pelo profeta Isaías, quando ele nos diz: “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55.9). A partir de I Corintios 12 podemos enfatizar que o dom da palavra de sabedoria, o dom da palavra de conhecimento e o dom de discernimento de espíritos são os dons que operam exclusivamente no campo da sabedoria divina.


A PALAVRA DA SABEDORIA – Este não é o dom de sabedoria em geral, mas o dom de uma “palavra de sabedoria”.Todavia, em si mesmo, não é necessariamente um dom vocal. “Palavra” (logos) é definida como “conceito”, “idéia”, “ditado”, “assunto em pauta”, “razão”, “narrativa” ou “doutrina”. Se a idéia de “pronunciamento” estivesse em foco, a palavra grega rhema teria sido provavelmente usada em vez de logos. Em conjunto com a profecia, a “palavra de sabedoria” poderia funcionar como dom vocal. É provável que seja este o dom que operou em Estevão em Atos 6.10: “E não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que falava”. Atos 15 registra a primeira reunião da igreja apostólica para resolver uma disputa. A conclusão a que chegaram é expressa como segue: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e nós não vos impor maior encargo além destas cousas essenciais...” (At 15.28). O pensamento do Espírito Santo foi provavelmente transmitido aos apóstolos por uma “palavra de sabedoria”. Embora “sabedoria” tenha muitos significados, usada em contraste com “conhecimento” talvez signifique um critério de “conduta ou ato prático”. Na vida da igreja local há circunstâncias em que decisões importantes precisam ser tomadas quanto a um curso de ação. A operação de Deus de uma “palavra de sabedoria” pode fornecer a orientação do Espírito (I Co 2.13-16).

PALAVRA DA CIÊNCIA OU DO CONHECIMENTO – Este dom de uma palavra do conhecimento pode estar contido na declaração de Paulo em I Co 1.15: “...porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda palavra e em todo conhecimento...” Se a “palavra de sabedoria” dá percepção à igreja para uma ação prática, a “palavra do conhecimento” deve trazer à luz os princípios da doutrina que formam a base para essa ação. Este dom pode levar a verdade bíblica à atenção da igreja, ou revelar fatos necessários para nova ação. Paulo estava seguro de que o conhecimento espiritual operava na igreja quando disse: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (Rm 15.14). João provavelmente exerceu o dom de uma palavra do conhecimento para discernir as condições espirituais das sete igrejas às quais escreveu em Apocalipse 2 e 3. Esses dons da palavra de sabedoria e palavra de conhecimento são para guiar a igreja no sentido do conhecimento e ação, e não para orientação pessoal. Silas era um profeta, mas não há registro de que tivesse dado instruções a Paulo em suas decisões. Quando Paulo não sabia para onde ir em Trôade, Deus deu-lhe a visão de um homem da Macedônia chamando-o para pregar na Grécia; Silas, porém, estava com ele na ocasião. Os dons são dados para exortar, edificar, e consolar a igreja reunida. Os dons de revelação estão em harmonia com a Palavra de Deus, jamais contradizendo seus ensinamentos, pois a Palavra inspirada é chamada de “mais confirmada palavra profética” (2 Pe 1.19).

DOM DE DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS – “Discernimento de espíritos” vem do grego diakriseis pneumaton. O termo grego deakreisis é definido como “discernir”, “discriminar” ou “distinguir”. A forma verbal é usada em Hebreus 5.14: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. Paulo emprega várias vezes o verbo em I Corintios; em 6.5 ele emprega para indagar se eles não tinham ninguém “que possa julgar no meio da irmandade?” (quando a quem tinha razão). Em 11.29 Paulo usa a palavra para repreender os irmãos de Corinto que não haviam discernido o corpo do Senhor (discernindo o significado do pão da comunhão para a saúde e cura do corpo). Evidentemente, o dom de discernir espíritos é a capacidade de discernir a fonte de uma manifestação espiritual, se é o Espírito Santo, um mau espírito, ou simplesmente o espírito humano. Em Corintios 14.29, Paulo diz: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem (discernir – diakrino). “Isto parece insinuar que alguém com o dom de discernimento deveria estar presente ao ser usado o dom de profecia. Ao que tudo indica, o dom de discernimento em Corinto era tão comum quanto o de profecia “...e os outros (plural) julguem (discirnam). “Todos os crentes cheios do Espírito, são até certo ponto, capazes de julgar operações de dons vocais no sentido de serem ou não espiritualmente edificados para o corpo. O exercício de dons não é infalível; se um pronunciamento (profecia ou interpretação de línguas) não for recebido, o orador não deve ficar ofendido ou negar-se a aprender, mas deve orar humildemente pedindo maior sensibilidade ao Espírito e mais sabedoria no uso de seu dom. Por outro lado, os crentes devem atender à advertência de Paulo em I Tessalonicenses 5.19,20: “Não apagueis o Espírito. Não desprezeis profecias." O ensino bíblico cuidadoso sobre os dons espirituais evitará manifestações imaturas e mal-orientadas, de um lado; e medo, desconfiança e o apagar do Espírito, de outro. Deve ser notado que o dom de “discernimento de espíritos” não é o de julgar as pessoas, mas sim o espírito por trás da manifestação, se é santo, maligno ou humano.

Um conhecimento aprofundado sobre o que a Bíblia ensina no tocante aos dons espirituais é suficiente para capacitar os cristãos para julgar e descartar muitas das falsas manifestações nessa área. Nas igrejas pentecostais não faltam aqueles que buscam destaque na comunidade, destacando-se como pessoa carismática, que fala de forma objetiva com Deus, conhece os mistérios de Deus de uma forma especial, isto é, que está constantemente em contato com o sobrenatural, tendo sempre alguma revelação para pronunciar. Todavia, os admiradores e seguidores dessas pessoas, são aqueles cristãos que não lêem bíblia e geralmente não submissos as lideranças da igreja. A experiência tem nos mostrado que essas tentativas de imitar e manipular os dons que manifestam a sabedoria de Deus, tem sido muito doloroso, tanto para aqueles que assim fazem, como para aqueles que passam a dar crédito a essas mentiras.


Fonte: Pastor Vicente de Paula - Recife - Pe em Blog REFLEXÕES TEOLÓGICAS

SUBSÍDIOS LIÇÃO 05 - E B D 2011

LIÇÃO 05  - A IMPORTÂNCIA DOS DONS ESPIRITUAIS

A igreja pode ser comparada a um grande exército celestial que foi levantado por meio da obra da expiação realizada pelo Senhor Jesus Cristo. Paulo ensina em Efésios 6.12 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. Essas palavras expressam com muita objetividade que as batalhas enfrentadas pela igreja de Cristo acontecem em outro plano, em outra dimensão, isto é na esfera espiritual, onde as armas deste mundo não possuem nenhuma eficácia, pois, Paulo também diz: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;” II Co 10.4. A partir desses textos podemos inferir que é os dons espirituais são os instrumentos indispensáveis com os quais Deus equipou a igreja para que ela possa enfrentar os seus inimigos invisíveis. Dons não devem ser encarados como propriedades individuais, pois eles são exclusivamente da igreja que o corpo de Cristo aqui nesse mundo. Os dons não podem ser utilizados para a promoção de homens, instituições ou qualquer outra coisa. Os dons são as armas poderosas que Deus entregou a sua igreja para garantir a existência da mesma como agente do Reino de Deus aqui na terra, pois o próprio Jesus já havia profetizado que as “as portas do inferno não hão de prevalecer contra a minha igreja”.

O texto referência para começarmos a tratar desse tema é I Co 12.4-7, no qual Paulo ensina: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” . O objetivo do apóstolo é enfatizar que, mesmo os dons sendo diversos há um só Doador. Ele afirma esta verdade três vezes, cada vez relacionando os dons a uma outra Pessoa da Trindade (“O mesmo Espírito”, “o mesmo Senhor”, “o mesmo Deus”). Ele também usa três palavra diferentes para os dons. Primeiro (v.4) eles são charismata, dons da graça de Depois, (v. 5) eles são diakonial, maneiras de servir. Em terceiro lugar, (v.6) eles são energemata, energias, atividades ou poderes, que o mesmo Deus energiza” ou “inspira” (energon) em todos. E há “diversidade” ou “porções” (diareseis) de cada grupo. Juntando estas três palavras talvez possamos definir dons espirituais como “certas capacidades, concedidas pela graça e poder de Deus, que habilitam pessoas para serviços específicos e correspondentes”. Um dom espiritual é, portanto, não a capacidade em si, nem um ministério ou função propriamente dito, mas a capacidade que qualifica uma pessoa para um ministério. Em termos simples, ele pode ser considerado, ou o dom e o trabalho em que é exercido, ou o trabalho e o dom com que é exercido.

O interesse de alguns Cristãos parece estar limitado principalmente a três dons, que são “línguas, profecias e curas”. Entretanto, é óbvio que há mais dons do que este trio empolgante. Existe muita ênfase em torno dos “Nove dons do Espírito” conforme a primeira lista, que está registrada no início de I Corintios 12, porém, a maioria dos estudiosos concordam que é um grande equívoco restringir os dons espirituais tão somente a esta relação, pois, no final desse mesmo capítulo temos uma outra lista, apesar da mesma conter também nove dons, somente cinco destes coincidem com a primeira. De forma que mesmo em I Corintios são pelo menos 13 dons. Depois há uma lista de sete dons em Romanos 12 ( dos quais cinco não ocorrem em nenhuma lista de I Co 12) e outra lista, de cinco dons em Éfesios 4 (dos quais 4 são novos), além de outros dois dons citados em I Pedro 4, um dos quais (“Se alguém fala) ainda não recebera menção específica antes. Ao compararmos as listas, nem sempre está claro quais dons são idênticos, mas é verdade que, no conjunto, o Novo Testamento faça referência a vinte ou mais dons diferentes. A grande importância dos dons espirituais se baseia no fato que eles foram estabelecidos com a finalidade de Edificar a igreja. Se a prática dos dons não edificar o corpo, eles não tem valor. “Assim também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja” (I Co 14.12). “Seja feito para edificação” (I Co 12.26b). As palavras “edificar” e “proveito” (ou variações) são usadas dez vezes em I Coríntios com respeito à operação dos dons espirituais. Dons são concedidos com o propósito de proporcionar proveito e edificação espirituais para todo o corpo. Se um dom é exercido sem amor, ou simplesmente como exibição pessoal, um sino de ouro se transforma em um címbalo de bronze que retine.

OS DONS VERBAIS SÃO GERALMENTE OS MAIS PRATICADOS
O Dom línguas é sem dúvida um “dogma “ no meio pentecostal devido ao fato de que a maioria das denominações do ramo interpretam que o mesmo é a porta de entrada para o recebimento dos demais dons, tornando-se o dom que confere a “credencial pentecostal”, pois a própria chamada ministerial está atrelada a esse pré-requisito. Ao meu ver essa condição tem promovido uma busca doentia (que proporciona muita simulação) por parte de uma grande maioria daqueles que almejam o ministério nesses meios pentecostais. O dom de profecia, o qual tem sido também entendido de uma forma muito superficial, é amplamente praticado. A facilidade encontrada na exploração desses dons é devido a existência de uma grande tendência para o fenomenalismo e a busca mística que proporcione a experiência sensitiva, o que tem sido a tônica em muitas denominações pentecostais. Apesar de crer na contemporaneidade dos dons aqui citados, me preocupo muito com a possibilidade do grande de índice de simulação que existe hoje nesse aspecto, e mais preocupante ainda é a total incapacidade das lideranças em apresentar um outro dom, que no meu entendimento, seria o antídoto para esse veneno, que é “dom de discernimento”. Parece que alguns dons têm ficado no esquecimento, pois, falamos pouco e quase não os desejamos, penso, que talvez tais dons não se identifiquem ou até sejam conflitantes com os interesses predominantes na classe eclesiástica da atualidade. Creio que a falta do “dom de discernimento” explica as contradições vividas pela igreja atual. Em nenhuma outra época a igreja evangélica foi tão inclinada a absorção de heresias. Discursos distanciados da fé bíblica estão sendo recepcionados com muita facilidade. Líderes descomprometidos com a ortodoxia se apropriam dessas heresias, com o propósito de atingir suas audaciosas metas pessoais, e lamentavelmente, multidões se deixam levar pelo discurso inflamado, por falsas promessas, por fundamentos distorcidos da verdade e sem nenhum discernimento alimentam e fortalecem as estruturas da ambição dos “popstars” do Evangelho. Também encontramos pregadores, escritores, que para se manterem no topo da evidência estão ensinando heresias, alguns ousadamente tentando fazer fissuras em doutrinas ortodoxas, como a plenitude da humanidade de Cristo, ou ainda pastores que se declaram abertamente a favor da união homossexual. Mesmo que isso aconteça no plano individual é embaraçoso para a comunidade evangélica, principalmente, quando tais atitudes procedem de pessoas que se colocaram como referencia para a igreja dos nossos dias. Porém, o que caracteriza a ausência do discernimento em grande parte do povo cristão, é o fato de que esses promotores de heresias continuam sendo seguidos por grandes multidões que ostentam o título de cristãos pentecostais, que dizem conhecer e até experimentar os dons do Espírito na sua existência.

Fonte: Blog Reflexôes Teológicas, Pastor Vicente de Paula - Recife - PE

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SUBSÍDIO LIÇÃO 04 - E B D 2011/02

LIÇÃO 04 – ESPÍRITO SANTO – AGENTE CAPACITADOR DA OBRA DE DEUS

INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição o papel imprescindível do Espírito Santo no desenvolvimento da obra de Deus. Foi o derramamento do Espírito que inaugurou o início de uma nova fase no relacionamento de Deus com a humanidade (Jo 14.16,17) e a expansão do evangelho até os confins da terra (At 1.8).

I – UMA ANÁLISE DE ATOS 1.8
A Bíblia registra uma promessa feita pelo Pai celestial que haveria de inaugurar uma nova etapa no seu relacionamento com a humanidade. O Espírito Santo seria derramado mais plenamente nos seus servos, passando a habitá-los e a capacitá-los de forma especial (Is 44.3; Jr 31.33; Jl 2.28-32). Lembramos que no Antigo Pacto, o Espírito Santo tão somente vinha sobre os filhos de Israel a fim de capacitá-los para um fim específico (Nm 11.16,17; Jz 6.34; I Sm 16.13). Na Nova Aliança isso haveria de mudar, pois o Espírito não estaria apenas conosco, mas em nós, sendo a capacitação ampliada (Jo 14.16,17).
- Realização da promessa (Jl 2.28-32);
- Renovação da promessa (Lc 24.49; At 1.4,5);
- Finalidade da promessa (At 1.8);
-Cumprimento da promessa (At 2.1-4)

1.1 Dois Termos Importantes de At 1.8
“Dunamis” - Foi traduzido como “virtude” ou “poder”. É donde vem as nossas palavras “dinamite, dinâmico e dínamo”. Significa poder real, poder em ação. É mais do que força ou capacidade humanas. Diz respeito ao poder divino em plena atuação no homem, impulsionando-o a testemunhar de Cristo e a realizar a sua obra.
“Martires” - Foi traduzido como “testemunha”. É donde vem a nossa palavra “mártir”, e significa nesse texto “aquele que está disposto a sofrer tormentos ou até mesmo a morrer por causa do evangelho de Cristo”.
Foi por causa desse poder do Espírito que o cumprimento da Grande Comissão se tornou possível (Mt 28.19,20). Era uma condição sem a qual a expansão da Igreja não aconteceria. Prova disso foi a determinação de Cristo dada aos discípulos por duas vezes: “...ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestido de poder” (Lc 24.49b); e “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem...” (At 1.4).

1.2 Capacitação para sofrer ou morrer sem renunciar. É somente a ação do Espírito Santo de Deus na vida do crente que lhe dá condições de sofrer as mais variadas formas de perseguições de forma inabalável. Há inúmeros exemplos no livro de Atos.
- Pedro e João jubilaram diante das ameaças das autoridades judaicas (At 4.21-24);
- Os apóstolos se regozijaram depois de uma dolorosa série de açoites (At 5.40-42)
- Estêvão pôde liberar perdão para os seus algozes durante o apedrejamento (At 7.58-60);
- Paulo sofreu inúmeras formas de maus tratos e permaneceu firme (II Co 11.24-33);
- O apóstolo dos gentios estava pronto para sofrer e morrer por amor a Cristo (At 21.13);
- O Espírito Santo capacita o crente de tal forma que nada e nem ninguém é capaz de removê-lo da presença de Deus (Rm 8.31-39).

II – AS DIVERSAS CAPACITAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE
O Espírito Santo capacita os cristãos de diferentes formas nos variados aspectos da obra de Deus. Verificamos isso de forma nítida nas páginas do Novo Testamento, principalmente no livro de Atos dos Apóstolos.

2.1 Capacitação na pregação. O Espírito Santo torna apto o crente que se predispõe a proclamar o
evangelho de Jesus Cristo, concedendo-lhe unção e ciência da Palavra. Ao lermos a Bíblia, peçamos a companhia do Espírito de Deus, que é o intérprete por excelência das Escrituras Sagradas. Ele nos esclarecerá o real sentido das passagens bíblicas e nos impulsionará a pregarmos com ousadia aquilo que Dele aprendemos (At 4.29-31; cf. Lc 12.11,12). Temos vários exemplos disso na Bíblia, senão vejamos:

- Tão logo foi revestido de poder, o Apóstolo Pedro pregou com grande ousadia, conquistando quase três mil almas para Cristo (At 2.14-41. Posteriormente pregou novamente, ganhando dessa vez mais duas mil almas (At 3.12-26; 4.4);

- A unção do Espírito foi algo tão intenso na pregação do diácono Estêvão, e ele o fazia com tanta sabedoria, que os seus opositores não conseguiam resistir-lhe ou refutá-lo (At 6.9,10). É uma das mais belas pregações de toda a Bíblia (At 6.8-15; 7.1-60). Ele fez uma síntese da história de Israel e demonstrou, com base no Antigo Testamento, que Jesus era o Cristo;

- Dentre as muitas pregações do Apóstolo Paulo podemos destacar algumas, a saber: i) a pregação no Areópago de Atenas diante daqueles que representavam a nata do conhecimento filosófico da época (At 17.15-34); ii) a pregação no Templo de Jerusalém (At 21-22); iii) a pregação perante o Sinédrio, aonde estavam os sacerdotes e anciãos (At 23.1-11); iv) pregação perante os governadores Félix e (At 24 e 25.1-17); v) pregação perante o Rei Agripa (At 25.18-27; 26.1-32).

2.2 Capacitação mediante a operação de sinais e maravilhas. O Espírito Santo prestou sua cooperação com os discípulos através de milagres e maravilhas. Ao lermos sobre os primórdios da Igreja, percebemos quão importante foram as intervenções sobrenaturais para a expansão do Reino:

- Através da cura de um coxo de nascença, o nome de Cristo se fez notório e uma larga porta se abriu para a evangelização (At 3.6-26);

- Pela revelação do Espírito, Pedro conheceu que Ananias e Safira fizerem um acordo, dando-lhes uma irreversível sentença (At 5.1-11). Tal acontecimento fortaleceu a autoridade apostólica e gerou um grande temor em toda a igreja;

- A assistência do Espírito Santo em prol do crescimento da obra era tão grande que Ele se utilizava da sombra do Apóstolo Pedro para curar os enfermos e libertar os endemoniados (At 5.14-16). Isso atraía multidões de Jerusalém e de cidades circunvizinhas (v.16);

- Os apóstolos foram milagrosamente tirados da prisão a fim de continuarem a obra de Deus (At 5.17-25);

- O Espírito cooperava com Estêvão com milagres e maravilhas (At 6.8-10);

- O Espírito arrebatou Filipe até Azoto, com o objetivo de evangelizar outras cidades (At 8.39,40);

- A cura de um coxo de nascença atraiu multidões no ministério de Paulo (At 14.8-11). Até os lenços e aventais do apóstolo eram utilizados para curar (At 19.11,12).

2.3 Capacitação para a obra missionária. O Espírito Santo é o principal responsável pela chamada missionária. Ele comunicou aos apóstolos que estavam em Antioquia que havia escolhido Saulo e Barnabé para obra da evangelização transcultural (At 13.2). O Espírito não apenas os chamou, mas os enviou, capacitou e esteve lado a lado com os seus filhos durante as viagens missionárias.

2.4 Capacitação mediante os dons espirituais e ministeriais. Os dons espirituais são manifestados com o tríplice propósito de edificar, exortar e consolar os santos. Estão listados em I Co 12.4-11. Os dons ministeriais são dados a crentes com uma chamada específica, a fim de promover o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11; I Tm 3.8,12; Tt 1.5-7).

CONCLUSÃO
O cumprimento da Grande Comissão só foi (e é) possível por causa da descida do Espírito Santo de Deus. É ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), santifica os já convertidos mediante a manifestação do fruto (Gl 5.22), manifesta os dons espirituais e ministeriais no seio da Igreja (Ef 4.11; I Co 12.6-11), e capacita das mais variadas formas os cristãos a desempenharem a obra de Deus.

REFERÊNCIAS
- O N.T interpretado versículo por versículo. R.N. Champlin. Ed. Hagnos.
- Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed. Cpad.
- Teologia Sistemática. Stanley Horton. Ed Cpad.
- Introdução à Teologia Sistemática. Eurico Bergstén. Cpad.
- Verdades Pentecostais. Antônio Gilberto. Ed. Cpad.

Fonte: Site RBC1 - Recife- PE

terça-feira, 12 de abril de 2011

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 03 E B D - 2011 / 2

LIÇÃO 03 – O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos que o Batismo com o Espírito Santo não foi uma experiência exclusiva dos dias dos apóstolos. É uma bênção divina para todos aqueles que realmente experimentam o novo nascimento (Jo 3.5), e por isso, é uma doutrina bíblica que deve ser ensinada para toda a igreja (Mt 3.11; Mc 1.8; 16.17; Lc 3.16; Jo 1.33; At 1.5, 8; 2.4; 10.44-47; 11.15-16; 19.4-6; ICo 12.10, 28-30; 13.1). Embora que alguns grupos evangélicos denominados de “cessacionistas” tentem negar o Batismo com Espírito Santo através da evidência inicial do falar em outras línguas, bem como sua atualidade para os dias hodiernos na igreja, podemos afirmar que as supostas “provas” apresentadas por eles, além de inconsistentes quanto à argumentação, são incompatíveis com a hermenêutica sagrada e desprovidas de fundamentos histórico-teológicos.

I – O QUE NÃO É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
O verdadeiro Batismo com o Espírito Santo não é o simples fato de alguém por meios próprios começar a “falar em outras línguas”, e sim, por intermédio do Espírito Santo, como podemos ler em (At 2.4): “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. Apesar de o ser humano ou os demônios poderem perfeitamente imitar as línguas estranhas para enganar as pessoas, devemos entender que as línguas estranhas que o crente fala quando é batizado no Espírito Santo não é algo aprendido, nem ensinado e nem tão pouco instruído por alguém para pronunciar sílabas sem nexo. O falar em línguas proveniente da experiência do Batismo com o Espírito Santo é algo espontâneo, pois trata-se e uma ação sobrenatural exclusiva do Espírito Santo, proporcionando ao crente falar numa língua que nunca aprendeu (I Co 14.2; At 2.4; 10.46). Estas línguas podem ser humanas e atualmente faladas em algum lugar (At 2.6) ou até mesmo desconhecidas na terra (1Co 13.1; 14.2).
- Se alguém afirma que é batizado com o Espírito Santo, que fala em línguas estranhas e, não aceita a autoridade das Escrituras, não obedece à Santa Palavra de Deus e nem é submisso aos seus líderes, qualquer manifestação que nele ocorra não provém do Espírito Santo de Deus (Mt 24.11-24; Jo 8.31; Gl 1.19; 1Jo 3.6-10; 4.1-3);
- A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se realmente tal experiência espiritual provém de Deus (1Ts 5.21; 1Co 14.29; IJo 4.1; Ap 16.14). Fazer “barulho” sem a atuação do Espírito de Deus pode apenas impressionar, mas, não comprova o genuíno Batismo com o Espírito Santo;
- O crente nunca deve crer em “experiências espirituais” somente porque alguém afirma estar falando da parte de Deus ou por causa do sucesso do suposto “instrumento” ou por causa dos milagres ou unção aparente de algum pseudo-pregador (Mt 7.22-23; ICo 14.29; 2Ts 2.8-10; 2Jo 7; Ap 13.4; 16.14; 19.20).

II – O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Uma das principais doutrinas das Escrituras Sagradas é o Batismo com o Espírito Santo. Em todo batismo tem de haver três condições para que esse se realize de forma completa, as quais são respectivamente: um candidato a ser batizado, um batizador e um elemento ou meio em que o candidato será batizado. No Batismo com o Espírito Santo, o candidato é crente, o batizador é o Senhor Jesus Cristo e o elemento ou meio é o Espírito Santo.

- O Batismo com o Espírito Santo é para todos os que já são salvos que professam sua fé em Jesus Cristo, que nasceram de novo, que vivem uma vida de santidade, e, assim, tornaram-se templo e mora do Espírito Santo (Jl 2.28,29; At 2.39; ICo 3.16). Este Batismo só ocorre uma única vez na vida do crente e isto o leva a uma vida de consagração contínua.

- O Batismo com o Espírito é uma obra distinta e à parte da regeneração, ou seja, é uma bênção posterior a experiência de salvação, pois, o Batismo é uma dádiva subseqüente à regeneração (At 11.17; 19.6). O Batismo é uma “promessa do Pai” (Lc 24.49; At 1.4; 2.16,32-33). É um presente de Deus aos crentes, é para aqueles que já experimentam a salvação (At 2).

- Ser Batizado com o Espírito Santo tem como sinal inicial o falar em línguas estranhas. Jesus disse: “... e falarão em novas línguas” (Mc 16.17). Em Atos At 10.45-46 Lucas registrou: “Porque os ouviram falar línguas...”. No dia de Pentecostes está registrado que: “... e começaram a falar em outras línguas...” (At.2.4). Atos 19.6 diz que: os discípulos em Éfeso: “...falavam línguas...”. Portanto o que vai evidenciar o verdadeiro Batismo é o falar “em línguas estranhas” (At 2.4; ICo 14.18);
- Ser Batizado com o Espírito Santo significa experimentar a plenitude do Espírito (At 1.5; 2.4). Este Batismo teria lugar na história da igreja somente a partir do dia de Pentecostes (At 2.1-4). Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecostes (Lc 1.15,67; Jo 20.22) não podemos afirmar que eles tenham sido batizados com o Espírito Santo, pois, não houve a evidência do falar em outras línguas.
- O Batismo com o Espírito Santo permanece na vida do crente mediante a oração (At 4.3), o testemunho (At 4.31,33) e uma vida de santidade (Ef 5.18).


III – O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO COMO UMA PROMESSA BÍBLICA
De acordo com Atos 2.17, o Batismo com Espírito Santo é para qualquer nação: “Toda carne”. Não há qualquer distinção de sexo para receber o Batismo, pois está escrito que é para “filhos e filhas”. Também não importa a idade “jovens e velhos” ou a camada social “servos e servas”. Portanto, todos podem e devem buscar essa dádiva celeste.
- No Antigo Testamento. (Joel 2.28-30; Ez 36.25-27; Is 11.1-4; 42.1; 61.1-3; Is 32.15-17; 44.3-5; 59.20,21; Ez 11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29);
- No Novo Testamento. (Mt 3.11; Mc 1.8; 16.17; Lc 3.16; Jo 1.33; At 1.5, 8; 2.4; 10.44-47; 11.15-16; 19.4-6; ICo 12.10, 28-30; 13.1).

IV – COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
O Batismo com o Espírito Santo não pode ser confundido com o novo nascimento, com a regeneração ou com a santificação. Uma pessoa pode ser regenerada, justificada e santificada e ainda não ter recebido o revestimento do poder. No entanto, para receber esta dádiva divina é preciso obedecer alguns passos a seguir:
- O arrependimento dos pecados é uma condição prévia para recebermos o Batismo com o Espírito Santo. Ou seja, qualquer pessoa que não tenha reconhecido seu estado de pecador e sua necessidade de salvação, e confessado Jesus como seu único e suficiente Salvador, não pode ser batizada com o Espírito Santo (At 2.38). Os exemplos bíblicos do batismo com o Espírito Santo ocorreram com pessoas que já eram salvas (At 2.4; 19.6).
- Viver uma vida de santidade também é um pré-requisito para o Batismo com o Espírito Santo. Para receber este presente é preciso estar em harmonia com Ele, pois o pecado entristece ao Espírito Santo (Ef 4.30; 1Pe 1.16). A Bíblia mostra que pureza e recebimento do Espírito Santo estão vinculados (Ez 36.25-27);
- Perseverar em oração e buscá-lo com fé sem desistir. O Espírito Santo deve ser buscado com perseverança em oração e com fé por todos os salvos (Tg 4.8), pois o Senhor está perto daqueles que o invocam (Sl 145.18);
- Crer na doutrina Bíblico-teológica do Batismo com o Espírito Santo. Alguém que não acredita que os Dons são para a igreja nos dia de hoje, jamais receberá este presente de Deus (At 10.43-47).

V – O QUE SIGNIFICA GLOSSOLÁLIA E XENOLÁLIA
Glossolalia (do grego γλώσσα, "glóssa" [língua]; λαλώ, "laló" [falar]). É o falar em outras línguas, é um sinal da parte de Deus para evidenciar o Batismo com o Espírito Santo (At 2.4; 10.45-46; 19.6). Esse padrão bíblico continua o mesmo para os dias atuais. Por sua vez, glossolalia é um fenômeno ligado a atuação do Espírito Santo, em que o crente expressa-se em uma língua por ele desconhecida (At 2.4; 1Co 14.14-15) e tida por ele como de origem divina. Essas falas são geralmente caracterizadas pela repetição da cadeia sonora, sem um significado sistemático e, ainda, com raras unidades linguísticas previsíveis.

Xenolália. É o falar em línguas num idioma conhecido, estranho apenas a quem o fala, ou seja, um crente que nunca estudou o inglês, espanhol, chinês, italianao, japonês ou outra língua qualquer e, através do poder do Batismo com o Espírito Santo começa a falar em um ou mais destes idiomas. Assim aconteceu no dia de Pentecostes, os crentes cheios do Espírito Santo falaram num idioma desconhecido para eles, mas, conhecido para os representantes de várias nações que estavam presentes em Jerusalém para a comemoração da festa de Pentecostes (At 2.7-11).

CONCLUSÃO
O autêntico Batismo com o Espírito Santo é uma dádiva não só apenas dos tempos apostólicos como afirmam alguns sem autoridade bíblica para isso, mas, é também para os dias atuais. Pois assim como no dia de Pentecostes os discípulos foram Batizados com o Espírito Santo, hoje acontece da mesma forma e com e mesma intensidade. Busque esse Batismo e desfrute das bênçãos que lhe acompanha!

REFERÊNCIAS
- Bíblia de Estudo Pentecostal - João Ferreira de Almeida – CPAD.
- Verdades Pentecostais – Antônio Gilberto – CPAD.
- Teologia Sistemática – Stanley M. Horton. CPAD.
- Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2006, 1º Trimestre de 2004 – CPAD

Fonte: Site da Rede Brasil de Comunicação

quarta-feira, 6 de abril de 2011

SUBSÍDIOS LIÇÃO 02 - 2º SEMESTRE 2011 EBD

LIÇÃO 02 - NOMES E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO
Neste segunda lição do trimestre, estudaremos os Nomes e os Símbolos do Espírito Santo, que descrevem Sua natureza, atributos e Suas obras. Tendo em vista que o Espírito Santo é “Deus”, e, consequentemente, impossível de ser compreendido em sua plenitude, Ele é descrito na Bíblia Sagrada através de Seus Nomes e Símbolos, para que pudesse facilitar a nossa compreensão.
I - OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO
A Bíblia descreve diversos Nomes e Títulos atribuídos ao Espírito Santo, os quais revelam, além de Sua personalidade e divindade, Seus atributos, natureza, bem como as Suas obras. Vejamos alguns:

1.1 Espírito Santo. Assim como Deus é santo (I Pe 1.16) e Jesus é santo (At 2.27), o Espírito também o é (Sl 51.11; Is 63.10,11; Mt 1.18,20; 3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; I Ts 4:7-8). Este nome aparece cerca de cem vezes nas Sagradas Escrituras e está diretamente relacionado à santificação, pela atuação do Espírito Santo, pois, uma das principais atribuições do Espírito Santo é promover a santificação (Rm 1.4; 15.16; I Co 6.11; II Ts 2.13).

1.2 Espírito de Deus. Este nome aparece em diversos textos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (Ex 35.31; Jó 33.4; Mt 3.16; 12.28; Rm 15.19; I Co 2.11). É natural que o Espírito Santo seja chamado Espírito de Deus, visto que ele é enviado por Deus (Jo 15:26). A Bíblia também o chama de Espírito de Deus, porque Deus age através dEle para chamar os pecadores (Jo 6:44) e para guiar os crentes (Rm 8:14). Encontramos este nome divino no início da Bíblia, associado diretamente à obra da criação, onde nos é dito que “o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2), onde Ele aparece como co-participante da criação. Em outras passagens das Escrituras, este nome aparece também, ligado diretamente à criação, à renovação da terra e à regeneração da pessoa humana (Gn 6.3; 41.38; Jo 33.4; Rm 8.9; 1 Co 3.16).

1.3 Espírito de Cristo. O Espírito Santo é chamado o Espírito de Cristo (Rm 8.9; I Pe 1.11), porque foi derramado por Jesus sobre os crentes. Várias vezes Jesus disse que o Espírito Santo viria em seu lugar e continuaria seu trabalho. Disse também que a vinda do Espírito Santo para habitar nos corações dos crentes seria a vinda do próprio Cristo (João 14:16-20). E ainda, que o Espírito testificaria dEle (Jo 15:26). Além desses motivos, podemos afirmar ainda que o Espírito é chamado de “Espírito de Cristo” porque:É enviado em nome de Cristo (Jo 14:26).
É enviado por Cristo (Jo 16.7).
Sua missão especial nesta época é a de glorificar a Cristo (Jo 16:14).
O Cristo glorificado está presente na igreja e nos crentes pelo Espírito Santo (Gl 2:20; Rm 8:9,10).

1.4 Consolador. A palavra “Consolador” (”parácleto”, no grego) significa alguém chamado para ficar ao lado de outrem, com o propósito de ajudá-lo em qualquer eventualidade, especialmente em processos legais. Era costume nos tribunais antigos, as partes aparecerem nos tribunais assistidas por um ou mais dos seus amigos, que no grego chamavam de “parácleto”, e em latim, “advocatus”. Estes assistiam seus amigos, não pela recompensa ou remuneração, mas por amor e consideração. Quando Jesus disse: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que esteja convosco para sempre” (Jo 14:16), Ele identificou-se como o primeiro Consolador, e que, após a sua partida, rogaria ao Pai para que Ele enviasse “outro Consolador” (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7).

1.5 Espírito da Promessa. O Espírito Santo é chamado assim porque sua manifestação e poder são prometidos no Antigo Testamento (Jo 2:28,29). A prerrogativa mais elevada de Cristo, ou do Messias, era a de conceder o Espírito; e esta prerrogativa Jesus a reivindicou quando disse: “Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai” (Lc 24:49).

1.6 Espírito da Verdade. A Bíblia diz que Deus é a verdade (Jr 10.10); Jesus é a verdade (Jo 14.6) e o Espírito Santo também é a verdade (I Jo 5.6). Ele veio para nos guiar em toda a verdade (Jo 16.13,14. Assim como o propósito da Encarnação foi revelar o Pai (Jo 14.6-9); a missão do Consolador é revelar o Filho (Jo 16.13).

1.7 Espírito de Adoção. Quando a pessoa é salva, não somente lhe é dado o nome de filho de Deus (Jo 1.12), e adotada na família divina (Ef 2.19), mas também recebe “dentro de sua alma” o conhecimento de que participa da natureza divina (Rm 8:15). Assim como Cristo é nossa testemunha no céu; aqui na terra, o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16).
Em Lucas 11.20, o Espírito Santo é chamado de “O dedo de Deus”; em Atos 5.4, de “Deus”; em Apocalipse 19.10, de Espírito de Profecia; e, em Isaías 11.2, Ele é descrito com diversos títulos que representam a Sua plenitude: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”.

II - OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
Para uma melhor compreensão da natureza e obra do Espírito Santo, Deus as ilustrou através dos símbolos, nas páginas das Sagradas Escrituras, pois, de outra maneira, muitas de Suas características e atributos, jamais poderíamos conhecer. Vejamos:
2.1 Fogo. O Espírito é comparado ao fogo porque o fogo aquece, ilumina, espalha-se e purifica (Is 4.4; Jr 20:9; Mt. 3:11; Lc 3:16). O fogo ilustra a limpeza, a purificação e o zelo produzido pela unção do Espírito. O fogo também é sinal da presença de Deus, pois, as manifestações de Deus, algumas vezes, eram acompanhadas pelo fogo (Êx 3.2; 13.21,22; 19.18; Dt 4.11). No AT, a ordem divina era conservar o fogo aceso diuturnamente (Lv 6.13), como sinal evidente da presença de Deus no meio do seu povo. E, no NT, a ordem divina é a mesma (1 Ts 5.19). Assim, a chama do Pentecostes deve estar sempre acesa em nossos corações.
2.2 Vento. O vento simboliza a obra regeneradora do Espírito e é indicativo da sua misteriosa operação, independente, penetrante, vivificante e purificante.(Ez 37:7-10; Jo 3:8; At 2:2). Isto porque: 1) O vento penetra em todos os lugares, assim como o Espírito Santo; 2) O vento está em movimento constante, assim o Espírito Santo trabalha continuamente; 3) O controle da direção do vento não depende da nossa vontade. Ele sopra onde quer (Jo 3:8); e 4) Quando o vento sopra, refrigera o ar e o enche de vitalidade. Da mesma maneira, age o Espírito Santo no crente.
2.3 Água. O poder do Espírito Santo opera no reino espiritual o que a água faz na ordem material (Êx 17:6; Ez 36:25-27; 47:1-5; Jo 3:5; 4:14; 7:38, 39). A água purifica, refresca, sacia a sede, e torna frutífero o estéril. Ela purifica o que está sujo e restaura a limpeza. É um símbolo adequado da graça divina que não somente purifica a alma, mas também lhe acrescenta a beleza divina. Assim como a água é um elemento indispensável à vida física, o Espírito Santo é indispensável à vida espiritual. Assim como a água encontra-se em três regiões do Universo, ou seja, na expansão dos céus (Gn 1.6-10); sobre a face da terra (Gn 7.11), e debaixo da terra (Jo 38.30), o Espírito Santo opera nas três dimensões da constituição humana, produzindo a regeneração do espírito, da alma e do corpo (1 Ts 5.23), produzindo uma “lavagem da regeneração e da renovação” (Tt 3.5).
2.4 Selo. Essa ilustração exprime os seguintes simbolismos: 1) Possessão. A impressão dum selo dá a entender uma relação com o dono do selo, e é um sinal seguro de algo que lhe pertence. Os crentes são propriedades de Deus, e sabe-se que o são pelo Espírito que neles habita. 2) A ideia de segurança (Ef 1:13) O Espírito inspira um sentimento de segurança e a certeza no coração do crente (Rm 8:16). O selo, como figura do Espírito, traduz também diversos outros significados, tais como: garantia (Gn 38.18), juramento (Jr 22.24), autenticidade (I Co 9.2), redenção (Ef 4.30); etc.
Podemos afirmar, então, que fomos selados com o selo da promessa, que nos dá a garantia de pertencermos somente a Deus (Ef 1.13; II Tm 2.19).
2.5 Azeite. O azeite é, talvez, o mais comum e mais conhecido símbolo do Espírito. Quando se usava o azeite no ritual do AT, falava-se de utilidade, frutificação, beleza, vida e transformação. Geralmente era usado como alimento, para iluminação, lubrificação, cura, e alivio da pele. Da mesma maneira, na ordem espiritual, o Espírito fortalece, ilumina, liberta, cura e alivia a alma. Na Bíblia, o azeite da unção era usado para consagração de pessoas, tais como reis (1 Sm 10.1; 16.13), sacerdotes (Lv 8.30) e profetas (1 Rs 19.16), ou seja, era um privilégio apenas de alguns. Porém hoje, este “azeite” é derramado sobre todos nós, pois agora somos a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, e o povo adquirido (IPe 2.9) e temos a unção do Santo (I Jo 2.20).
2.6 Pomba. A pomba, como símbolo, significa brandura, doçura, amabilidade, inocência, paz, pureza e paciência. Por ocasião do batismo de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba. Mas, não significa dizer que o Espírito Santo seja uma pomba, e sim, que Ele manifestou-se como uma pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22). A pomba é um dos símbolos da paz, e uma das características do fruto do Espírito é a paz (Gl 5.22). Assim, quando Ele passa a habitar em nós, transmite-nos a verdadeira paz.
2.7 Chuva. Tiago, o irmão do Senhor Jesus e autor da epístola que leva o seu nome, menciona “as primeiras chuvas e últimas chuvas”, como sendo a “chuva temporã e serôdia”, baseado na metáfora agrícola (Tg 5.7). O apóstolo sabia muito bem dessas chuvas, por experiência pessoal. Na Palestina, as primeiras chuvas provêem umidade à semente recém-plantada, para que possa germinar. Portanto, é sinal para a semeadura. Já as últimas chuvas, são necessárias para que a semente amadureça. Na metáfora de Tiago, o simbolismo é perfeito: o Espírito Santo desceu no dia de Pentecostes, preparando assim a terra para a grande semeadura da Palavra de Deus. Depois, no decorrer dos séculos, as últimas chuvas, ou seja, suas manifestações contínuas neste mundo, especialmente onde a vontade de Deus é aceita, têm produzido o amadurecimento e garantido uma safra de almas abundantes (Jo 4.35-38). No final, aparece o “precioso fruto da terra” como o resultado satisfatório da chuva, da semeadura e da colheita.

CONCLUSÃO
Para que nós pudéssemos compreender a natureza, atributos e, principalmente a ação do Espírito Santo em nossas vidas, Deus fez com que diversos nomes e símbolos fossem inseridos nas Sagradas Escrituras. Por esta razão, encontramos nas páginas da Bíblia o Espírito Santo sendo chamado de Espírito Santo, Espírito de Deus, Espírito de Cristo, Consolador, bem como também, sendo representado por diversos símbolos, tais como: fogo, vento, água, pomba, óleo, e muitos outros que, por exiguidade, não mencionamos neste esboço.

REFERÊNCIAS
•A existência e a Pessoa do Espírito Santo. Severino Pedro da Silva. C.P.A.D.
•Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Myer Pearlman. Vida.
•O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. Stanley Horton. C.P.A.D.
•Teologia Sistemática. Eurico Bérgsten. C.P.A.D.

Elaborado Por: Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE em RBC1