quarta-feira, 20 de abril de 2011

SUBSÍDIO LIÇÃO 04 - E B D 2011/02

LIÇÃO 04 – ESPÍRITO SANTO – AGENTE CAPACITADOR DA OBRA DE DEUS

INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição o papel imprescindível do Espírito Santo no desenvolvimento da obra de Deus. Foi o derramamento do Espírito que inaugurou o início de uma nova fase no relacionamento de Deus com a humanidade (Jo 14.16,17) e a expansão do evangelho até os confins da terra (At 1.8).

I – UMA ANÁLISE DE ATOS 1.8
A Bíblia registra uma promessa feita pelo Pai celestial que haveria de inaugurar uma nova etapa no seu relacionamento com a humanidade. O Espírito Santo seria derramado mais plenamente nos seus servos, passando a habitá-los e a capacitá-los de forma especial (Is 44.3; Jr 31.33; Jl 2.28-32). Lembramos que no Antigo Pacto, o Espírito Santo tão somente vinha sobre os filhos de Israel a fim de capacitá-los para um fim específico (Nm 11.16,17; Jz 6.34; I Sm 16.13). Na Nova Aliança isso haveria de mudar, pois o Espírito não estaria apenas conosco, mas em nós, sendo a capacitação ampliada (Jo 14.16,17).
- Realização da promessa (Jl 2.28-32);
- Renovação da promessa (Lc 24.49; At 1.4,5);
- Finalidade da promessa (At 1.8);
-Cumprimento da promessa (At 2.1-4)

1.1 Dois Termos Importantes de At 1.8
“Dunamis” - Foi traduzido como “virtude” ou “poder”. É donde vem as nossas palavras “dinamite, dinâmico e dínamo”. Significa poder real, poder em ação. É mais do que força ou capacidade humanas. Diz respeito ao poder divino em plena atuação no homem, impulsionando-o a testemunhar de Cristo e a realizar a sua obra.
“Martires” - Foi traduzido como “testemunha”. É donde vem a nossa palavra “mártir”, e significa nesse texto “aquele que está disposto a sofrer tormentos ou até mesmo a morrer por causa do evangelho de Cristo”.
Foi por causa desse poder do Espírito que o cumprimento da Grande Comissão se tornou possível (Mt 28.19,20). Era uma condição sem a qual a expansão da Igreja não aconteceria. Prova disso foi a determinação de Cristo dada aos discípulos por duas vezes: “...ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestido de poder” (Lc 24.49b); e “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem...” (At 1.4).

1.2 Capacitação para sofrer ou morrer sem renunciar. É somente a ação do Espírito Santo de Deus na vida do crente que lhe dá condições de sofrer as mais variadas formas de perseguições de forma inabalável. Há inúmeros exemplos no livro de Atos.
- Pedro e João jubilaram diante das ameaças das autoridades judaicas (At 4.21-24);
- Os apóstolos se regozijaram depois de uma dolorosa série de açoites (At 5.40-42)
- Estêvão pôde liberar perdão para os seus algozes durante o apedrejamento (At 7.58-60);
- Paulo sofreu inúmeras formas de maus tratos e permaneceu firme (II Co 11.24-33);
- O apóstolo dos gentios estava pronto para sofrer e morrer por amor a Cristo (At 21.13);
- O Espírito Santo capacita o crente de tal forma que nada e nem ninguém é capaz de removê-lo da presença de Deus (Rm 8.31-39).

II – AS DIVERSAS CAPACITAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE
O Espírito Santo capacita os cristãos de diferentes formas nos variados aspectos da obra de Deus. Verificamos isso de forma nítida nas páginas do Novo Testamento, principalmente no livro de Atos dos Apóstolos.

2.1 Capacitação na pregação. O Espírito Santo torna apto o crente que se predispõe a proclamar o
evangelho de Jesus Cristo, concedendo-lhe unção e ciência da Palavra. Ao lermos a Bíblia, peçamos a companhia do Espírito de Deus, que é o intérprete por excelência das Escrituras Sagradas. Ele nos esclarecerá o real sentido das passagens bíblicas e nos impulsionará a pregarmos com ousadia aquilo que Dele aprendemos (At 4.29-31; cf. Lc 12.11,12). Temos vários exemplos disso na Bíblia, senão vejamos:

- Tão logo foi revestido de poder, o Apóstolo Pedro pregou com grande ousadia, conquistando quase três mil almas para Cristo (At 2.14-41. Posteriormente pregou novamente, ganhando dessa vez mais duas mil almas (At 3.12-26; 4.4);

- A unção do Espírito foi algo tão intenso na pregação do diácono Estêvão, e ele o fazia com tanta sabedoria, que os seus opositores não conseguiam resistir-lhe ou refutá-lo (At 6.9,10). É uma das mais belas pregações de toda a Bíblia (At 6.8-15; 7.1-60). Ele fez uma síntese da história de Israel e demonstrou, com base no Antigo Testamento, que Jesus era o Cristo;

- Dentre as muitas pregações do Apóstolo Paulo podemos destacar algumas, a saber: i) a pregação no Areópago de Atenas diante daqueles que representavam a nata do conhecimento filosófico da época (At 17.15-34); ii) a pregação no Templo de Jerusalém (At 21-22); iii) a pregação perante o Sinédrio, aonde estavam os sacerdotes e anciãos (At 23.1-11); iv) pregação perante os governadores Félix e (At 24 e 25.1-17); v) pregação perante o Rei Agripa (At 25.18-27; 26.1-32).

2.2 Capacitação mediante a operação de sinais e maravilhas. O Espírito Santo prestou sua cooperação com os discípulos através de milagres e maravilhas. Ao lermos sobre os primórdios da Igreja, percebemos quão importante foram as intervenções sobrenaturais para a expansão do Reino:

- Através da cura de um coxo de nascença, o nome de Cristo se fez notório e uma larga porta se abriu para a evangelização (At 3.6-26);

- Pela revelação do Espírito, Pedro conheceu que Ananias e Safira fizerem um acordo, dando-lhes uma irreversível sentença (At 5.1-11). Tal acontecimento fortaleceu a autoridade apostólica e gerou um grande temor em toda a igreja;

- A assistência do Espírito Santo em prol do crescimento da obra era tão grande que Ele se utilizava da sombra do Apóstolo Pedro para curar os enfermos e libertar os endemoniados (At 5.14-16). Isso atraía multidões de Jerusalém e de cidades circunvizinhas (v.16);

- Os apóstolos foram milagrosamente tirados da prisão a fim de continuarem a obra de Deus (At 5.17-25);

- O Espírito cooperava com Estêvão com milagres e maravilhas (At 6.8-10);

- O Espírito arrebatou Filipe até Azoto, com o objetivo de evangelizar outras cidades (At 8.39,40);

- A cura de um coxo de nascença atraiu multidões no ministério de Paulo (At 14.8-11). Até os lenços e aventais do apóstolo eram utilizados para curar (At 19.11,12).

2.3 Capacitação para a obra missionária. O Espírito Santo é o principal responsável pela chamada missionária. Ele comunicou aos apóstolos que estavam em Antioquia que havia escolhido Saulo e Barnabé para obra da evangelização transcultural (At 13.2). O Espírito não apenas os chamou, mas os enviou, capacitou e esteve lado a lado com os seus filhos durante as viagens missionárias.

2.4 Capacitação mediante os dons espirituais e ministeriais. Os dons espirituais são manifestados com o tríplice propósito de edificar, exortar e consolar os santos. Estão listados em I Co 12.4-11. Os dons ministeriais são dados a crentes com uma chamada específica, a fim de promover o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11; I Tm 3.8,12; Tt 1.5-7).

CONCLUSÃO
O cumprimento da Grande Comissão só foi (e é) possível por causa da descida do Espírito Santo de Deus. É ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), santifica os já convertidos mediante a manifestação do fruto (Gl 5.22), manifesta os dons espirituais e ministeriais no seio da Igreja (Ef 4.11; I Co 12.6-11), e capacita das mais variadas formas os cristãos a desempenharem a obra de Deus.

REFERÊNCIAS
- O N.T interpretado versículo por versículo. R.N. Champlin. Ed. Hagnos.
- Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed. Cpad.
- Teologia Sistemática. Stanley Horton. Ed Cpad.
- Introdução à Teologia Sistemática. Eurico Bergstén. Cpad.
- Verdades Pentecostais. Antônio Gilberto. Ed. Cpad.

Fonte: Site RBC1 - Recife- PE

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