segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

LIÇÕES BÍBLICAS 2º SEMESTRE 2011



Lição Bíblica da CPAD - 2º Trimestre/2011 terá como tema geral "Movimento Pentecostal: As doutrinas da nossa fé". O comentarista será o pastor Elienai Cabral.


Segue abaixo os temas semanais:

1. Quem é o Espírito Santo?
2. Nomes e símbolos do Espírito Santo
3. O que é o Batismo com o Espírito Santo
4. Espírito Santo agente capacitador da obra de Deus
5. A importância dos dons espirituais
6. Dons espirituais que manifetam a sabedoria de Deus
7. Os dons de poder
8. O genuíno culto pentecostal
9. A pureza do movimento pentecostal
10. Assembleia de Deus, cem anos de Pentecoste
11. Uma igreja autenticamente Pentecostal
12. Conservando a pureza da Doutrina Pentecostal
13. Aviva ó Senhor a tua obra



Fonte: Blog do  Pr. Altair Germano

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

COMENTÁRIO LIÇÃO 09 - EBD 2011

A CONVERSÃO DE PAULO

TEXTO ÁUREO – At 9:15-16
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: At 9:1-9

O capítulo 9 do livro de Atos dos Apóstolos é sem dúvida "um divisor de águas" na estrutura literária desse livro do Novo Testamento. Pois, é notório o fato que até o capítulo 10 de Atos a ênfase maior é dada ao ministério do apóstolo Pedro, porém, a partir daí Lucas vai dedicar seu registro aos fatos relacionados a obra realizada pelo apóstolo Paulo. A conversão de Paulo está entre os principais e mais importantes fatos que constituem a história de toda igreja cristã. A experiência de Paulo antes da conversão nos mostra como a religiosidade sem conhecimento pode ser extremamente destrutiva, constituindo-se numa forte oposição a obra de Deus. Por lado observamos o intento de Deus em proporcionar uma oportunidade para que pessoas, que como Paulo, apesar de estarem lutando contra a verdade, pensam estar a serviço de Deus. Conhecendo Deus o zelo e a sinceridade de Paulo para com a religião e que o mesmo não agia apenas movido pela arrogância humana, mas com o propósito de agradar ao próprio Deus. O Senhor escolheu Paulo para ser o maior missionário da igreja primitiva, como também o maior teólogo dessa igreja, depois de Jesus, é óbvio. A chamada desse apóstolo nos proporciona um dos mais belos momentos do Novo Testamento, no qual o próprio Jesus aparece para Paulo em visão e fala diretamente com ele.

ATOS A CONVERSÃO DE SAULO (Paulo) (At 9.1-9)
"Saulo, porém, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. Mas seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, e lá será dito o que há de fazer. Os homens que viajavam com ele ficaram emudecidos, ouvindo na verdade, a voz, mas não vendo ninguém. Saulo levantou-se da terra e, abrindo os olhos, não via coisa alguma; e, guiando-o pela mão, conduziram-no a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu."
O termo "respirando" significa literalmente, aspirando. É um particípio grego (empneon), deixando claro que a perseguição empreendida por Paulo se caracterizava num ato contínuo. Damasco ficava a acerca de 225 quilômetros ao nordeste de Jerusalém, mas, mas naqueles dias, por estrada, o percurso chegaria provavelmente a 320 Km. Próximo ao fim da viagem, de repente Saulo foi cercado por um resplendor de luz do céu. Como Atos 26.13 mostra, a luz cercou-o continuando a brilhar com fulgor mais intenso que o sol do meio-dia. Saulo que provavelmente, estava andando, caiu ao chão, abatido. Então ele ouviu uma voz: "Saulo, Saulo, por que me persegues? Lucas, ao referir-se a Saulo, usa sempre a forma grega de seu nome (como o vers. 1, "Saulos"). Jesus usa a forma hebraica (Saoul), que o livro de Atos tem o cuidado de preservar aqui. Saulo, depois confirma que Jesus estava falando em hebraico (Atos 26.14). Saulo conhecia muito bem a Bíblia hebraica e reconheceu que manifestação devia ser divina. Mas a pergunta o confundia. Quem estava perseguindo além dos cristãos? Por isso perguntou: Quem és tu, Senhor? Alguns acham que isso quer dizer. "Quem é o Senhor?" usando a palavra senhor meramente como um termo de tratamento respeitoso. Mas em resposta a esta manifestação obviamente sobrenatural, a palavra não pode significar senão Senhor divino. A resposta veio imediata: "Eu (enfático) sou Jesus, a quem tu (enfático) persegues (continua perseguindo)." Perseguindo a Igreja, Saulo perseguia o Corpo de Cristo cujos membros individuais estão em Cristo. (Mt 25.40,45;Ef 1.23; 2.6). Então Jesus acrescentou: "Dura coisa te é recalcitar contra os aguilhões. Por esse resposta Jesus reconhecia que o motivo principal da perseguição de Paulo contra os cristãos estava em não ter ele resposta adequada para os seus argumentos. Era uma reação por meio da qual ele tentava resistir à convicção do Espírito Santo. Como um homem tangendo um boi, o Espírito Santo tinha estado levando Saulo para a verdade do evangelho, mas ele estava resistindo violentamente, escoiceando contra os aguilhões, a propagação do evangelho e a resposta dos crentes eram aguilhoes; os milagres que confirmavam a palavra eram todos aguilhões. Em tudo isso estava ele ferindo-se perigosamente. Isso não significa que Saulo estava consciente de que esses fatos eram aguilhões ou mesmo que ele percebesse não possuir bons argumentos contra os crentes. Ele estava só dominado pelo furor que não conseguia pensar senão em alguma coisa que pudesse detê-los. Mas agora que se via enfrentado por esse fato e por Cristo, não apenas como o homem Jesus mas como divino Senhor, ele simplesmente respondeu "Senhor, que farei?" Isto mostra uma completa mudança na atitude de Saulo, o que constitui evidência de genuíno arrependimento de sua parte.

SAULO RECEBE INSTRUÇÕES PÓS-CONVERSÃO
O Senhor então lhe disse que se levantasse e entrasse na cidade de Damasco. Ali lhe seria dito tudo o que deveria fazer. Jesus, na realidade, disse mais coisas a Saulo na ocasião, mas Lucas não registra a fim de deixar o restante para Saulo dizer em sua defesa diante de Agripa (At 26.16-18). Em Gálatas 1.1, 11, 12, 16, Saulo também deixa claro que foi comissionado diretamente por Jesus, não por algum homem. Em outras palavras, ele era um apóstolo genuíno ou "enviado", enviado pelo próprio Jesus. Enquanto isso, os homens que viajavam com Saulo emudeceram, ouvindo a voz (o som) mas não vendo ninguém. Como diz Atos 26.14, eles todos caíram ao solo mas tiveram condições de levantar-se antes que Saulo o fizesse. Saulo, ao que parece, fechou os olhos por causa do contínuo resplendor, mas viu Jesus. Então, quando se levantou do chão, nada podia ver. Seus companheiros de viagem o levaram pela mão até Damasco. Ali ficou três dias sem poder ver, e não comeu nem bebeu coisa alguma.

publicado  no blog  Reflexões Teologicas, pr. Vicente de Paula.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

COMENTARIO LIÇÃO 08 - E B D - 2011

QUANDO A IGREJA É PERSEGUIDA

INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição a realidade e as consequências das perseguições que se levantaram contra a Igreja do Senhor, bem como a extensão de tais perseguições até os nossos dias. Como Jesus nos deu o exemplo em tudo (I Pe 2.21), ele foi o primeiro a ser perseguido. Ele preveniu os seus discípulos acerca dos sofrimentos e dificuldades que lhes sobreviriam, mas garantiu que nada prevaleceria contra a sua Igreja ao longo dos séculos (Mt 16.18).

I – OS PRIMÓRDIOS DA PERSEGUIÇÃO DA IGREJA
Podemos afirmar que as perseguições começaram com os ataque às doutrinas e pessoa de Cristo. A Bíblia nos afirma que as autoridades judaicas aborreciam o Mestre: “E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isso, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina” (Mc 11.18). Foram vários os momentos em que escribas e fariseus tentaram descredibilizar ou mesmo destruir o ministério de Cristo. Eles acusavam Jesus de:
- Romper o sábado, pois o Mestre não impunha restrição quanto ao trabalho ou operação de milagres neste dia (Mt 12.1-8);
- Expulsar demônios em nome de Belzebu (Mt 12.23);
- Transgredir a tradição dos anciãos (Mt 15.1-6);
- Blasfêmia, ao fazer-se igual ao Pai (Jo 5.16-18).

Sem contar com inúmeras perguntas capciosas que eram feitas a fim de apanhar o Mestre em alguma contradição (Mt 16.1-12; 21.23-27; Mc 12.13-17; Jo 8.1-11).
Jesus foi perseguido e preveniu os discípulos acerca das perseguições. Já no seu primeiro discurso público, o Senhor exclamou: “bem-aventurados os que sofrem perseguições por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa”. (Mt 5.10,11). Jesus foi muito transparente ao afirmar que as perseguições são uma realidade na vida de quem abraça o seu evangelho. Isto, porém, é motivo de regozijo, pois a recompensa para quem suporta tais perseguições é o “Reino dos céus”! (Mt 10;16,22; Jo 15:19,20 e At. 1:8).

II – ESTÊVÃO, O PRIMEIRO MÁRTIR
Vemos que a morte de Estêvão, diácono da igreja, cheio de fé e de poder (At 6.8), trouxe inúmeros benefícios espirituais, bem como abriu ocasião para o cumprimento dos propósitos divinos para com sua noiva. Ele foi uma fiel e verdadeira testemunha do santo evangelho de Cristo, pregando-o com ciência e unção, não podendo ser refutado pelos perseguidores (At 6.10). Cumpriram-se nele as palavras de Jesus (Mt 10.16-20). Interessante que as autoridades judaicas subornaram falsas testemunhas para fazer sucumbir a verdadeira testemunha de Cristo: “Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei” (At 6.11,13).
Tal acusação, porém, deu-lhe a oportunidade de pregar um dos mais inspirados sermões do Novo Testamento. Estêvão fez uma síntese da História de Israel, demonstrando que todo o testemunho veterotestamentário teve o seu cumprimento pleno em Cristo Jesus, a quem eles rejeitavam. Como não podiam desmenti-lo à luz das Escrituras, com total indiferença mataram o servo de Deus (At 7.55-60). O sangue de Estêvão, entretanto, serviu como uma semente que germinou, tornando-se numa árvore que deu muitos frutos, a saber:
- Dispersão dos cristãos por causa duma grande perseguição (At 8.1). O princípio missionário começara a se cumprir (At 1.8);
- As fronteiras de Jerusalém foram rompidas e o evangelho era anunciado na Judéia e em Samaria (At 8.1,5);
- Posterior conversão de Saulo, que haveria de levar a mensagem do evangelho para os confins da terra e cujos escritos chegariam até nós (At 9.1-6);
- Ministério Apostólico além dos termos de Jerusalém (At 9.32,42; 10.1).

III – A IGREJA DO SENHOR SEMPRE FOI PERSEGUIDA NA HISTÓRIA
3.1. Na Era apostólica – a Igreja era perseguida pelo judaismo (At 4), e pelos romanos (At 8:1).
3.2. Durante o Império Romano – diversas foram as perseguições aos cristãos nestes tempos, fato, aliás, descrito em Ap 2:10 na narrativa da carta a Igreja de Esmirna, que falava da perseguição de “dez dias”, interpretados pelos estudiosos da Bíblia como sendo dez períodos, em que os imperadores romanos massacrariam os cristãos que vai desde Nero à Diocleciano.
3.3. A Era Constantina – a partir de Constantino, as perseguições cessaram, pois o mesmo, aparentemente, tornou-se cristão. A união entre a igreja e o Estado trouxeram sérios prejuízos à ortodoxia neotestamentária.
3.4. Na Idade Média – muitos cristãos autênticos foram perseguidos e mortos. A Inquisição levou muitos à forca, ou à fogueira, diante do papa, com o apoio dos imperadores coroados de Roma.
3.5. Na Idade Moderna – a começar com o Iluminismo, com o avanço das ciências, das letras, das tecnologias, a igreja sofreu outros tipos de perseguição. No último século, foram martirizados mais cristãos do que em todos os séculos anteriores.
3.6. Na Idade Contemporânea – a Igreja convive com duas realidades: a de perseguida nos moldes do primeiro século nos países totalitários como China, Coréia do Norte, etc. E a perseguição velada verificada em países democráticos.

VI – A EXTENSÃO DA PERSEGUIÇÃO
Na maioria dos países do mundo, a Igreja não sofre mais com a fogueira, forca..., entretanto, há outros tipos sutis de perseguição, que de igual modo tenta impedir o avanço da igreja, são elas:
 
4.1. Perseguição Teológica
4.1.1 - Teologia Liberal - Não crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas que apenas a contém.(2 Tm 3:16,17; 2 Pd 1:20,21; Jo 17:17; Fl 2:6-9; Jo 1:1-3; Rm 15:4.)
4.1.2 - Teologia Neo-ortodoxa - Defende que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus. Deus não se revela em Palavras, mas apenas por sua presença. (2 Tm 3:16,17; 2 Pe 1:20,21; Jo 17:17; Fp 2:6-9; Jo 1:1-3: Rm 15:4.)

4.2. Perseguição Legal
Na esfera institucional têm sido criadas leis e outros métodos para impedir o avanço da igreja, sendo proibida em vários aspectos a liberdade de expressão por parte dos cristãos. Um exemplo claro disso são as leis que estão tramitando no Congresso, como a PL 122 que criminaliza “atos homofóbicos”.

4.3. Perseguição Cultural
A perseguição cultural se caracteriza sobretudo :
4.3.1 - Pela rejeição dos Princípios Cristãos (Rm 1:18-32; Ef 5: 8,15)
4.3.2 - Legalização do Comportamento Imoral (homossexualismo, descriminalização do aborto, etc). (2 Tm 3:1-7; I Cor.6:9-10)
4.3.3 - Demolição dos valores absolutos (Rm 1:18-32; 1 Tm 4: 1-4)

A Perseguição cultural atua nos seguintes campos:
1. Na Música - Há um estímulo ao consumo de drogas, ao amor livre, à prostituição e ao escarnecimento do Cristianismo.
2. Literatura - Obras como: Código Da Vince, Deus, um delírio, Harry Potter e o falso evangelho de Judas, são livros que tentam minar o cristianismo negando a divindade de Jesus e a existência de Deus, buscando destruir o avanço da Igreja de Cristo.
3. Tele dramaturgia - Novelas: Araguaia, Insensato Coração; Filmes: Crepúsculo, Harry Potter, Desenhos animados da Walt Disney, procuram destruir os valores e a doutrina cristã.
4. Cultura Popular - Carnaval, folclore, maracatu, samba, crendices populares, tais como: Saci pê-rê-rê, mula-sem-cabeça, cumadre-fulorzinha, boi-da-cara-prêta, etc.
5. Ciência - Teoria da Evolução, Ateísmo, Racionalismo, Humanismo, etc.
6. Nas Artes - A Subjetividade do conceito de arte contemporânea tem aberto espaço para as mais diversas manifestações religiosas sincréticas, bem como o culto ao corpo.

CONCLUSÃO
A Igreja de Cristo sempre será o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13,14), a coluna e firmeza da verdade (I Tm 3.15), a contra-cultura (Rm 12.2). Apesar das tempestades e das perseguições, a Igreja, tal qual uma casa edificada sobre a rocha, permanece firme e inabalável (Mt 7.24,25). No que depender de nós, teremos paz com todos homens (Rm 12.18), mas se não for possível, haja o que houver, hastearemos a bandeira ensanguentada do Calvário e exclamaremos tais quais arautos: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). Amém!

REFERÊNCIAS

-  Bíblia de Estudo Pentecostal – Ed. CPAD.
-  Perigos da Pós-Modernidade, Elinaldo Renovato – Ed. CPAD
-  Uma História Ilustrada do Cristianismo Vol 1, Justo Gonçales – Ed. Vida.

Publicado por: I E A D - Recife- PE em RBC1.com.br

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

COMENTARIOS DA LIÇÃO 07 - E B D - 2011

ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM IMPORTANTE NEGÓCIO.

Texto Bíblico: Atos 6.1-7

Texto Áureo: At 4.35

Este é um tema no qual preciso confessar que tenho uma posição bastante crítica no que diz respeito a ação social da igreja evangélica em nosso pais, pois temos igrejas nesta nação que esbanjam o seu potencial econômico construindo templos suntuosos, comprando emissoras de rádio e televisão, fazendo campanhas de marketing caríssimas, pagando salários aos seus ministros, considerados altos para a realidade salarial do país, e outros investimentos de natureza semelhante. Todavia percebemos pouco interesse em se investir em obras sociais. Conheço igrejas com mais de 100 mil membros (pentecostal) que para tentar justificar um trabalho social tem umas duas escolinhas funcionando precariamente, um projetinho de ajuda a uma comunidade carente, um precário abrigo de velhos e outras coisas desse nível para constar nos relatórios sociais ou para serem usados como pretextos na hora de levantar ofertas. Lamento, mais no meu Estado as grandes igrejas evangélicas têm uma grande dívida para com a sociedade, pois, a obra social que muitos dizem fazer, não atende nem aos domésticos da fé. Muitas lideranças de igrejas têm espiritualizado a mensagem bíblica, e assim passaram ver as pessoas como se elas fossem constituídas apenas de alma e espírito, e o corpo não tivesse muita importância, agindo como se a função dos líderes eclesiásticos fosse apenas cuidar da parte espiritual. Essa atitude tem se constituído num grande equívoco, pois a palavra de Deus nunca faz essa distinção na constituição do ser humano. Deus olha para o homem na sua totalidade e trata com ele atentando para todas as necessidades desse ser que é corpo, alma e espírito. Quando Jesus disse que “nem só de viveria o homem”, Ele não quis dizer que o homem não precisa de pão, porém, que da forma que o pão material era fundamental para sua existência, assim também a Palavra do Senhor não poderia jamais faltar-lhe. Segundo o apóstolo Tiago, se alguém visitar um necessitado, orar por ele e ir embora sem praticar uma assistência social, procurando suprir as necessidades de tal irmão, esse ato religioso não tem nenhum valor diante de Deus, pois a devoção religiosa sem as obras é contrária a fé cristã.


A RESPONSABILIDADE PARA COM AS OUTRAS PESSOAS
As Escrituras expressam de formas múltiplas e objetivas que todos somos responsáveis uns pelos outros, fugir a essa responsabilidade é negligenciar numa tarefa que foi entregue a cada homem pelo próprio Deus. Vejamos o que aconteceu com Caim. Após ter assassinado o seu irmão, Caim ouviu a voz de Deus: “Caim onde está o teu irmão”, porém ele respondeu “Acaso sou eu guardador do meu irmão”. Essa resposta demonstra o descaso de Caim para com a responsabilidade que Deus lhe entregara, a qual era cuidar do seu irmão. Infelizmente tem muita gente em muitas igrejas que estão morrendo por falta de cuidado, e alguns estão até mesmo sendo mortos por causa da inveja, do egoísmo e da avareza de outros. Todavia, a Palavra do Senhor continua cobrando daqueles que têm negligenciado no que diz respeito ao cuidado com o semelhante, o Senhor continua nos perguntando “onde está o teu irmão?”, o que você fez para ele, e o que você fez com ele ?. Tenhamos muito cuidado, porque a Bíblia nos diz que: “aquele que sabe fazer o bem e não o faz peca”. Não confundamos fé bíblica com religiosidade, os fariseus eram as pessoas mais religiosas da época de Jesus, porém, eles não praticavam a fé bíblica, porque sobre estas pessoas, Jesus fez a seguinte afirmação: “vocês me honram com os lábios, mas seu corações estão longe de mim”. O amor cristão é altruísta, e se caracteriza por uma constante preocupação com o bem estar do nosso semelhante. A presença do amor de Cristo em nossos corações nos conscientiza da grande responsabilidade que temos de nos empenharmos em promovermos o bem para beneficiarmos as pessoas de uma forma geral.

A responsabilidade não é meramente proteger vidas inocentes; também inclui fazer o bem positivo em prol dos outros. Segundo Jesus e o ensino do Antigo Testamento devemos ser responsáveis para amar o nosso próximo como a nós mesmos. Jesus disse que o amor é a essência da lei moral (Mt 22.39). Até mesmo disse que a totalidade da moralidade do Antigo Testamento podia se reduzida à Regra Áurea (Mt 7.12). Exemplos específicos daquilo que significa amar aos outros não faltam nem na vida nem nos ensinos de Cristo. As Epístolas do N. T. abundam de exortações para os cristãos cuidarem uns dos outros e dos de fora. Paulo escreveu: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.4). Outra vez: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2, 10). A primeira Epístola de João é muita explícita no que diz respeito `a responsabilidade do cristão no sentido de amar aos outros. (3.17, 18), como também a de Tiago (1.27). Em síntese, o homem é moralmente responsável pelos demais homens. Ele é o guardião do seu irmão.

A RESPONSABILIDADE PARA COM OS IRMÃOS NA FÉ
Paulo conclamou aos gálatas: Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (6.10). O próprio Paulo estava muito ativo em levantar uma oferta para os santos pobres em Jerusalém (Rm 15.26).João, semelhantemente ressaltou a providência para as necessidades dos irmãos, e escreveu: “ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus ( I Jo 3.17). Tiago é igualmente firme na ênfase sobre a providência para os irmãos: “Se um irmão ou irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: “ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos”, sem contudo, lhe dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (Tg 2.15,16). A responsabilidade social do cristão, quanto ao amor além da sua própria família, começa com a família de Deus. Esta verdade também é subentendida no cuidado da igreja primitiva com suas próprias viúvas (At 6.1; I Tm 5.9ss). A responsabilidade social do cristão começa com a sua própria pessoa, continua com a sua família, depois com os irmãos na fé e se estende para com todas as pessoas. Como filhos de Deus somos encarregados de praticarmos o bem para com todas as pessoas sem jamais excluir qualquer pessoa.

A RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA COM OS POBRES
A igreja tem a obrigação de cuidar dos pobres e não explorá-los como muitos têm feito. A primeira igreja em Jerusalém pediu a Paulo “que nos lembrássemos dos pobres,” disse ele, “o que também me esforcei por fazer” (Gl 2.10). Em cumprimento desta incumbência, Paulo escreveu: “Por que aprouve à Macedônia e a Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém” (Rm 15.26). Até antes deste tempo, quando havia fome em Jerusalém, “Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia” (At 11.29). Tudo isso era furto da responsabilidade social que predominava naquelas comunidades cristãs do primeiro século. A Antigo Testamento abunda em exortações acerca dos pobres. A lei de Moisés ordenava que os cantos e as espigas dos campos fossem deixados para os pobres e estrangeiros (Lv 19.9). Era ordenado, ainda mais: “Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então sustentá-lo-ás” (Lv 25.35; Dt 15.15). Uma benção especial é prometida aos que dão aos pobres: “Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício” (Pv 19.17). Outra vez: “Bem-aventurado o que acode ao necessitado” (Sl 41.1). Os profetas eram campeões dos pobres, Isaías escreveu: “Aí dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo...” (10.1-2).

Postado Por REFLEXÕES TEOLÓGICAS, Pr. Vicente de Paula

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SUBSÍDIO LIÇÃO 06 EBD - 2011

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA
Atos 5.1-11

As nossas experiências diárias nos revelam claramente que a disciplina é fundamental para uma existência harmônica de qualquer grupo social, e também de suma importância para o êxito individual. Onde a disciplina não e considerada existe uma plataforma para que se estabeleça a anarquia e caos. A disciplina ajuda na definição dos papéis sociais, fazendo com que cada indivíduo desempenhe a sua função de uma forma que contribua para funcionando da engrenagem social. A disciplina produz maturidade e prudência nos indivíduos, pois toda pessoa que procura obedecer normas que visam o bem da maioria expressam consciência de coletividade, entendendo que as suas atitudes podem beneficiar ou prejudicar os demais. A pessoa indisciplinada caracteriza-se pelo tipo de gente cuja característica principal é o egoísmo e uma tremenda falta de conhecimento da vida. A disciplina é um instrumento de correção que visa o melhoramento do caráter dos indivíduos, o qual deve ser utilizado em qualquer processo educativo. No processo disciplinar muitas vezes se faz necessário penalizar o infrator, isto é, aquele que não obedeceu as normas estabelecidas como pré-requisitos para se atingir os alvos desejados.

A lição de hoje está focada em Atos 5.1-11 o qual diz respeito ao relato sobre Ananias e Safira. Um caso clássico no Novo Testamento de uma medida disciplina que foi adotada para um casal que maquinou uma mentira relacionada à venda de uma propriedade. Ao ler esse texto muitos podem até interpretar que a punição imposta ao casal, seja devido ao fato deles terem se negado a entregar todo o valor da venda da propriedade, o que não é correto pensar dessa forma. É necessário observamos que ninguém era constrangido para vender suas propriedade e entregar o dinheiro aos apóstolos, tudo era feito espontaneamente. O que realmente aconteceu com Ananias e Safira pode ser explicado pela pergunta que o apóstolo Pedro fez para Ananias "Por que Encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo..." , então, percebemos claramente que o texto trata do desfecho de um caso que possuía profundas raízes, as coisas não aconteceram do dia para a noite. O casal aqui mencionado se deixou enganar pelos ardis de satanás, o qual os induziu a avareza e por causa disso cometeram o terrível sacrilégio, de premeditarem uma mentirem contra o próprio Espírito Santo. O pecado de Ananias e Safira não foi somente o de ter retido parte do dinheiro da propriedade, porém, a tentativa de enganar o próprio Deus, tendo em vista que os apóstolos eram autênticos representantes de Deus, por isso, mentir para eles representava mentir ao Espírito Santo.

Podemos dizer que o episódio descrito no texto em apreço é algo de natureza inédita, pois, não encontramos nenhum outro caso no Novo Testamento em que alguém tenha recebido uma punição tão imediata como conseqüência do pecado praticado. Observando este aspecto entendemos que a situação em si não se apresenta nas Escrituras como um método disciplinar para os dias atuais. O "por quê?" de Deus escolhido aquele casal nos deixar tal exemplo de disciplina, aplicando uma tão severa punição, apenas podemos dizer que não cabe a nós questionarmos os atos soberanos do Criador. Mesmo que nunca tenhamos visto mentirosos sendo desmacarados por homens de Deus e sendo sentenciados a uma morte fulminante, podemos afirmar com toda certeza que os princípios disciplinares que se apresentam nesse episódio ainda permanecem com total validade. A punição aplicada a Ananias e Safira foi fundamental para aquela igreja que estava no seu processo de formação e precisava urgentemente aprender que a desobediência a Palavra do Senhor e a insubordinação às suas lideranças poderia trazer-lhes conseqüências fatais. O desfecho do caso casou em toda igreja o impacto desejado pelo Espírito Santo "Sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram estas coisas". Não devemos nesse caso, confundir temor com medo e pavor, pois trata-se de um temor baseado em reverência e confiança na justiça e no amor de Deus. A partir daí todos passaram a ser mais cuidadosos em suas vidas espirituais, para não pecarem contra Deus e também não viessem sofre nenhuma conseqüência produzida por seus próprios pecados. Esse caso repercutiu não só no meio da igreja, mas também entre todos que ouviram sobre isto, parece que até mesmo pessoas de fora da igreja foram contagiadas por esse temor, se não se converteram pelo menos para a ter muito respeito pelo povo de Deus.

A IGREJA PODE DISCIPLINAR E NÃO JULGAR
Ananias e Safira foram julgados pelo Senhor e receberam a punição devida pelo pecado Deles. Somente Deus pode aplicar sentenças justas para aqueles cometem pecados, pois, por mais severa que seja a sentença aplicada, ela sempre será justa, porque Deus jamais comete injustiças. A Bíblia nos diz em II Co 11 que nós precisamos nos julgar a nós mesmos para não sermos julgados pelos Senhor, isto significa que se quisermos evitar o severo julgamento do Senhor, o qual só exerce o juízo Dele depois de ter longamente exercido a graça, precisamos exercitar a auto-disciplina por meio de uma continua auto-avaliação, "Examine-se pois, o homem a si mesmo" , porém , quando alguém peca e fica fora da vontade do Senhor, a igreja que pode aplicar a disciplina sobre esta pessoa, tal ato disciplinar não deve ter como propósito único de punir e julgar. Todavia, disciplina da igreja deve funcionar com o propósito terapêutico, isto é, a disciplina é como se fosse o bisturi do médico, o qual para eliminar um determinado mal antes precisar antes ferir o paciente, pois, é o único meio de arrancar o mal que está profundamente arraigado, vai gerar algum incômodo para o paciente, porém, no futuro ele agradecerá pela cura. A disciplina na igreja deve ser exercida com a atitude de que estamos tratando de "um soldado ferido", portanto é necessário agir com amor, respeito, valorização ao indivíduo, porque somente assim este soldado vai ser beneficiado com a força da auto-estima e consequentemente a vontade de ser curado. Infelizmente a disciplina em muitas igrejas está funcionando como um veneno letal que está matando aqueles que foram feridos e estão a beira da morte. Porém, se negligenciarmos em nossa auto-avaliação e ainda desprezarmos a disciplina da igreja, não escaparemos do julgamento do Senhor, na Carta aos Hebreus está escrito "horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo", pois diante Dele nada passará impune. Ainda II Co 11 está escrito que muita gente fica fraco, doente e até morre antes do tempo por causa de pecado, então, observe que os princípios de julgamento aplicados a Ananias e Safira ainda têm validade

A PALAVRA GREGA PARA DISCIPLINA : KATARTIZEIN
O principal significado prático de Katartizein pode ser encontrado em Gálatas 6.1, que em algumas versões é traduzida pela palavra "restaurar", referindo-se a algum irmão que foi surpreendido em alguma falta. Se procurarmos nos aprofundar no campo semântico de Katartizein vamos descobrir alguns significados que nos ajudarão a compreender corretamente o método e propósito da disciplina na igreja. No grego clássico, esta palavra tem uma ampla gama de significados, entre eles ajustar, colocar em ordem, recuperar. Em alguns contextos se referia a ação de "equipar um homem ou habilitar algo para um determinado propósito. No N. T. esse termo aparece em Mt 4.21; Mc 1.19 e diz respeito aos discípulos "remendando suas redes", a idéia é que as redes estavam sendo preparadas para um uso futuro. Já em Lucas 6.40 estar relacionado com "equipar" , aqui diz que o discípulo não pode estar mais equipado do que o seu mestre. E Também Rm 9.22 Katartizein tem o mesmo sentido de estar equipado. Em 2 co 13.11 e I Pe 5.10 katartizein é traduzido como "aperfeiçoar". A antiga versão Reina Valera traduz em I Co 1.10 por " estar perfeitamente unidos" . Nesse caso Katertizein é utilizado com o propósito de unificar os elementos discordantes na igreja de Corinto. A idéia poderia ser de ajustar e recompor os membros deslocados e acalmar e pacificar os elementos facciosos.
Quando aplicamos tudo que foi dito sobre Katartizein a disciplina da igreja, emergem idéias sumamente significativas. 1) Fica claro que a disciplina nunca foi um castigo para purgar pecados, nem uma simples vingança contra o malfeitor. 2) A disciplina que dizer "recuperar" a um homem "restaurá-lo", a disciplina reconhece ao homem mais como um "pobre ferido" do que como um pecador deliberado. 3) Disciplinar uma pessoa é "equipá-la" para que ela possa enfrentar e vencer as tentações que a derrubaram, por isso é função da igreja não somente aplicar um castigo, mas preparar as pessoas para viverem conforme os princípios cristãos.