sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

COMENTÁRIO LIÇÃO 09 - EBD 2011

A CONVERSÃO DE PAULO

TEXTO ÁUREO – At 9:15-16
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: At 9:1-9

O capítulo 9 do livro de Atos dos Apóstolos é sem dúvida "um divisor de águas" na estrutura literária desse livro do Novo Testamento. Pois, é notório o fato que até o capítulo 10 de Atos a ênfase maior é dada ao ministério do apóstolo Pedro, porém, a partir daí Lucas vai dedicar seu registro aos fatos relacionados a obra realizada pelo apóstolo Paulo. A conversão de Paulo está entre os principais e mais importantes fatos que constituem a história de toda igreja cristã. A experiência de Paulo antes da conversão nos mostra como a religiosidade sem conhecimento pode ser extremamente destrutiva, constituindo-se numa forte oposição a obra de Deus. Por lado observamos o intento de Deus em proporcionar uma oportunidade para que pessoas, que como Paulo, apesar de estarem lutando contra a verdade, pensam estar a serviço de Deus. Conhecendo Deus o zelo e a sinceridade de Paulo para com a religião e que o mesmo não agia apenas movido pela arrogância humana, mas com o propósito de agradar ao próprio Deus. O Senhor escolheu Paulo para ser o maior missionário da igreja primitiva, como também o maior teólogo dessa igreja, depois de Jesus, é óbvio. A chamada desse apóstolo nos proporciona um dos mais belos momentos do Novo Testamento, no qual o próprio Jesus aparece para Paulo em visão e fala diretamente com ele.

ATOS A CONVERSÃO DE SAULO (Paulo) (At 9.1-9)
"Saulo, porém, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. Mas seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, e lá será dito o que há de fazer. Os homens que viajavam com ele ficaram emudecidos, ouvindo na verdade, a voz, mas não vendo ninguém. Saulo levantou-se da terra e, abrindo os olhos, não via coisa alguma; e, guiando-o pela mão, conduziram-no a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu."
O termo "respirando" significa literalmente, aspirando. É um particípio grego (empneon), deixando claro que a perseguição empreendida por Paulo se caracterizava num ato contínuo. Damasco ficava a acerca de 225 quilômetros ao nordeste de Jerusalém, mas, mas naqueles dias, por estrada, o percurso chegaria provavelmente a 320 Km. Próximo ao fim da viagem, de repente Saulo foi cercado por um resplendor de luz do céu. Como Atos 26.13 mostra, a luz cercou-o continuando a brilhar com fulgor mais intenso que o sol do meio-dia. Saulo que provavelmente, estava andando, caiu ao chão, abatido. Então ele ouviu uma voz: "Saulo, Saulo, por que me persegues? Lucas, ao referir-se a Saulo, usa sempre a forma grega de seu nome (como o vers. 1, "Saulos"). Jesus usa a forma hebraica (Saoul), que o livro de Atos tem o cuidado de preservar aqui. Saulo, depois confirma que Jesus estava falando em hebraico (Atos 26.14). Saulo conhecia muito bem a Bíblia hebraica e reconheceu que manifestação devia ser divina. Mas a pergunta o confundia. Quem estava perseguindo além dos cristãos? Por isso perguntou: Quem és tu, Senhor? Alguns acham que isso quer dizer. "Quem é o Senhor?" usando a palavra senhor meramente como um termo de tratamento respeitoso. Mas em resposta a esta manifestação obviamente sobrenatural, a palavra não pode significar senão Senhor divino. A resposta veio imediata: "Eu (enfático) sou Jesus, a quem tu (enfático) persegues (continua perseguindo)." Perseguindo a Igreja, Saulo perseguia o Corpo de Cristo cujos membros individuais estão em Cristo. (Mt 25.40,45;Ef 1.23; 2.6). Então Jesus acrescentou: "Dura coisa te é recalcitar contra os aguilhões. Por esse resposta Jesus reconhecia que o motivo principal da perseguição de Paulo contra os cristãos estava em não ter ele resposta adequada para os seus argumentos. Era uma reação por meio da qual ele tentava resistir à convicção do Espírito Santo. Como um homem tangendo um boi, o Espírito Santo tinha estado levando Saulo para a verdade do evangelho, mas ele estava resistindo violentamente, escoiceando contra os aguilhões, a propagação do evangelho e a resposta dos crentes eram aguilhoes; os milagres que confirmavam a palavra eram todos aguilhões. Em tudo isso estava ele ferindo-se perigosamente. Isso não significa que Saulo estava consciente de que esses fatos eram aguilhões ou mesmo que ele percebesse não possuir bons argumentos contra os crentes. Ele estava só dominado pelo furor que não conseguia pensar senão em alguma coisa que pudesse detê-los. Mas agora que se via enfrentado por esse fato e por Cristo, não apenas como o homem Jesus mas como divino Senhor, ele simplesmente respondeu "Senhor, que farei?" Isto mostra uma completa mudança na atitude de Saulo, o que constitui evidência de genuíno arrependimento de sua parte.

SAULO RECEBE INSTRUÇÕES PÓS-CONVERSÃO
O Senhor então lhe disse que se levantasse e entrasse na cidade de Damasco. Ali lhe seria dito tudo o que deveria fazer. Jesus, na realidade, disse mais coisas a Saulo na ocasião, mas Lucas não registra a fim de deixar o restante para Saulo dizer em sua defesa diante de Agripa (At 26.16-18). Em Gálatas 1.1, 11, 12, 16, Saulo também deixa claro que foi comissionado diretamente por Jesus, não por algum homem. Em outras palavras, ele era um apóstolo genuíno ou "enviado", enviado pelo próprio Jesus. Enquanto isso, os homens que viajavam com Saulo emudeceram, ouvindo a voz (o som) mas não vendo ninguém. Como diz Atos 26.14, eles todos caíram ao solo mas tiveram condições de levantar-se antes que Saulo o fizesse. Saulo, ao que parece, fechou os olhos por causa do contínuo resplendor, mas viu Jesus. Então, quando se levantou do chão, nada podia ver. Seus companheiros de viagem o levaram pela mão até Damasco. Ali ficou três dias sem poder ver, e não comeu nem bebeu coisa alguma.

publicado  no blog  Reflexões Teologicas, pr. Vicente de Paula.

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