terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

COMENTARIO LIÇÃO 08 - E B D - 2011

QUANDO A IGREJA É PERSEGUIDA

INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição a realidade e as consequências das perseguições que se levantaram contra a Igreja do Senhor, bem como a extensão de tais perseguições até os nossos dias. Como Jesus nos deu o exemplo em tudo (I Pe 2.21), ele foi o primeiro a ser perseguido. Ele preveniu os seus discípulos acerca dos sofrimentos e dificuldades que lhes sobreviriam, mas garantiu que nada prevaleceria contra a sua Igreja ao longo dos séculos (Mt 16.18).

I – OS PRIMÓRDIOS DA PERSEGUIÇÃO DA IGREJA
Podemos afirmar que as perseguições começaram com os ataque às doutrinas e pessoa de Cristo. A Bíblia nos afirma que as autoridades judaicas aborreciam o Mestre: “E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isso, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina” (Mc 11.18). Foram vários os momentos em que escribas e fariseus tentaram descredibilizar ou mesmo destruir o ministério de Cristo. Eles acusavam Jesus de:
- Romper o sábado, pois o Mestre não impunha restrição quanto ao trabalho ou operação de milagres neste dia (Mt 12.1-8);
- Expulsar demônios em nome de Belzebu (Mt 12.23);
- Transgredir a tradição dos anciãos (Mt 15.1-6);
- Blasfêmia, ao fazer-se igual ao Pai (Jo 5.16-18).

Sem contar com inúmeras perguntas capciosas que eram feitas a fim de apanhar o Mestre em alguma contradição (Mt 16.1-12; 21.23-27; Mc 12.13-17; Jo 8.1-11).
Jesus foi perseguido e preveniu os discípulos acerca das perseguições. Já no seu primeiro discurso público, o Senhor exclamou: “bem-aventurados os que sofrem perseguições por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa”. (Mt 5.10,11). Jesus foi muito transparente ao afirmar que as perseguições são uma realidade na vida de quem abraça o seu evangelho. Isto, porém, é motivo de regozijo, pois a recompensa para quem suporta tais perseguições é o “Reino dos céus”! (Mt 10;16,22; Jo 15:19,20 e At. 1:8).

II – ESTÊVÃO, O PRIMEIRO MÁRTIR
Vemos que a morte de Estêvão, diácono da igreja, cheio de fé e de poder (At 6.8), trouxe inúmeros benefícios espirituais, bem como abriu ocasião para o cumprimento dos propósitos divinos para com sua noiva. Ele foi uma fiel e verdadeira testemunha do santo evangelho de Cristo, pregando-o com ciência e unção, não podendo ser refutado pelos perseguidores (At 6.10). Cumpriram-se nele as palavras de Jesus (Mt 10.16-20). Interessante que as autoridades judaicas subornaram falsas testemunhas para fazer sucumbir a verdadeira testemunha de Cristo: “Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei” (At 6.11,13).
Tal acusação, porém, deu-lhe a oportunidade de pregar um dos mais inspirados sermões do Novo Testamento. Estêvão fez uma síntese da História de Israel, demonstrando que todo o testemunho veterotestamentário teve o seu cumprimento pleno em Cristo Jesus, a quem eles rejeitavam. Como não podiam desmenti-lo à luz das Escrituras, com total indiferença mataram o servo de Deus (At 7.55-60). O sangue de Estêvão, entretanto, serviu como uma semente que germinou, tornando-se numa árvore que deu muitos frutos, a saber:
- Dispersão dos cristãos por causa duma grande perseguição (At 8.1). O princípio missionário começara a se cumprir (At 1.8);
- As fronteiras de Jerusalém foram rompidas e o evangelho era anunciado na Judéia e em Samaria (At 8.1,5);
- Posterior conversão de Saulo, que haveria de levar a mensagem do evangelho para os confins da terra e cujos escritos chegariam até nós (At 9.1-6);
- Ministério Apostólico além dos termos de Jerusalém (At 9.32,42; 10.1).

III – A IGREJA DO SENHOR SEMPRE FOI PERSEGUIDA NA HISTÓRIA
3.1. Na Era apostólica – a Igreja era perseguida pelo judaismo (At 4), e pelos romanos (At 8:1).
3.2. Durante o Império Romano – diversas foram as perseguições aos cristãos nestes tempos, fato, aliás, descrito em Ap 2:10 na narrativa da carta a Igreja de Esmirna, que falava da perseguição de “dez dias”, interpretados pelos estudiosos da Bíblia como sendo dez períodos, em que os imperadores romanos massacrariam os cristãos que vai desde Nero à Diocleciano.
3.3. A Era Constantina – a partir de Constantino, as perseguições cessaram, pois o mesmo, aparentemente, tornou-se cristão. A união entre a igreja e o Estado trouxeram sérios prejuízos à ortodoxia neotestamentária.
3.4. Na Idade Média – muitos cristãos autênticos foram perseguidos e mortos. A Inquisição levou muitos à forca, ou à fogueira, diante do papa, com o apoio dos imperadores coroados de Roma.
3.5. Na Idade Moderna – a começar com o Iluminismo, com o avanço das ciências, das letras, das tecnologias, a igreja sofreu outros tipos de perseguição. No último século, foram martirizados mais cristãos do que em todos os séculos anteriores.
3.6. Na Idade Contemporânea – a Igreja convive com duas realidades: a de perseguida nos moldes do primeiro século nos países totalitários como China, Coréia do Norte, etc. E a perseguição velada verificada em países democráticos.

VI – A EXTENSÃO DA PERSEGUIÇÃO
Na maioria dos países do mundo, a Igreja não sofre mais com a fogueira, forca..., entretanto, há outros tipos sutis de perseguição, que de igual modo tenta impedir o avanço da igreja, são elas:
 
4.1. Perseguição Teológica
4.1.1 - Teologia Liberal - Não crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas que apenas a contém.(2 Tm 3:16,17; 2 Pd 1:20,21; Jo 17:17; Fl 2:6-9; Jo 1:1-3; Rm 15:4.)
4.1.2 - Teologia Neo-ortodoxa - Defende que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus. Deus não se revela em Palavras, mas apenas por sua presença. (2 Tm 3:16,17; 2 Pe 1:20,21; Jo 17:17; Fp 2:6-9; Jo 1:1-3: Rm 15:4.)

4.2. Perseguição Legal
Na esfera institucional têm sido criadas leis e outros métodos para impedir o avanço da igreja, sendo proibida em vários aspectos a liberdade de expressão por parte dos cristãos. Um exemplo claro disso são as leis que estão tramitando no Congresso, como a PL 122 que criminaliza “atos homofóbicos”.

4.3. Perseguição Cultural
A perseguição cultural se caracteriza sobretudo :
4.3.1 - Pela rejeição dos Princípios Cristãos (Rm 1:18-32; Ef 5: 8,15)
4.3.2 - Legalização do Comportamento Imoral (homossexualismo, descriminalização do aborto, etc). (2 Tm 3:1-7; I Cor.6:9-10)
4.3.3 - Demolição dos valores absolutos (Rm 1:18-32; 1 Tm 4: 1-4)

A Perseguição cultural atua nos seguintes campos:
1. Na Música - Há um estímulo ao consumo de drogas, ao amor livre, à prostituição e ao escarnecimento do Cristianismo.
2. Literatura - Obras como: Código Da Vince, Deus, um delírio, Harry Potter e o falso evangelho de Judas, são livros que tentam minar o cristianismo negando a divindade de Jesus e a existência de Deus, buscando destruir o avanço da Igreja de Cristo.
3. Tele dramaturgia - Novelas: Araguaia, Insensato Coração; Filmes: Crepúsculo, Harry Potter, Desenhos animados da Walt Disney, procuram destruir os valores e a doutrina cristã.
4. Cultura Popular - Carnaval, folclore, maracatu, samba, crendices populares, tais como: Saci pê-rê-rê, mula-sem-cabeça, cumadre-fulorzinha, boi-da-cara-prêta, etc.
5. Ciência - Teoria da Evolução, Ateísmo, Racionalismo, Humanismo, etc.
6. Nas Artes - A Subjetividade do conceito de arte contemporânea tem aberto espaço para as mais diversas manifestações religiosas sincréticas, bem como o culto ao corpo.

CONCLUSÃO
A Igreja de Cristo sempre será o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13,14), a coluna e firmeza da verdade (I Tm 3.15), a contra-cultura (Rm 12.2). Apesar das tempestades e das perseguições, a Igreja, tal qual uma casa edificada sobre a rocha, permanece firme e inabalável (Mt 7.24,25). No que depender de nós, teremos paz com todos homens (Rm 12.18), mas se não for possível, haja o que houver, hastearemos a bandeira ensanguentada do Calvário e exclamaremos tais quais arautos: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). Amém!

REFERÊNCIAS

-  Bíblia de Estudo Pentecostal – Ed. CPAD.
-  Perigos da Pós-Modernidade, Elinaldo Renovato – Ed. CPAD
-  Uma História Ilustrada do Cristianismo Vol 1, Justo Gonçales – Ed. Vida.

Publicado por: I E A D - Recife- PE em RBC1.com.br

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