quarta-feira, 30 de março de 2011

SUBSÍDIOS E B D - LIÇÃO 01 - 2º SEMESTRE 2011

QUEM É O ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO
Neste segundo trimestre do ano, em comemoração ao Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, estudaremos sobre o Movimento Pentecostal, as doutrinas da nossa fé. Nesta primeira lição, nos dedicaremos ao estudo acerca do Espírito Santo, que é a Terceira Pessoa da Trindade, onde abordaremos sobre Sua divindade e personalidade; Sua atuação no Antigo e Novo Testamentos, bem como na experiência humana.

I – QUEM É O ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade (Mt 28.19; II Co 13.13). Ele é chamado de Espírito Santo porque Sua obra principal é a santificação. Por intermédio dEle, Deus opera na esfera espiritual, convencendo os pecadores (Jo 16.8), regenerando e santificando os crentes (Jo 3.5-8; Rm 15.16; I Co 6.11; II Ts 2.13; I Pe 1.1,2); e, capacitando-os a fazer a Sua obra (At 1.8). Apesar dos esforços que muitos têm empreendido para negar Sua existência, podemos afirmar, à luz das Sagradas Escrituras, que o Espírito Santo é uma pessoa, pois Ele é dotado de personalidade; e também é divino, pois Ele possui atributos exclusivos da Trindade, como nos ensina a Pneumatologia, que é a ciência que estuda a pessoa, obra, natureza, atributos e manifestações do Espírito Santo.

II – A PERSONALIDADE E A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
Embora que algumas seitas heréticas tentem negar a personalidade e a divindade do Espírito Santo, afirmando que Ele é apenas uma energia, ou uma força ativa de Deus, Seus atributos e atividades desmentem essa falsa teoria. Vejamos:
2.1 A Personalidade do Espírito Santo. A Bíblia ensina que o Espírito Santo é uma pessoa, pois, além de possuir sentimento, intelecto e vontade, Ele age como uma pessoa e faz coisas que uma força ou energia jamais poderiam fazer. Vejamos:

* Ele fala (At 13.2; Ap 2.7);

* Ele guia (At 8.29; Rm 8.14);

* Pode-se resistir a Ele (At 7.51);

* Ele intercede (Rm 8.26);

* Ele pode impedir (At 16.6,7);

* Pode-se mentir a Ele (At 5.3,4);

* Ele testifica (Jo 15:26);

* Ele tem vontade própria (I Co 12.11);

* Pode-se entristecê-Lo (Ef 4.30);

* Ele ama (Rm 15.30);

* Ele ensina e faz lembrar (Jo 14.26);

* Pode-se blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32).

2.2 A Divindade do Espírito Santo. Em toda a Bíblia, podemos ver claramente que o Espírito Santo é Deus; pois, além de possuir atributos divinos, Ele faz coisas que somente Deus pode fazer. Vejamos:

* Ele é eterno (Hb 9.14);

* Ele é chamado “Deus” (At 5:3,4);

* Ele é Todo-Poderoso (Lc 1.35; I Co 12.11);

* Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; II Co 13.13);

* Ele é Onipresente (Sl 139.7-10);

* Ele é criador (Jó 33.4; Sl 104.30);

* Ele é onisciente (I Co 2.10,11);

* Ele inspirou a Palavra de Deus (I Pe 1.11; II Pe 1.21; cf II Tm 3.16).

III – A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Diversas vezes a Bíblia descreve a atuação do Espírito Santo no AT. Vejamos algumas:
3.1 O Espírito Santo na Criação. A primeira referência ao Espírito Santo no AT é em Gn 1.2, onde a Bíblia diz que “... o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Algumas versões trazem "mover-se", mas a palavra hebraica é "estar sobre". Assim como uma galinha fica sobre seus ovos para chocá-los e trazer nova vida ao mundo; da mesma maneira o Espírito Santo pairou sobre a criação, para encher seu vazio com as várias formas de vida, de onde resultou o relato de Gênesis 1 e 2. Assim, desde o princípio, o Espírito Santo estava ativo na criação, junto com o Pai e o Filho (Jó 26:13; 33.4; Sl 33:6; 104:30).
3.2 O Espírito Santo agindo nos líderes de Israel. No AT, o Espírito Santo atuava, principalmente, na vida dos juízes, profetas, sacerdotes e reis, como por exemplo: Josué (Nm 27:18-21); Otoniel (Jz 3:9-10; José (Gn 41:38-40); Bezaleel (Êx 35:30-31); Moisés (Nm 11:16,17); Gideão (Jz 6:34), Jefté (Jz 11:29); Sansão (Jz 13:24,25); Saul (1 Sm 10:6); Davi (I Sm 16.13) e outros. Podemos entender, então, que Ele atuava de maneira específica e temporária, sobre pessoas específicas, e para obras específicas. O derramamento geral do Espírito é mencionado como um evento futuro (Jl 2.28,29).
Encontramos no AT três expressões utilizadas para a atuação do Espírito Santo nas pessoas:

* Ele vinha sobre alguém: "O Espírito de Deus se apoderou de Zacarias” (II Cr 24:20).
* Ele repousava sobre alguém: "O Espírito repousou sobre eles" (Nm 11:25).
* Ele enchia alguém: "Eu o enchi do Espírito de Deus" (Êx 31:3).

IV - A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO
Com exceção da Segunda e Terceira Epístola de João, todos os livros do N.T. contém referências à pessoa e obra do Espírito Santo, onde podemos ler sobre a ação do Espírito Santo na vida de Cristo, dos pecadores e, principalmente dos servos de Deus. Vejamos alguns exemplos:

4.1 O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE CRISTO. A Terceira Pessoa da Trindade é mencionada em diversas ocasiões da vida e ministério de Cristo.
4.1.1 No Seu nascimento. O Espírito Santo é descrito como o Agente Miraculoso na concepção de Jesus (Ma 1.20; Lc 1:35).
4.1.2 No Seu batismo. Por ocasião do batismo, o Espírito Santo desceu sobre Ele numa forma corpórea de uma pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33).
4.1.3 No Seu ministério. O ministério de Jesus foi marcado pela presença do Espírito Santo (Mc 1.12; Lc 4.18,19; At 10.38).
4.1.4 Na Sua morte. Nesse momento tão crucial, o Espírito de Deus não poderia estar ausente (Hb 9.14).
4.1.5 Na Sua ressurreição. O Espírito Santo foi o agente vivificante na ressurreição de Cristo (Rm 1:4; 8:11).
Em suma, podemos afirmar que Jesus foi concebido pelo Espírito (Lc 1:35); guiado pelo Espírito (Lc 4:1); ungido pelo Espírito (Lc 4:18; At 10:38); revestido com poder pelo Espírito (Mt 12:27, 28); ofereceu a Si mesmo pelos nossos pecados, pelo Espírito (Hb 9:14); foi ressuscitado pelo Espírito (Rm 8:11); e deu mandamentos por intermédio do Espírito (At 1:2).

4.2 O ESPÍRITO SANTO NA EXPERIÊNCIA HUMANA. O NT Descreve diversas atividades do Espírito Santo na experiência humana, de maneira que, à luz da Bíblia, podemos afirmar que seria impossível o homem ser salvo, sem a ação do Espírito em sua vida.
4.2.1 Ele convence. Em João 16:7-11 Jesus descreve a obra do Consolador em relação ao mundo, convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo. Convencer, nesse texto, significa “levar ao conhecimento verdades que, de outra maneira, seriam postas em dúvida ou rejeitadas”; pois os homens não sabem o que é o pecado, a justiça e o juízo, necessitando, portanto, serem convencidos dessa verdade espiritual.
4.2.2 Ele regenera. A regeneração é o mesmo que “nascer de novo”, ou seja, o milagre que ocorre na vida de todo aquele que teve um encontro com Cristo, tornando-o participante da natureza divina. Através da regeneração, o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual, tornando-se uma nova criatura em Cristo (Jo 3.5-8; Tt 3.5).
4.2.3 Ele habita. No ato da regeneração, o Espírito Santo passa a habitar no crente, mantendo uma relação pessoal com o indivíduo. Esta união com Deus é chamada de habitação ou morada do Espírito em nós (Jo 14:17; Rm. 8:9; I Co 6:19; II Tm 1:14: I Jo 2:27; 3.24; Ap 3:20).
4.2.4 Ele reveste de poder e concede dons. Uma das principais atividades do Espírito Santo na vida do cristão é revesti-lo de poder (At 1.8), distribuindo dons espirituais (I Co 12.7-11) e capacitando-o a testemunhar de Cristo.

CONCLUSÃO
Sendo o Espírito Santo “Deus”, seria impossível defini-Lo ou descrevê-Lo em Sua plenitude. Por isso, nesse breve esboço, procuramos apenas descrever alguns atributos, bem como algumas de suas atividades que foram registradas nas Sagradas Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Sem esquecer-nos, no entanto, de que a atuação deste supremo Ser, não se limita às experiências que foram registradas nas páginas das Sagradas Escrituras; pois, Ele continua agindo, de maneira atuante e marcante, na vida dos pecadores, e, principalmente, dos servos de Deus, espalhados por todo o mundo.

REFERÊNCIAS
* A existência e a Pessoa do Espírito Santo. Severino Pedro da Silva. C.P.A.D.
* Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Myer Pearlman. Vida.
* O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. Stanley Horton. C.P.A.D.
* Teologia Sistemática. Eurico Bérgsten. C.P.A.D.

Elaborado Pela IEAD RECIFE- PE em  RBC1.COM.BR

quinta-feira, 24 de março de 2011

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 13 - EBD - 1º TRIMESTRE DE 2011

PAULO TESTIFICA EM ROMA
Em Atos 19.21,22 e 20.1-3 pode-se ver que Paulo deixou Éfeso e viajou para Corinto. Ele enviou irmãos de confiança adiante dele, a fim de persuadir as igrejas da Macedônia e de Acaia para coletarem uma oferta "para os pobres dentre os santos" de Jerusalém (Rm 15.26). Ele planejara ir a Jerusalém com a oferta, e depois, a Roma (At 19.21). Sentia que seu ministério no Oriente estava por terminar, e pensou em ir à Espanha (Rm 15.24). Passando através das áreas mencionadas, ele coletou as ofertas e estava se deslocando em Corinto por três meses antes de partir para Jerusalém. Talvez a delonga tivesse por fim solidificar sua permanência na igreja coríntia, em sucessão à época de conflito refletida na correspondência dirigida aos coríntios. Em Romanos, Paulo demonstra o seu grande desejo de visitar Roma e conseguir algum fruto de seu ministério entre os gentios, naquela cidade, como o teve em outros países gentios (1.13). Mas a visita a Roma seria apenas uma familiarização, porque ele queria prosseguir para a Espanha, a fim de ministrar lá. Portanto, Paulo escreveu que planejara ir a Jerusalém, com a "oferta de paz", e depois a Espanha, via Roma. Ele também achava que a igreja em Roma, em virtude do seu tamanho e fé, podia ajudá-lo na sua ida à Espanha (Rm 15.24). Ele queria que os irmãos participassem de seu ministério apostólico no Ocidente,em grande parte, como Antioquia havia sido para o ministério do Oriente.


A IGREJA DE ROMA
A capital do Império Romano justificava sua prerrogativa de ser a cidade principal, maior que Atenas, Alexandria e Antioquia. Embora situada na ocidental do mundo romano, ela mantinha ligações íntimas com as áreas mais remotas de seu domínio. Roma era a figura dominante em todas as questões imperiais: políticas, sociais, militares, comerciais e religiosas. Embora os primórdios da cidade estejam obscurecidos em mito e mistério, o calendário romano data de 753 a. C. A cidade estava situada a dezenove quilômetros da costa, o que a protegia de ataque marítimo. Seus muros rodeavam sete montes, entre dois dos quais (o Capitolino e Palatino) estava localizado o Forum, a sede administrativa do Império, Roma era a capital de um território que incluía todas as regiões fronteiriças do mediterrâneo, os países antigos do Oriente próximo e do Oriente Médio, a Bretanha e as partes do Nordeste da África. Roma foi construída através de conquistas e sustentada pelo gênio de sua força militar, competência administrativa e rapidez de comunicações. Para esta rapidez, muitas estradas excelentes foram construídas até as partes mais remotas do império, todas levando até Roma. Por causa de suas conquistas e empreendimentos comerciais, Roma era uma cidade de imensa riqueza. Pessoas de todas as partes do Império vinham a Roma para participar da vida extravagante na capital. Durante o primeiro século da era cristã, acima de 1.500.000 pessoas habitavam em Roma, das quais 800.000 eram escravos. A riqueza e a cultura romanas exigiam uma multidão de escravos domésticos. As pessoas que vinham à Roma, fossem livres ou escravas, traziam com elas sua base cultural e religião próprios. Grande parte dessa cultura e religião foi assimilada na cultura romana, mas grande parte também permaneceu separada e distinta. Embora o latim fosse a língua oficial, a língua comumente falada em Roma e no Império era o grego, a língua universal do comércio e das nações, a língua franca da época. Só pelo terceiro e quarto séculos é que o latim substituiu o grego como a língua comum do Império. Roma Administrava suas possessões, na maior parte, com igualdade e justiça. Seus exércitos mantinham as estradas relativamente livres de salteadores e rapidamente suprimiam qualquer rebelião incipiente. O primeiro século da era cristã foi a época da Pax Romana. Foi devido ao governo romano que o cristianismo foi capaz de se propagar livremente através do Império, nas primeiras décadas importantes da existência da igreja. Roma era o centro desse império, e Paulo escreveu à igreja o mais profundo de importância teológica e ética que se encontra em toda literatura, a Carta aos Romanos.

PAULO EM ROMA
Os capítulos finais de Atos contêm alguns dos mais comoventes escritos de toda Bíblia. O fato marcante é que, desde o momento em que Paulo é agarrado pela multidão revoltosa em Atos 21.30, ele nunca mais consegue viver em liberdade. Ele passa o restante do livro como um prisioneiro, aparentemente abandonado diante dos caprichos da justiça romana. Mas o modo como Lucas narra a história dá uma impressão totalmente distinta. Paulo não está subjugado e desamparado. O plano de Deus está se desenvolvendo. Paulo tem muitas oportunidades para testemunhar a uma enorme multidão em Jerusalém, ao Sinédrio judaico, a dois governadores romanos, ao Rei Herodes e sua esposa, a uma tripulação de passageiros de aproximadamente 300 pessoas num navio, ao governador de Malta e, através dele, a muitos outros habitantes da ilha, aos líderes de uma grande comunidade judaica em Roma, e, finalmente, a todos os que o procuram e ouvem na capital imperial. Paulo pode ter sido um prisioneiro, mas, como ele mais adiante expressa a Timóteo, "a palavra de Deus não está algemada" (2 Timóteo 2.9).

Em Roma Paulo foi entregue ao comandante da guarda pretoriana de Nero. Mas foi-lhe permitido morar à parte, acorrentado pelo pulso a um soldado que o guardava. Foi-lhe permitido alugar um apartamento, nele residindo nos dois anos que passou em Roma. Lucas e Aristarco também ficaram em Roma para ajudá-lo durante esse período (Col 4.10, 14;Fil 24). Felizmente o apartemento era grande bastante para considerável número de pessoas reunir-se, como se vê (At 28.23-25). Depois de três dias Paulo convocou os líderes judeus em Roma para virem ao seu apartamento. Inscrições romanas antigas mostram que havia várias sinagogas judaicas em Roma por esse tempo. Paulo contou-lhes então como veio a estar em Roma como prisioneiro. Enfatizou ele sua inocência e explicou por que apelou para Cesar, sendo cuidadoso em não mencionar nenhuma censura à nação judaica como um todo. O propósito de Paulo, entretanto, era fazer mais do que explicar por que estava ali. Ele queria testificar do fato de que era pela esperança de Israel que estava preso por uma cadeia. Os líderes judeus responderam que haviam recebido carta alguma da Judéia, nem tinha alguém trazido alguma notícia do julgamento de Paulo ou mesmo falado qualquer coisa má a seu respeito. A seguir expressaram o desejo de ouvir Paulo falar-lhes acerca de suas idéias. Entretanto, lês não se mostraram corteses para com os cristãos, pois chamaram o Cristianismo de seita que, em toda parte, era impugnada. A epístola de Paulo aos Romanos mostra que a igreja de Roma já estava estabelecida pelo A. D. 57, provavelmente, bem antes disso. Evidentemente estes líderes judeus tinham ouvido as críticas mas não se haviam dado ao trabalho de investigar. Os judeus, entre si, combinaram uma data e compareceram em elevado número a casa de Paulo. A estes deu ele explicação acerca do que tinha em mente, apresentando solene testemunho acerca do reino de Deus. Como sempre fazia nas sinagogas, usou os livros de Moisés e dos profetas para ensinar o evangelho e procurar persuadi-los de que Jesus é verdadeiramente o Messias. Continuou ele com esse ensino e essa pregação desde a manhã até a noite. Alguns se deixaram persuadir. Isto é, creram e aceitaram a mensagem e a exortação de Paulo. Outros não creram. Por estarem em desacordo, retiraram-se, mas não antes de Paulo dizer-lhes uma palavra final. Ele citou-lhes que o Espírito Santo, em Isaías 6.9, 10, disse aos seus ancestrais. Então acrescentou ele que a salvação de Deus estava, também, sendo enviada aos gentios. Essa não foi a última oportunidade de Paulo. Por dois anos inteiros teve condições de pregar e ensinar corajosa e livremente, recebendo todos os que vinham a sua casa. Era essa uma resposta a seus pedidos de oração enviados às igrejas por ele fundadas (Ef 6.19,20; Col 4.3,4). Até mesmo alguns da casa de Cesar se converteram (Fil 4.22). Isso, provavelmente aconteceu através do testemunho dado pelos soldados à guarda pretoriana ("palácio")(Fil 1.13).


quinta-feira, 17 de março de 2011

COMENTÁRIO LIÇÃO 12 - E B D 2011

AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO

Texto Áureo: At. 13.2 
 Leitura Bíblica em Classe: At. 13.46-49
Objetivo: Mostrar aos alunos que a expansão da igreja é um processo que envolve a ação do Espírito Santo e a obediência irrestrita do crente ao ide evangelístico de Jesus.

INTRODUÇÃO
Antes de ascender ao Céu, Jesus reuniu seus discípulos a fim de lhes passar determinadas instruções. Esse momento costuma ser denominado de Grande Comissão e se encontra registrado ao final dos quatro evangelhos e no início de Atos. Seguindo as instruções do Senhor, os discípulos deveriam fazer discípulos (Mt. 28.19) em todas as etnias (Mc. 16.15), pregar sobre a Sua morte e ressurreição (Lc. 24.46), partir como enviados de Cristo (Jo. 20.21) e depender sempre do poder do Espírito do Santo para no testemunho do evangelho (At. 1.8). O Apóstolo Paulo levou a sério a ordem do Senhor e, em três viagens missionárias, foi poderosamente usado pelo Espírito na expansão do evangelho.
1. PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13.1 a 14.28. Essa foi uma missão para os gentios e o Apóstolo partiu de Antioquia. Do Porto da Selêucia, Ele seguiu juntamente com seus companheiros. A partir de Salamina viajaram toda a extensão da ilha, pregando inicialmente nas sinagogas dos Judeus. Durante essa viagem Paulo teve contato com o Proconsul Sergio Paulo. Seguindo viagem, aportou em Perge na Panfília. Naquela ocasião Barnabé era o líder, Paulo o pregador, e João Marcos - primo de Barnabé - um auxiliar. Ao deixar Chipre - cidade de Barnabé - Paulo assumiu a liderança e Marcos os abandonou, retornando para Jerusalém (At. 13.13). Paulo e Barnabé seguiram rumo ao norte, em direção da província da Galácia. Ele visitaram Antioquia (da Psídia), Icônio, Listra e Derbe. Em Antioquia Paulo pregou na sinagoga, discorrendo sobre a história de Israel e o cumprimento das promessas de Deus a respeito da vinda do Salvador, Jesus. A ênfase do Apóstolo foi posta sobre o perdão dos pecados e da justificação por meio da fé em Cristo (At. 13.38-39). Esses temas seriam enfatizados na Epístola aos Gálatas, escrita durante essa primeira viagem, na qual se opõe veemente à doutrina judaizante (Gl. 1.1-9). Enquanto se encontravam em Icônio, o Senhor realizou muitos sinais e maravilhas pelas mãos dos apóstolos (At. 14.3; Gl. 3.5). Em Listra, cidade em que Zeus e Hermes eram adorados (At. 14.11,12), Paulo curou um homem aleijado desde o ventre da mãe e isso fez com que as pessoas da cidade quisessem adorar a ele e Barnabé como deuses. Mesmo assim, judeus vieram de Antioquia e Icônio a fim de persegui-los, e por fim, apedrejaram a Paulo, deixando-o morto. Milagrosamente Ele se levantou após o apedrejamento e seguiu no dia seguinte juntamente com Barnabé para a cidade de Derbe. Ao retornar para Antioquia, Paulo passa, então, a ser como o Apóstolo do evangelho da incircuncisão” (At. 15.22-26; Gl. 2.7).

2. SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
A segunda viagem missionária de Paulo se encontra registra em At. 15.36 s 18.22. Essa pretendia ser uma viagem para visitar as cidades nas quais o evangelho de Cristo havia sido pregado (At. 15.36). Antes da partida ocorreu um desentendimento entre Paulo e Barnabé, por causa do interesse de João Marcos de acompanhá-los, e isso acabou por separá-los, então, Paulo decidiu seguir com Silas em direção a Siria e Cilicia, com a benção da igreja (At. 15.40), iniciando pela Galácia. O interesse central de Paulo estava na Macedônia e em Acaia. Paulo tomou também consigo seu filho na fé, Timóteo, quando passavam por Listra (At. 16.3). Em resposta a uma visão (At. 16.9,10), os missionários embarcaram para a Macedônia (At. 16.6-10), dando iniciou a evangelização em solo europeu. Na Macedônica, três cidades foram escolhidas como pontos centrais para a evangelização: Filipos (At. 16.12-40), Tessalônica (At. 17.1-9) e Beréia (At. 17.10-14), e em Acaia, duas cidades foram visitadas: Atenas (At. 17.15-34) e Corinto (At. 18.1-18). Em Filipos Paulo encontrou pessoas tementes a Deus (At. 16.12) e Lídia, uma adoradora do Senhor (At. 16.14). Esse gentios foram os primeiros a responderem ao evangelho de Cristo e a serem salvos (At. 16.31-34). Nessa cidade os mensageiros do Senhor sofreram perseguição e foram postos na prisão, onde oravam e louvavam ao Senhor, e, após intervenção divina, o carcereiro e sua família se converteram ao Senhor (At. 16.20,21). Após ser liberado da prisão, Paulo apelou para sua cidadania romana, algo que poderia ter prevenido que ele fosse açoitado (At. 16.22-24). Tessalônica era a capital da província da Macedônia e naquele lugar Paulo começou a pregar na sinagoga, confrontando os ouvintes à luz das Escrituras (At. 17.2). Os missionários acabaram sendo acusados de sedição contra o império romano, por apregoarem outro rei, Jesus (At. 17.7). Por causa disso, eles tiveram que fugir da cidade e seguiram para Beréia, onde permaneceram por pouco tempo, atentando, que naquela cidade, havia nobreza, pois os ouvintes eram criteriosos no exame das Escrituras (At. 17.10-15). Em seguida Paulo entrou na província de Acaia, em uma das suas mais importantes cidades, Atenas, famosa pela quantidade de ídolos, causando incômodo ao Apóstolo (At. 17.16). Em Atenas ele tanto pregou nas sinagogas quanto nos lugares públicos, onde encontrou os filósofos epicureus e estóicos, que consideraram Paulo não mais do que um falastrão (At. 17.18). Em Atenas Paulo pregou sobre o Deus Desconhecido dos atenienses, e falou a respeito de Jesus e da ressurreição. Em oposição ao pensamento filosófico, Ele expôs a doutrina de um Deus pessoal e vivo que criou o mundo e que o sustenta e que um dia haverá de julgá-lo, portanto, argumentou o Apóstolos, todos devem se arrepender (At. 17.22-34). Após sair de Atenas Paulo seguiu para Corinto onde permaneceu por um ano e meio. Na cidade Paulo foi hospedado por um casal, Áquila e Priscila, companheiros de fé e profissão, também fabricantes de tendas (Rm. 16.3-5). Em Corinto Paulo foi acusado pelos judeus de adorar a Deus de modo contrário à Lei, resultando na sua apresentação, perante Gálio, no tribunal (At. 18.15-17). Após uma rápida visita a Éfeso, Paulo seguiu viagem, prometendo retornar se essa fosse à vontade do Senhor, e logo retornou para Antioquia (At. 18.19-21). Durante essa segunda viagem missionária Paulo escreveu duas cartas: I e II Epístolas aos Tessalonicenses.


3. TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
A terceira viagem missionária de Paulo se encontra registrada em At. 18.23 a 21.14. O Apóstolo segue mais uma vez em direção a região da Galácia e da Frigia. Em seguida, segue rumo a Ásia, para sua principal cidade, Éfeso. Nesse local ele permaneceu por aproximadamente dois a três anos, sua estada mais longa em um mesmo lugar (At. 19.8-10; 20.31). Lucas testemunha que durante a permanência de Paulo na cidade, todos que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus quanto gregos (At. 19.10) e que a palavra de Deus prevalecia poderosamente (At. 19.20). Após deixar Éfeso, Paulo seguiu rumo a Trôade (II Co. 2.12-13), depois para a Macedônia e Grécia, onde passou três meses (At. 20.3). Enquanto se encontrava em Corinto, escreveu sua Epístola aos Romanos. Quando retornava de Filipos e Trôade, passou por Mileto e encontrou-se com os presbíteros da igreja de Éfeso (At. 20.17-35) com o objetivo de reafirmar seu ministério perante eles, e encarregá-los de responsabilidades pastorais, advertindo-os também quanto ao perigo das heresias que viriam após a sua partida (At. 20.28-31). Desejoso de ir a Jerusalém, para Festa de Pentecoste (At. 20.16), Paulo partiu em direção a Tiro e Cesaréia (At. 21.3-6; 8-16), onde foi advertido a respeito dos perigos que sobreviriam sobre ele. Mesmo assim, seguiu para Jerusalém (At. 21.13), levando consigo a coleta dos irmãos para os necessitados (I Co. 16.1-4; II Co. 8-9; Rm. 15.25-27). Enquanto era recebido por Tiago e os anciãos da igreja, alguns judeus da Ásia, que estavam presentes em Jerusalém, para celebrar a Festa de Pentecoste, acusaram Paulo de profanar a área do templo (At. 21.27-36), o que resultou em sua prisão pela capitão romano da cidade. Nessa viagem missionária, além da Epístola aos Romanos, Paulo escreveu I e II Coríntios.

CONCLUSÃO
As viagens missionárias de Paulo revelam seu profundo amor a Jesus Cristo, bem como a seriedade que esse atribuía à obra evangelizadora. Ele tinha profunda convicção do seu chamado para levar o evangelho às nações (Gl. 1. 15,16; Rm. 1.1; I Co. 1.1). Ele não se envergonhava do evangelho, pois reconhecia neste o poder de Deus para salvação de todo aquele que crer (Rm. 1.16). O Apóstolo dos Gentios não temia oposição e muito menos adversidades, pois estava ciente da responsabilidade que recaia sobre os seus ombros (I Co. 9.16). O teor da mensagem missionária paulina era, repetidamente, Jesus Cristo, o Ressuscitado (I Co. 1.30; II Co. 4.5). A dedicação de Paulo à obra missionária era tão intensa que o fazia afirmar que ele não mais vivia, mas Cristo vivia nele (Gl. 2.20), e que para ele o viver era Cristo e o morrer era lucro (Fp. 1.20). Paulo a nada temia, e como muitos missionários espalhados pelo mundo atualmente, pelo quais devemos orar e contribuir, testemunhava de Jesus, a fim de que o Senhor fosse manifestado na vida dele (II Co. 4.10,11). Que como Paulo, e esses destemidos missionários, sejamos também capazes de, pelo Espírito, afirmar: “ai de mim se não pregar o evangelho”!

BIBLIOGRAFIA
MARSHALL, I. H. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
WILLIAMS, D. J. Atos. São Paulo: Vida, 1996.


Publicado em EBD WEB

sexta-feira, 11 de março de 2011

COMENTÁRIO LIÇÃO 11 E B D - 2011

O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO

Texto Áureo: At. 15.28,29
Leitura Bíblica em Classe: At. 15.6-12


Objetivo: Mostrar aos alunos que a intenção de um concílio eclesiástico, convocado sob orientação divina, é preservar a unidade da igreja no Espírito e conservar a sã doutrina.
INTRODUÇÃO
Desde os seus primórdios, a igreja cristã precisou lidar com controvérsias que colocaram em risco a unidade doutrinária. Na aula de hoje, estudaremos a respeito da questão judaizante, que se espalhou em algumas igrejas e comprometia o evangelho de Cristo. Nesta lição, veremos como a igreja primitiva respondeu às tentativas religiosas de minar a doutrina, e, ao mesmo tempo, conseguiu manter o equilíbrio entre preservar a doutrina e cultivar o amor pelos irmãos.

1. O CONCÍLIO EM JERUSALÉM
A realização de um concílio em Jerusalém se fez necessária por causa de uma crença predominante entre alguns judeus que para os gentios serem salvos esses precisariam se tornar membros do povo de Deus e aceitar as obrigações da lei judaica. Além disso, havia também um problema, pois, para alguns judeus, os gentios, ao participarem da mesa da comunhão, a tornavam impura, por causa do alimento que traziam. Os mais preocupados com a inclusão dos gentios no seio da igreja eram os judaizantes. Eles argumentavam, a respeito dos gentios, que se esses não se circuncidassem, conforme o uso de Moisés, não podiam ser salvos (At. 15.1,2). Esse grupo permanecia atado às praticais rituais do judaísmo, eles não admitiam desconsiderar os rituais judaicos, na verdade, eram tais eram mais fariseus do que cristãos (At. 15.5). Logo a princípio, Paulo percebeu que esse ensinamento era contrário à fé cristã, e que punha em risco o evangelho de Cristo, desconsiderando a Sua morte expiatória (Gl. 2.21; 5.1-6). Caso a igreja optasse pela doutrina dos judaizantes, a morte de Cristo perderia a razão de ser, e o cristianismo não passaria de uma facção de judaísmo (Gl. 3.1-3). O posicionamento contundente de Paulo em relação aos judaizantes revelava o risco que o evangelho passava, a necessidade de defender os princípios básicos da fé cristã que estão sendo questionados, e com esses, o futuro da igreja de Jesus Cristo. Durante o concílio, Pedro lembrou do episódio de Cesaréia, na residência de Cornélio, como testemunho de que “Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem” (At. 15.7). Ninguém pode acusar Pedro se ser judaizante, haja vista que, conforme declarou no concílio “Cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (At. 15.11), consoante ao que afirmou Paulo aos Gálatas (Gl. 2.16). Tiago, o meio-irmão do Senhor, autor da Epístola que leva seu nome, e líder da igreja em Jerusalém, também “expôs Simão como Deus primeiro visitou os gentios, a fim de construir dentre eles um povo para o seu nome” (At. 15.14). Tiago destacou ainda que essa realidade confirmava “as palavras dos profetas” (At. 15.15). A partir de tal declaração, aprendemos que qualquer concílio eclesiástico somente é legítimo se esse se pautar pela autoridade das Escrituras.

2. A CARTA DO CONCÍLIO
Os debates ocorridos naquele concílio resultaram na produção de uma Carta que deveria ser enviada às igrejas. O teor dessa missiva deixava explícito o repúdio dos cristãos aos postulados judaizantes, e os desautorizava a proclamar os falsos ensinamentos que comprometiam a verdade da fé cristã. Por isso, “pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, envia-los juntamente com Paulo e Bernabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás e Silas”, homens que, segundo Lucas, eram “notáveis entre os irmãos” (At. 15.22). Além de reprovar aqueles que perturbavam com palavras, transtornando as almas dos crentes, os líderes reconheciam que não se fazia necessário “impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sacrificados e das relações sexuais ilícitas”. Tais recomendações devem servir de alerta a certos líderes eclesiásticos que querem impor sobre a igreja fardos pesados, que eles mesmos não são capazes de cumprir, e que servem apenas para alimentar a vaidade ministerial. É preciso destacar também que essas orientações eram predominantemente rituais, a exceção da imoralidade sexual, e se tratavam mais de uma recomendação do que uma ordem, por isso, “fareis bem se vos guardardes” (At. 15.29). O objetivo primordial de tais recomendações era a preservação dos irmãos mais fracos, os judeus que não comiam carne se o sangue não tivesse sido tirado, nem a de animais estrangulados ou que morriam por doença. Por isso, era preciso que os gentios fizessem algumas concessões com respeito à alimentação. Assim fazendo, estavam seguindo a lei do amor, evitando o escândalo dos irmãos mais judeus mais fracos na fé (Rm. 14.21). Os cristãos de hoje também precisa fazer concessões em relação aos crentes mais fracos na fé, por amor, mas, ao mesmo tempo, devem conduzi-los ao crescimento, a fim de que esses não permaneçam na meninice (I Co. 3.1; 14.20; Gl. 4.3).

3. RESULTADOS DO CONCÍLIO
O concílio de Jerusalém, a respeito da questão judaizante, trouxe alguns resultados para a igreja cristã. O primeiro deles foi o conforto, pois todos “sobremaneira se alegraram, pelo conforto recebido” (At. 15.31). O fardo pesado imposto sobre os falsos mestres judaizantes seria a partir de então aliviado pelo jugo suave do evangelho de Cristo (Mt. 11.28,29). Além disso, Judas e Silas, ao contrário dos legalistas, “consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram” (At. 15.32). Os cristãos gentios puderam finalmente desfrutar da liberdade cristã, e, ao invés de serem controlados por práticas externas, passaram a desfrutar da lei do amor. A partir do momento que compreendemos o amor de Deus, podemos finalmente amá-lo, mais que isso, obedecê-lo, não porque isso apaziguará a Sua ira, mas porque nos agrada fazer a Sua vontade, essa é a lei que passar a conduzir as atitudes do coração (Jr. 31.33). Essa liberdade, por outro lado, não deva dar margem para a libertinagem, pois, conforme lembrou Paulo aos coríntios: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. Ninguém busque o proveito próprio; antes cada um o que é de outrem” (I Co. 10.23,24). O cristão precisa agir com bom senso, tendo o amor como fundamento, para perceber quando uma determinada prática pode comprometer o evangelho de Cristo ou quando essa pode ser observada a fim de que outro irmão não seja escandalizado. Em se tratando de alimento, podemos comer tudo, até mesmo a comida que foi sacrificada aos ídolos, contanto que não perguntemos, por questão de consciência, ou, se for caso, para que a fé de um determinado irmão seja abalada (I Co. 10.25).
CONCLUSÃO
As igrejas evangélicas costumam apresentar costumes religiosos, alguns deles não são doutrinários. Contanto que esses não comprometam a doutrina do evangelho de Cristo, ou seja, não sejam impostos como condições para a salvação, nada há de errado em observá-los. Alguns usos e costumes são saudáveis à igreja, mas não podem ser transformados em regras legalistas. Há igrejas pentecostais que demonstram zelo pelos usos e costumes dos pioneiros, outras já não mais os consideram válidos. A regra áurea continua sendo a mesma aplicada aos gentios pelo concílio de Jerusalém: o equilíbrio entre a preservação da doutrina e o respeito aos costumes. Para tanto, é de bom alvitre atentar para a recomendação do Apóstolo dos Gentios, “quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (I Co. 10.31).

BIBLIOGRAFIA
STOTT, J. A mensagem de Atos. São Paulo: Abu, 2008.
WILLIAMS, D. J. Atos. São Paulo: Vida, 1996.

Publicado no blog Subsidio EBD

sexta-feira, 4 de março de 2011

LIÇÃO 10 - E B D - 1º TRIMESTRE 2011

LIÇÃO 10 - O EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS

INTRODUÇÃO
Embora as Escrituras afirmem que a salvação vem dos judeus (Jo 4.22); não significa dizer que o desejo de Deus era salvar apenas os judeus, pois, conforme a promessa feita a Abraão, nele seriam benditas todas as famílias da terra (Gn 12.3). As Escrituras nos deixam claro que a Igreja de Cristo é composta de judeus e gentios. Tanto os crentes judeus quanto os crentes gentios fazem parte do mesmo Corpo, e tem como Salvador o mesmo Senhor: “…Há um só Deus, e Pai de todos (judeus e gentios), o qual é sobre todos, por todos e em todos… Há um só Corpo e um só Espírito”. ( Ef 4:4-6).
I - A ORIGEM DOS GENTIOS NO ANTIGO TESTAMENTO
A palavra “gentio” vem do hebraico gôyim, do grego ethnê ou hellênes e do latim gentiles - nome que designava todas as nações, exceto a judaica (Is. 49:6; Rm 2:14; 3:29). “Todo aquele nascido fora da comunidade de Israel, e estranho às alianças que o Senhor Deus estabeleceu com o seu povo era considerado um gentio”. A partir da eleição de Abraão e sua descendência (Gn. 12.1-3), às demais nações passaram a chamar-se gôyim, ou seja, gentios (Gn.15.18-21). Israel se tornou consciente de ser uma nação sem paralelo e distinta das demais por haver sido separada por Deus (Êx. 19.6; Dt 26.5). Daí por diante essa dedicação dominou todas as suas relações com as demais nações (Êx. 34.10; Lv. 18.24-25; Dt. 15.6).

II - A MISSÃO E A SALVAÇÃO ENTRE OS GENTIOS NO NOVO TESTAMENTO
2.1- Jesus ordenou que se pregasse o Evangelho a toda criatura. Em Marcos 16:15, Jesus dá uma nova ordem de evangelização: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho A TODA criatura.” Mateus 10:5 “Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; ANTES, dirijam-se as ovelhas perdidas de Israel.” No texto em apreço Jesus deixa claro que era ANTES e não JAMAIS. Embora Jesus tenha pregado as boas novas primeiramente para os judeus, a mensagem não era tencionada APENAS para Israel.
2.2 - Os discípulos tiveram dificuldades para entender este “Ide” de Jesus. A maioria entendia que o Cristo veio APENAS para os judeus. Podemos citar Felipe, o diácono, conforme registrado em Atos 8:5, que foi pregar aos samaritanos. Os outros pregavam a Palavra APENAS aos judeus, ou convenciam as pessoas a converterem-se ao judaísmo, para depois tornarem-se seguidores de Cristo.
2.3 - Deus não faz acepção de pessoas. Em At. 17.25-28 podemos observar que o Senhor é o criador de tudo quanto existe e não faz acepção de pessoas, e a todos preserva pela sua infinita graça, amor, bondade e justiça (At 10.34-35). Ele ama a TODOS indistintamente e deseja a salvação de TODA a humanidade (Jo. 3.16) através de Jesus (Mt.1.21; At.4.12), pois no Filho Amado de Deus, TODOS somos aceitos sem qualquer distinção!
2.4 - O NT revela o amor de Deus não só pelos judeus, mas, por todos os povos indistintamente. O NT nos declara que Deus amou o mundo inteiro, e não apenas os judeus (Jo.3.16). A salvação veio PELOS judeus, mas, não se restringe a eles, mas sim, ATRAVÉS deles deve alcançar aos gentios. Os gentios são vistos como a grande seara a ser alcançada pelos apóstolos (Mt. 28.18-20). Jesus agraciou alguns gentios como a mulher Cananeia (Mt. 15.21-28) e o centurião (Lc. 7.1-10) demonstrando assim seu amor por eles. Paulo entendeu que os gentios, assim como os judeus, precisavam de salvação. Em Rm 1: 14-15, o apóstolo anunciou: “Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes; por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma”.

III - PEDRO, O APÓSTOLO DOS JUDEUS PREGA AOS GENTIOS - AT. 10.1-48
3.1 - Três vezes Pedro é reprovado com as palavras: “Não faças tu comum ao que Deus purificou” (At 10.15,16). Esta correção divina enfatiza a graça salvadora de Deus, que se manifestou, trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11). A visão envolve mais que pôr de lado as leis sobre comida e atitudes relacionadas a pureza ritual. Mostra que a distinção judaica entre o puro e o impuro não tem lugar na igreja. Os gentios, purificados pela graça renovadora de Deus, tem de ser incluídos na comunhão do povo de Deus.
3.2 - Abolir as leis dietéticas é o lembrete de Deus da remoção de uma grande barreira que mantinha judeus e gentios separados, e indica que Deus introduziu uma nova ordem na igreja (Ef. 2.11-18). Pedro percebe que foi divinamente chamado para entrar na casa de um gentio a fim de pregar a Palavra do Senhor. Pedro, ao fazer isso, abriu o caminho para a igreja judia receber os gentios na comunhão da comunidade primitiva.
3.3 - A presença de Pedro na casa do gentio Cornélio, reflete um afastamento radical em sua atitude para com os gentios. O Espírito Santo preparou Pedro para pregar o evangelho para os gentios. Em consequência, as velhas barreiras entre judeus e gentios foram se desmoronando.

IV - OS JUDEUS E OS GENTIOS FORMAM A IGREJA PRIMITIVA
O N.T., através dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos, realça o amor de Deus não somente por Israel, mas por todos os povos. Pedro afirmou: “Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome” (At. 15.14). Esse povo é a igreja formada por judeus e gentios em Cristo Jesus (Rm. 9.24-33). De ambos Ele fez um só povo, derribando a barreira de separação que estava no meio, e pela cruz do calvário, Cristo reconciliou ambos com Deus em um só corpo (Ef.2.14-16). Agora os gentios não são mais estranhos a salvação (Ef. 3.4-5) e nem forasteiros, mas agora, estão conciliados como família de Deus (Ef. 2.11-22; 1Pe. 2.5), co-herdeiros e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho (Ef. 3.6).

V - MEDIANTE A CRUZ, JUDEUS E GENTIOS FORMAM UM POVO: A IGREJA
O Senhor passou a possuir um terceiro tipo de povo na face da terra: A Igreja (I Co 10.32), que é formada por gentios e judeus, os quais se converteram, crendo em Jesus Cristo e o tendo como seu Senhor e Salvador. Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11) O Seu desejo é que TODOS sejam salvos, tanto judeus quanto gentios: “E vós, senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com ele não há acepção de pessoas” (Ef. 6.9). Ao considerarmos este trecho, veremos a unidade que existe entre os judeus e os gentios no Corpo de Cristo.
•Pedro ensina que a salvação é para todos. Deus não julga as pessoas com base em fatores como nacionalidade ou raça, mas em caráter: “É agradável a Deus aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (At 10.35). Pedro ensina que a salvação só é possível pela fé no evangelho de Jesus Cristo. Esse evangelho é oferecido a todos sem restrições, contanto que eles estejam dispostos a se arrependerem de seus pecados e confessarem a Cristo como salvador (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Rm 10.13-17).
•Pedro pregou para os gentios (At 10). “Ora, Deus que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera.” (At 15.8). Os mesmos milagres que aconteceram no Pentecostes, se repetiram na casa de Cornélio, para que Pedro não duvidasse que a promessa da salvação também estava destinada aos gentios, pois eles também receberam o Espírito Santo, do mesmo modo que os judeus haviam recebido em Jerusalém (At 10.45-48).
•A decisão da igreja em aceitar os gentios (At.15): Em (At 15.14-17), a Palavra de Deus nos diz: “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome… Para que o restante dos homens busque ao Senhor, E todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, Diz o Senhor, que faz todas estas coisas…” . E, em (At. 11.18), o apóstolo Pedro diz: “… Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida”.

CONCLUSÃO
Podemos afirmar, então, que todos os que crêem em Jesus, quer judeus, quer gentios, terão os pecados perdoados. O batismo com o Espírito Santo na conversão dos gentios indica que os gentios são tão aceitáveis a Deus como os crentes judeus. Cornélio e sua casa “receberam” o Espírito Santo assim como no dia de Pentecostes indicando claramente a concomitante resposta das orações. A visão em Jope convenceu o apóstolo Pedro de que Deus não faz acepção de pessoas! Deus não faz diferença entre crentes judeus e gentios. Todos são iguais pela fé em Cristo. Amém!

REFERÊNCIAS
ARRINGTON, French L, STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal do N.T. R.J. 4ª Ed: CPAD, 2006.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia: Ampliado e Atualizado. São Paulo: HAGNOS, 2005.
DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo. 2ª Ed. 9ª Reimpressão: VIDA NOVA, 1995.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Ed. RJ: CPAD, 2007.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro. 4ª Impressão: CPAD, 1997.
ZUCK, Roy. B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação