sexta-feira, 19 de novembro de 2010

LIÇÃO 08 - EBD 4º TRIMESTRE


LIÇÃO 08 – A ORAÇÃO SACERDOTAL DE JESUS CRISTO

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos uma das mais notáveis orações da Bíblia e que está registrada no capítulo 17 de João. Nessa oração, o Senhor Jesus orou por si próprio (Jo 17.1-5), por seus discípulos (Jo 17.6-19), e por toda a igreja (Jo 17.20-26), revelando os seus anseios mais profundos e deixando-nos um grande exemplo de uma oração intercessória.

I – A MAIOR ORAÇÃO INTERCESSÓRIA DA BÍBLIA
Oração intercessória é aquela que fazemos em benefício de outras pessoas. O termo “intercessão” deriva-se do latim, “intercessionem” e significa “súplica em favor de outrem”. A intercessão pressupõe sofrer com os que sofrem, chorar com os que choram e tomar, como se fossem nossas, as dores alheias. É dizer a Deus que nos importamos com o sofrimento do próximo. Encontramos diversas orações intercessórias na Bíblia, tais como: a oração de Abraão por Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-33); e os exemplos de Moisés, Samuel, Salomão e Jeremias, que intercederam pela nação de Israel (Ex 32.11-14; I Sm 12.23; II Cr 6.12-42; Jr cap. 14,15); porém, nenhuma delas foi tão profunda e tão perfeita quanto a de Cristo, pois, ao contrário dos demais, Ele não intercedeu apenas por uma cidade ou nação, e sim, pelos cristãos do mundo inteiro (Jo 17.20-26).

II – A ORAÇÃO DE JESUS POR SI MESMO
Ao orar em seu próprio favor, o Senhor Jesus diz:
· “Pai” (Jo 17.1). Era comum, em suas orações, Jesus dirigir-se a Deus, como Pai (Mt 11.25; Lc 22.42; 23.46; Jo 17.5,11,24; 11.41; 12.27,28), demonstrando, assim, a convicção de sua filiação com Deus. No versículo onze desse mesmo capítulo, Ele se dirige a Deus como Pai Santo e, no versículo vinte e cinco, como Pai Justo. · “É chegada a hora” (Jo 17.1). A que hora o Mestre se referiu? A hora pela qual Ele tinha vindo ao mundo para morrer na cruz, ser sepultado e ressuscitar para concluir a obra da redenção. Em ocasiões anteriores, a Bíblia diz que tentaram prendê-lo, mas não conseguiram porque ainda não era chegada “a hora” (Jo 7.30; 8.20); mas, ao aproximar-se aquela “hora” Jesus advertiu aos seus discípulos (Jo 12.23); e, ao orar, Ele tinha convicção de que aquela “hora” era chegada (Jo 17.1).
· “Glorifica a teu filho, para que também o teu filho glorifique a ti” (Jo 17.1). Quando Jesus pediu ao Pai: “glorifica-me”, Ele estava, na verdade, pedindo de volta o que ele já tinha antes que o mundo existisse (Jo 17.1,5), e, por ocasião de Sua encarnação, Ele havia se esvaziado (Fp 2.7,8), mas, após a Sua ressurreição, Ele retornou ao lugar de onde viera (At 1.10,11; Ef 1.20-22; Fp 2.9-11).
· “Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo 17.2,3). Nessa oração, Jesus também revela que a vida eterna é mais que a existência sem fim. É uma qualidade especial de vida que o crente recebe, à medida
que ele compartilha da vida de Deus por meio de Cristo. Isto fala tanto de uma realidade presente (Jo 5.24; 10.27,28); como de uma esperança futura (Mc 10.30; Jo 14.3; Tt 1.2; 3.7; II Tm 1.41).
· “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo 17.4). Em sua oração, Jesus falou como se sua missão já tivesse sido cumprida, embora que Ele ainda não houvesse enfrentado a cruz. No entanto, Ele tinha a convicção que nada o impediria de consumar a obra que o Pai lhe havia entregue (Mt 16.21; 20.18-20; 26.53; Jo 10.11,17,18).

III – A ORAÇÃO DE JESUS POR SEUS DISCÍPULOS
Depois de orar por si mesmo, Jesus orou por seus discípulos, para que eles tivessem alegria completa (Jo 17.13), para que Deus os livrasse do mal (Jo 17.15) e para que eles fossem santificados (Jo 17.17). Jesus rogou ao Pai, dizendo:
· “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste... e creram que me enviaste” (Jo 17.6-8). Jesus tinha plena consciência de que havia cumprido a sua missão de fazer com que seus
discípulos cressem em Deus, pois, Sua incumbência, era revelar o Pai (Jo 11.42; 14.1,2; 17.26).
· “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (Jo 17.9). Jesus deixa bem claro que sua oração, nessa ocasião, não era pelo mundo inteiro, e sim, por aqueles que creram Nele, guardaram a Sua Palavra e pertenciam a Deus (Jo 17.6,8.14-16).
· “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo” (Jo 17.14). Três verdades Jesus revela nesse texto: a primeira é que Ele havia entregue a seus discípulos a Palavra de Deus (Jo 8.28; 17.8); a segunda, que o mundo os havia odiado (Jo 15.18,19; I Jo 3.13); e, a terceira, é que os discípulos não são do mundo, como Jesus também não é (Jo 8.23; 17.16).
· “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Jesus orou também pela santificação dos seus discípulos. Santificar, do grego hagiasmos, significa “tornar santo” ou “separar”. Os filhos de Deus são santificados mediante a fé (At 26.18), pela união com Cristo mediante a sua morte e ressurreição (Jo 15.4-10; Rm 6.1-11; I Co 1.30), pelo sangue de Cristo (I Jo 1.7-9), pela Palavra de Deus (Jo 17.17) e pelo poder do Espírito Santo (I Co 6.11; II Ts 2.13; I Pe 1.2).

IV - A ORAÇÃO DE JESUS POR TODA IGREJA
Finalmente, Jesus orou por aquele que ainda havia de crer:“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim” (Jo 17.20). Ele intercedeu, dizendo:

· “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). Jesus orou pela unidade da igreja, ou seja, uma unidade espiritual, baseada na permanência nEle (Jo 17.23), no Seu amor (Jo 17.26), na separação do mundo (Jo 17.14-16) e na obediência à sua Palavra (Jo 17.6). Esta unidade é mantida pela lealdade à verdade e o andar segundo o Espírito (Ef 4.1-3,14,15; Gl 5.22-26).

· “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.24). Jesus também externa ao Pai o seu desejo de que aqueles que viessem a crer nEle pudessem estar com Ele. Isto porque, por causa de sua ascensão, Ele retornaria ao Pai e não estaria fisicamente com eles, embora que esteja, espiritualmente, pelo Espírito Santo em nós (Mt 28.20; Jo 14.23).

· “E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja” (Jo 17.26). Jesus finaliza essa oração, desejando que o amor de Deus esteja em nós. Isto porque o amor a Deus e ao próximo é o maior de todos os mandamentos (Mt 22.35-40); a evidência do novo nascimento (I Jo 3.10,14; 4.20); a principal característica do cristão (Jo 13.35); e é pelo amor que demonstramos que conhecemos a Deus (I Jo 4.8).

CONCLUSÃO
A oração intercessória de Jesus pode ser resumida em quatro palavras: glorificação, segurança, santidade e unidade. Nos cinco primeiros versículos a ênfase está em sua glorificação. Depois o Mestre orou pelos discípulos, por sua alegria, segurança e santidade. Finalmente, Ele orou por todos nós, por nossa unidade, comunhão com Ele e pela permanência de Seu amor em nós.

REFERÊNCIAS:
· Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. C.P.A.D.
· A Oração Intercessória de Jesus. Warren W. Wiersbe. C.P.A.D.
· Orações Notáveis da Bíblia. Jim George. C.P.A.D.
· O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo. R.N. Champlin. HAGNOS.

Postado Por: IEAD Recife - Rede Brasil de Comunicação

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