LIÇÃO 01 – O QUE É ORAÇÃO
INTRODUÇÃO
Neste último trimestre do ano estudaremos sobre O Poder e o Ministério da Oração, o relacionamento do cristão com Deus, onde teremos a oportunidade de estudar treze preciosas lições sobre a oração, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Sem dúvidas, desfrutaremos de momentos, não só de aprendizado, mas também de comunhão com Deus. Nesta primeira lição, cujo tema é: O que é Oração, estaremos respondendo os seguintes questionamentos: O que não é oração? O que é oração? Como devemos orar?
Existe uma postura específica ou um local específico para buscarmos a Deus em oração?
I – O QUE NÃO É ORAÇÃO?
De acordo com as Sagradas Escrituras, a oração não é algo formal, para atrair a atenção dos homens, como faziam os fariseus, que foram condenados pelo Senhor Jesus (Mt 6.5). Também não é um mero ritualismo, sem consistência espiritual, como uma reza, cheia de repetições intermináveis e de enunciados que não trazem os sentimentos do coração (Mt 6.7). A oração não é um ato de penitência para subjugar a carne; nem deve ser vista pelo cristão como um pedido de socorro, que só o fazemos quando estamos em perigo. Vejamos, então, o que é oração.
II – O QUE É ORAÇÃO?
Oração é uma prece dirigida pelo homem ao seu Criador, como o objetivo de adora-Lo, pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas, agradecer-lhe pelos favores recebidos, buscar proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele. Essa atividade é descrita como: invocar a Deus (Sl 17.6); invocar o nome do Senhor (Gn 4.26); clamar ao Senhor (Sl 3.4); levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), etc. Diversos textos das Sagradas Escrituras incentivam o crente a orar (I Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; I Ts 5.17) fazendo-nos entender que Deus aspira a comunhão com o homem.
Vejamos outras definições:
2.1 Orar é comunicar-se com Deus. Toda vez que oramos, entramos em contato com Deus, de uma maneira especial. Não apenas em um monólogo, e sim, num diálogo, onde podemos, não apenas dirigir nossas palavras a Deus, mas, também, ouvi-Lo (Gn 18.23-33; Ex 14.15; 32.30-34).
2.2 Orar é tornar nossos pedidos conhecidos diante de Deus. É compartilhar com Ele tudo o que está em nosso coração, sabendo que Ele se importa com a nossa vida e todas as nossas necessidades (I Sm 1.9-11; Ne 2.4; Dn 6.10; Jo 11.41,42; At 12.5). Mas, devemos entender também que a oração é uma batalha; por isso, todas as vezes que vamos orar, muitas coisas acontecem para tentar impedir que nós estejamos de joelhos na presença de Deus. Satanás faz de tudo para impedir que o crente ore, pois, quanto mais orarmos, mais difícil será para ele nos afastar de Deus.
III - COMO DEVEMOS ORAR?
Nos dias hodiernos, muitos líderes evangélicos, influenciados pela teologia da prosperidade, estão ensinando um modelo de oração completamente oposto aos exemplos bíblicos, ensinando os cristãos a orar decretando, determinando ou profetizando sua bênção, “e as coisas acontecem”, dizem eles. No entanto, a Bíblia Sagrada nos ensina a forma correta de nos dirigirmos a Deus, em oração. Vejamos:
3.1 Devemos orar com fé. A fé é um dos requisitos indispensáveis à oração. O Senhor Jesus disse: "E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis." (Mt 21:22); "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê." (Mc 9:23); e, o apóstolo Tiago nos exorta dizendo: “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte” (Tg 1.6). Portanto, não basta orar, é preciso ter fé e reconhecer que, mesmo que nos pareça impossível o que estamos pedindo, todas as coisas são possíveis para Deus (Mt 19.26).
3.2 Devemos orar em Nome de Jesus. Muitos cristãos deixam de obter resposta às suas orações por não orarem em Nome de Jesus. O próprio Senhor Jesus nos ensinou, dizendo: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.13,14); “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai
ele vo-lo conceda” (Jo 15.16); “E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (Jo 16.23).
3.3 Devemos orar segundo a vontade de Deus. É imprescindível que a vontade de Deus prevaleça sempre sobre as nossas vidas. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que faça sempre conforme à Sua vontade. O próprio Jesus nos deu o exemplo quando orou no jardim do Getsêmani: “E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42). E, o apóstolo João, diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (I Jo 5.14).
3.4 Devemos orar com perseverança. A perseverança é fundamental à nossa vida de oração. Diversas vezes Jesus ensinou sobre o dever de orar sempre, sem desfalecer (Mt 7.7-11; Lc 11.5-13; 18.1-8); e, o apóstolo Paulo diz: “Orai sem cessar” (I Ts 5.17); “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança santos” (Ef 6.18).
3.5 Devemos orar com sinceridade. Deus não aceita oração com falsidade e hipocrisia. Na parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14), Jesus disse que tanto o fariseu como o publicano subiram ao templo, para orar; o fariseu, orava dizendo: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo”. Porém, o publicano, nem queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”. Por isso, somente a oração do publicano foi ouvida. O escritor aos Hebreus, diz ainda: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).
3.6 Devemos orar como Jesus nos ensinou. A oração do “Pai Nosso” (Mt 6:10-13) serve de modelo para nós. Nela aprendemos que:
· Somos filhos de Deus, e não apenas servos: “Pai nosso”;
· O nosso Deus não está em um andor e nem em um altar, e sim, nos céus: “... que estás nos céus”.
· Deus é santo, e por isso, Seu nome deve ser reverenciado: “... santificado seja o teu nome”;
· Devemos orar, pedindo que Deus implante o seu Reino aqui na terra: “Venha o teu reino”;
· Devemos pedir que Deus faça conforme a Sua vontade: “... seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”;
· Deus é supridor de nossas necessidades diárias: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”;
· A oração é uma ocasião oportuna para buscarmos o perdão divino: “E perdoa-nos as nossas dívidas”;
· O perdão divino será na mesma proporção que perdoamos a outros: “... assim como nós perdoamos aos nossos devedores”;
· Deus pode nos livrar na e da tentação: “E não nos induzas à tentação”;
· Ele pode nos livrar de todo o mal: “... mas livra-nos do mal”;
· Tudo pertence a Deus. Por isso, Ele é digno de toda adoração: “... porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre".
IV - EXISTE UMA POSTURA ESPECÍFICA PARA ORAR?
Ao lermos a Bíblia, podemos observar que não existe uma posição específica para orar, pois, ela registra diversos exemplos de pessoas que oraram de maneiras diferentes. Vejamos alguns exemplos:
4.1 Oração de joelhos. Como Salomão que na dedicação do templo de Jerusalém, orou a Deus de joelhos e com as mãos estendidas (I Rs 8.22,54; II Cr 6.13); o salmista nos convida a nos ajoelharmos diante do Senhor (Sl 95.6). Além disso, também oraram de joelhos: Daniel (Dn 6.10), Jesus (Lc 22.41), Estêvão (At 7.60), Pedro (At 9.40), e o apóstolo Paulo (Ef 3.14).
4.2 Oração inclinado ou prostrado. Foi assim que orou o servo de Abraão quando Betuel e Labão consentiram que Rebeca fosse com ele (Gn 24.52); e, o próprio Senhor Jesus no jardim do Getsêmani (Mt 26.39; Mc 14.35).
4.3 Oração em pé. A Bíblia registra também exemplos de pessoas que oraram em pé, como Abrão (Gn 18.22); Jesus (Mt 11.25; Jo11.41); e o publicano (Lc 18.13).
V - EXISTE UM LOCAL ESPECÍFICO PARA ORAR?
Ensinando acerca da oração, Jesus disse: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente” (Mt 6.6). A Bíblia também menciona o templo como um lugar de oração (Is 56.7; Lc 19.46). Mas, isso não significa dizer que devemos orar somente no templo ou em nosso aposento. O profeta Jonas, por exemplo, orou no ventre do peixe (Jn 2.1) e Paulo e Silas oraram no cárcere (At 16.25,26). Portanto, não existe um lugar específico para buscarmos a Deus em oração, pois, podemos orar em qualquer lugar.
CONCLUSÃO
Um dos maiores privilégio do cristão, sem dúvida, é poder buscar a Deus em oração. A Bíblia está repleta de promessas para aqueles que oram (Jr 33.3; Sl 50.15; Mt 21.22; Tg 5.16). Por isso, não podemos deixar de desfrutar de todos os benefícios advindos através da oração, principalmente, o de poder desfrutar de uma comunhão mais íntima e profunda com Deus.
REFERÊNCIAS
· Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. C.P.A.D.
· Dicionário Teológico. Claudionor C. Andrade C.P.A.D.
· Pequena Enciclopédia Bíblica. Orlando Boyer. C.P.A.D.
· A oração que Deus responde. Guy Appére. Editora Fiel.
· Oração, um ministério fundamental. Ubiratan Oliveira da Silva. CPAD.
· O poder de orar juntos. Stormie Omatian. Mundo Cristão.a sempre
Fonte: Radio Brasil de Comunicação - IEAD em Recife - PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário