quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SUBSÍDIO EBD - 12ª LIÇÃO

LIÇÃO 12 – O TRÍPLICE PROPÓSITO DA PROFECIA

INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores estudamos sobre o ministério profético, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Na aula de hoje vamos estudar o tríplice proposito da profecia, no que diz respeito ao dom de profecia mencionado entre os nove dons, relatado pelo apóstolo Paulo em 1 Co 12.8-10. Estudaremos também o dom de profecia no N.T. e, por fim, o significado dos termos: edificação, exortação e consolação (1 Co 14.3).

I – O DOM DE PROFECIA NO NT.
Existem diferenças entre as profecias pronunciadas pelos profetas do Antigo Pacto e as profecias oriundas
dos dons do Espírito dado a Igreja do Novo Testamento. No Antigo Testamento, os profetas falaram inspirado por Deus e suas profecias são fonte de autoridade Divina (2 Pe 1.21) e que não cabe ao homem julga-las. Já no Novo Testamento, o Espirito Santo concede os dons como lhe apraz “repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co.12.11), porém, esta profecia é passível de julgamento para atestar sua autenticidade. “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co.14.29). Podemos observar o seguinte quanto ao dom profético como resultados da ação do Espírito Santo na vida do crente e da Igreja.
1. É um sinal que estamos nos últimos dias: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito
derramarei sobre toda a carne; os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos.” (Jl 2.17);
2. Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação sob um impulso do
Espírito Santo de Deus (I Co 12.4-6);
3. Não se trata de um sermão profético pronto de antemão e nem de acordo com a vontade humana (I Co 12.7-11);
4. Deve enquadrar-se na palavra de Deus. “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo. 4.1);
5. Profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas revelar a vontade de Deus (I Co 14.3);
6. O dom de profecia é mais útil do que a variedade de língua sem interpretação (1 Co 14.22-25).
O Dom de profecia como estamos vendo é originado pela ação do Espirito Santo para aquilo que for útil a
igreja. Não é para granjear lucros para as pessoas que estão sendo usadas. O exercício desse dom promove a edificação, consolo e exortação (1 Co14.3,25,26,31). Esta manifestação espiritual no seio da Igreja durará até a vinda de Cristo (1Co 13.8-10).

II - O DOM DE PROFECIA NA IGREJA DE CORÍNTO

A igreja de Corinto teve o privilégio de ver a manifestação dos dons espirituais em suas reuniões. Porém,
no capítulo 14 da primeira carta, o apóstolo Paulo traz um ensino quanto ao correto uso dos dons, e como eles devem ser administrados pela congregação, bem como por cada crente individualmente, pois, por haver naquela igreja muitos crentes imaturos e carnais (1 Co 3.1), o exercício dos dons estavam em desordem (1Co 14.31). Um termo que pode definir como os corintios usavam os dons é a palavra “excesso”. Era isto que Paulo queria corrigir quando propôs a ordem no culto. Seu objetivo era, não apenas conscientizar sobre o correto uso do dom, bem como demonstrar a finalidade maior dos dons, que é ser útil à igreja: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” (1Co.12.7). Além disso, Paulo estabelece o princípio da necessidade de julgamento, não do profeta, e sim da profecia, para verificar a autenticidade da mesma: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co.14.29). Isto porque a profecia pode ter três fontes distintas: ela pode ser divina, humana e demoníaca. Eis aí a necessidade de as mesmas serem julgadas. Quanto a ordem na utilização do dom de profecia, o apóstolo Paulo ensina em (1Co 14.30-32) que a utilização do dom de profecia deve seguir uma organização básica com o fim de não gerar confusão no entendimento da mensagem. Ele diz: “Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”.

III – DOM DE PROFECIA NA IGREJA DE TESSALÔNICA

Enquanto os crentes em Corinto faziam mal uso dos dons, sendo necessário Paulo ensiná-los por carta
como deveria ser a correta utilização destes, os tessalonicenses não davam muita importância às manifestações dos dons do Espírito no seio da igreja. Eis aí o porque da recomendação do apóstolo: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1Ts. 5.19.20). O desejo do apóstolo era que os tessalonicenses entendessem que as profecias não devem ser desprezadas, ou seja, consideradas como algo sem valor para vida espiritual da igreja.

IV – DOIS EXTREMOS QUE DEVEM SER EVITADOS NO USO DAS PROFECIAS
No Novo Testamento vemos dois extremos no que se refere ao dom de profecia: um, como no caso dos
corintios, que se excediam; e outro, como os tessalonicenses, que as desprezavam. Esses dois extremos devem ser evitados pela igreja, pois assim, corremos o risco de nos tornarmos fanáticos ou legalistas. Por isso, o apóstolo, no final do capitulo 14 da primeira carta aos coríntios recomenda ordem e decência na utilização dos dons (I Co 14.40).

V - O TRÍPLICE PROPÓSITO DA PROFECIA
O dom de profecia tem três propósitos principais: edificação, exortação e consolação.
5.1 Edificação - do grego oikodome que significa lançar fundamentos. O propósito da edificação por meio da profecia é fortalecer a fé do crente, sua vida espiritual e sua resolução sincera de permanecer nos ensinos de Cristo. Em (Cl.2.7) encontramos a palavra “arraigados”, que significa “profundamente enraizados em Cristo”. Sendo assim, a profecia visa o fortalecimento e o crescimento do cristão.
5.2 Exortação – do grego paraklesis. O significado é “chamar” ou “trazer alguém para perto” também pode
significar “encorajamento”. Analisando os termos correlatos, encontramos outras aplicações importantes, tais
como: “defender” e “animar”. O sentido primário da exortação é trazer a pessoa para perto de algo ou alguém. Isto fala muito alto aos nossos corações, pois a profecia exortativa leva o crente para mais perto de Deus. Na epístola de Judas, verso 3, lemos: “....e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Observe que a palavra exortar, nesta passagem, significa: “chamar para batalhar pela fé” ou “estar perto de quem batalha”.
5.3 Consolação – do grego paramythia. Significa confortar. Não é um consolo produzido por simples palavras humanas bem formuladas num discurso. É a presença do Espírito Santo revelada na profecia, trazendo o conforto necessário na hora certa. Podemos entender o consolo no sentido presente, daquelas hora que só Jesus podia dizer: “não chores mais” (Lc. 7.13).

CONCLUSÃO
Ficou exposto nesta lição uma visão geral do Dom de profecia no Novo Testamento, a diferença entre as
profecias do Antigo Pacto e as proferidas como resultante do Dom que Deus concede a qualquer crente em
comunhão com o Senhor. Foi evidenciado os extremos que devemos evitar quando tivermos que nos posicionar diante da Profecia: nem despreza-la, como os tessalonicenses; nem acatar tudo, como os corintios, sem antes analisa-las. E, por fim, os propósitos definidos pela palavra de Deus que são: edificar para fortalecer na fé, exortar para trazer o crente para mais perto do Altíssimo e consolar afim de conservar a viva esperança para qual fomos gerados de novo.

REFERÊNCIAS
· Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora C.P.A.D.
· Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento – C.P.A.D.
· Comentário Bíblico NVI – F.F. Bruce – Editora Vida.
· O Ministério Profético na Bíblia – Ezequias Soares – C.P.A.D.

Fonte: Rede Brasil de Comunicação - AD Recife- PE

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